quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

"A VIDA É MUITO CURTA PARA SER DOLORIDA" por Flávia Gomes

 


Uma vez, ouvi de uma pessoa querida,  que sofria ao me ver penando por não me encaixar em determinados grupos e padrões,  "Flavia, vai procurar a sua turma!"

Assim,  parece uma frase grosseira. Mas foi um tratamento de choque. Na verdade,  um "start" na minha vida. Eu compreendi e assim fiz.

Fechei ciclos, afastei-me de pessoas,  tudo delicadamente. Rompi relacionamentos. Mudei de religião e de emprego. Deixei de ir a lugares onde eu não podia ser eu e que, por isso, eram tóxicos e me faziam muito mal.

Abracei sinceros amigos, aqueles que me amam como sou. Assumi meus defeitos e minhas virtudes, porém,  entendi,  sobretudo, o que, de fato, me emocionava. Trabalho,  bons filmes, boa música,  bons livros, papo cabeça ou besteirol com quem eu me sentia à vontade,  bons vinhos e muita terapia me salvaram da obrigatoriedade do ecletismo sem identidade e do encaixe em modelos de comportamento e de pensamento nos quais eu não acreditava. 

Não perdi amigos. Pelo contrário. Fortaleceram-se os laços sinceros. Para quem acha ruim viver na própria "bolha", acredite, eu adoro. Experimente a dor da clausura de corresponder a expectativas alheias.

A vida é muito curta para ser tão dolorida.

(Texto meu. Real. Verdadeiro. Não é ficção)


Flávia Gomes - Colunista na empresa Jornal Daki, Proprietária na empresa Acessorizza e no Colégio Municipal Ernani Faria