A HISTÓRIA DAS BIONIC GIRLS
As mães das meninas já se conheciam e já tinham conversado sobre as dificuldades de suas filhas serem adolescentes surdas em um mundo quase que exclusivamente feito para ouvintes, sobre a falta que faz não conhecerem outras meninas surdas implantadas para se sentirem pertencentes e principalmente o quanto os pais ficam preocupados com as dificuldades que um surdo tem quando não estao com os implantes cocleares (o que acontece muito desde que se tornam adolescentes) ou mesmo com os aparelhos em lugares com muito barulho.
Foi quando surgiu a oportunidade de participarem de um concurso mundial de tecnologia exclusivo para meninas que os pais viram a chance delas se conhecerem, de estimulá-las a vencerem preconceitos e de aprenderem que mulheres e pessoas com deficiência também conseguem alcançar lugares de destaque.
A união das quatro meninas as fez buscar uma solução para um problema sério que as quatro já enfrentaram, e com certeza todos os surdos do mundo, que e a busca pela independência frente a dificuldade em escutar sons que podem significar um sinal de risco.
Isabella não escutou o alarme de incêndio em um hotel, teve que ser alertada por seus pais para sair do quarto.
Julia já entrou algumas vezes no banho, com a porta trancada, e seus pais tentaram chamá-la para sair ou avisar sobre alguma coisa e não conseguiram.
Katarina teve dificuldade em perceber quando um carro estava se aproximando quando estava brincando com amigos na rua.
Heloisa não escutou pessoas chamando seu nome quando estava em espaços ao ar livre, poderiam estar alertando ela sobre algum risco, e já a chamaram de antipática por não ter respondido.
Elas decidiram então desenvolver um aplicativo que permite a gravação de sons pré determinados e que faz o celular emitir um aviso ao reconhece-los (ele foi desenvolvido em um sistema Thunkable, que permite ser usado em Android e iOS) e que conectado a uma pulseira que acende luz e vibra após detectar o som cadastrado no aplicativo, oferece uma maior segurança ao usuário pois desta forma mesmo que o usuário não esteja com o celular e esteja sem seus aparelhos auditivos, será alertado em relação ao som cadastrado.
DESAFIOS DAS BIONIC GIRLS
Desde o inicio da competição as meninas enfrentaram diversos desafios
1 - Durante o período do concurso as meninas não moravam na mesma cidade, Katarina mora em Atibaia, Heloisa em Taboão da Serra, Isabella em São Paulo e Julia morava em Goiânia. Os encontros em sua maioria tiveram que ser online para a tomada de decisões e ate algumas vezes para aprenderem sobre o desenvolvimento do app.
2 - As meninas nunca tinham tido contato com a linguagem de programação e tiveram que aprender desde o básico para conseguirem junto com a professora Elisandra fazer as telas do app e o desenvolvimento e conexão da pulseira.
3 - Elas não gostam de exposição, mas a mentora Laura responsável pelas mídias sociais conseguiu fazer com que elas se envolvessem mais e as estimulou a mostrarem seus implantes mais vezes e também a falarem um pouco sobre suas dificuldades e desafios como adolescentes surdas.
4 - Desenvolver o projeto escrito para a apresentação e filmagens foi outro grande desafio para elas levando em conta a idade e a falta de experiência com o empreendedorismo.
FALAR SOBRE A SURDEZ PARA O MUNDO AINDA NÃO É FÁCIL
Para adolescentes falar sobre suas dificuldades não é fácil. Mas elas sabem que as soluções que desenvolveram poderá ajudar elas mesmas e muitos outros surdos e isso acaba as encorajando a pensar mais na deficiência, mesmo sendo um assunto ainda desconfortável. Elas já têm recebido várias mensagens de suporte, encorajamento e também algumas com relatos de pessoas que já passaram por dificuldades por não terem escutado e dizendo o quanto gostariam que esta solução já existisse.
COMO OS PAIS ENXERGAM TUDO ISSO
Os pais das quatro pensam que a participação nesta competição vem aos poucos fazendo a diferença nas vidas das meninas. Todos concordam que e um projeto que fortalece a autoestima das meninas, estimula nelas a importância da ideia da presença de mulheres no universo do empreendedorismo, da tecnologia e das ciências exatas desde a infância assim como em posições de liderança e destaque. Além de estimular a diversidade e a inclusão.
Juntas elas acabam encorajando umas as outras a falarem sobre sua deficiência e os desafios envolvidos. Isso com certeza as motiva a se superarem a cada dia, e elas estimulam outras pessoas com deficiência a exporem suas dificuldades e buscarem se posicionar pessoal e profissionalmente.
RUMO À VITÓRIA
A equipe das Bionic Girls está entre as 15 finalistas da competição mundial de tecnologia. Única equipe brasileira selecionada para representar o Brasil na categoria da idade delas. E únicas pessoas com deficiência também!
A final será outro desafio, pois as atividades serão todas em inglês, língua local, e ocorrerá na Califórnia em outubro de 2023.
A Techovation subsidiará a viagem das quatro meninas, mas não dos acompanhantes.
Por isso criamos uma Vakinha e rifa para que possamos levar apoio, ajuda e suporte de nossos familiares nessa viagem. Clique aqui para acessar a Vakinha e contribuir. A Chave PIX da Vakinha é 3874411@vakinha.com.br. Para adquirir a Rifa de camiseta do São Paulo autografada, clique aqui.
SOBRE O TECHNOVATION GIRLS
O Technovation Girls é um programa da organização americana sem fins lucrativos denominada Technovation. A ONG Instituto Paramitas representa o programa no Brasil. A competição tem como objetivo criar, desenvolver e lançar um aplicativo de celular ou um projeto utilizando Inteligência Artificial que resolva problemas em suas comunidades. Clique aqui para conhecer todos os finalistas.
QUEM SÃO AS BIONIC GIRLS
Bionic Girls
Katarina Silva, 11 anos, Atibaia – SP
Heloisa Arévalo Leite, 15 anos, Taboão da Serra – SP
Isabella Fridman Rosenberg , 15 anos, São Paulo – SP
Gabriela de Sá, 17 anos, Aquidauana – MS
Izabella Matos, 16 anos, Belém – PA