A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do nosso mundo interior. Li essa frase outro dia e achei perfeita.
Poucas coisas traduzem tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há coisas para consertar.
Isso também é estilo de vida. Há casas em que tudo o que é aparenta está em ordem, mas reina confusão dentro dos armários.
Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto.
Há casas escuras. Há casas feias por fora e bonitas por dentro.
Há casas pequenas onde cabem toda a família e os amigos, há casas com lareira que se mantêm frias, há casas prontas para receber visitas e impróprias para receber a vida.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto, onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.