Como vai a saúde dos nossos alunos? Para chegar a essa resposta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entrevistou 13.199.862 alunos da rede pública e privada. Do total da amostra, 61,9% (o equivalente a 8.175.749) têm entre 13 e 15 anos e estão matriculados no 9º ano do ensino fundamental.
Outros 38,1% (5.024.113 pessoas) estão na faixa de 16 e 17 anos e cursam o ensino médio. Do total, 50,3% são meninos e 49,7% meninas. Esta é a terceira edição da Pense, que já foi feita nos anos de 2009 e 2012.
ESTUPRO
O percentual para meninos foi de 3,7% e para meninas de 4,3%. Destes, 4,4% estão nas escolas públicas e 2% nas particulares. Quando perguntado sobre quem praticou o estupro, o maior percentual é de namorado (a) e ex-namorado (a) com 26,6%; amigo (a) 21,8%; pai/mãe/padrasto/madrasta (11,9%); e outros familiares (19,7%).
Para a psicóloga Ana Carolina Svirski, coordenadora da equipe de saúde da criança do Centro de Saúde Murialdo, de Porto Alegre, os números relatados pelos jovens na pesquisa poderiam até ser maiores, já que a experiência no atendimento de vítimas aponta que as vítimas têm dificuldade em falar sobre o tema. Segundo ela, os casos de abuso nessa faixa etária são até mais difíceis de serem percebidos pelos pais dos que quando ocorrem com as crianças.
SEXO
Dos 27,5% dos alunos que afirmaram já ter feito sexo, 61,2% usaram preservativo na primeira vez. Além disso, 1,1% das alunas do 9º ano do ensino fundamental, o que representa um universo de 23.620 meninas, declarou já ter engravidado alguma vez.
ÁLCOOL E DROGAS
A pesquisa também traz dados sobre uso de drogas: 9% dos alunos já usaram drogas ilícitas, sendo 9,5% entre os meninos e de 8,5% entre as meninas. Quando avaliada a rede de ensino, os alunos das escolas públicas (9,3%) disseram que experimentam com mais frequência as drogas ilícitas do que àqueles de escolas privadas (6,8%). O consumo atual de maconha para os escolares do 9º ano foi 4,1%. Um consumo maior foi registrado para os meninos (4,8%) quando comparados às meninas (3,5%).
Em Florianópolis, o G1 ouviu alunos da rede estadual que não se surpreenderam com os dados para pesquisa. Atualmente com 15 anos, W. diz que a primeira vez que bebeu foi em uma festa de aniversário há um ano. Agora, conta que bebe em todas as festas e que seus colegas de escola, do 9º ano do colégio, também bebem. A adolescente R*, de 15 anos, conta que a primeira vez que bebeu foi aos 13 e agora está no 9º ano. “Se eu pudesse, eu bebia em toda a festa. Não tem como, né? Às vezes não tem dinheiro”, disse.
CIGARRO
Os meninos, com 19,4%, tiveram índice de experimentação superior quando comparado às meninas (17,4%). Nas escolas pública, com 19%, o índice foi maior do que nas privadas, que tiveram 12,6%. Entre as formas de obtenção do cigarro, a compra direta em loja ou bares foi declarada por 25,8% dos escolares, seguido por 19,3% que pedem cigarro a outra pessoa e 17,2% pegam o cigarro escondido.
DIREÇÃO DE VEÍCULOS
A proporção de meninos que declararam dirigir veículos motorizados (45,2%) foi mais que duas vezes superior à das alunas (20,3%). O percentual entre os alunos de escolas públicas foi maior (33,9%) do que entre os de escolas privadas (23,6%).
Em Belo Horizonte, o G1 conversou com a jovem L., que disse que admitiu que dirige todos os dias. "Tenho amigos mais velhos e todos eles dirigem. Na minha casa meus pais conversam e deixam bem claro que isso é uma coisa bem rigorosa, que não é para qualquer um", disse. Mesmo com a prática sendo ilegal, podendo levar a consequências penais e administrativas para o adulto que permite que o menor pegue o volante, a adolescente não vê problema na prática. "Depende da situação. Tem muita gente (adolescente) irresponsável, mas também tem muita gente responsável", disse.
MERENDA
Por outro lado, na rede privada, há relatos de menor proporção de oferta (22,6%) acompanhado por maiores percentuais de consumo (48,9%).
ATIVIDADE FÍSICA
Em 2012, eles eram 18,3%. Em 2015, o índice caiu para 14%. O porcentual de alunos que informaram ter dois ou mais de aulas de educação física na mesma semana foi de 48%. Em 2012, esse valor era de 38,6%.
CRÉDITOS:
Reportagem: Vanessa Fajardo, Mariana de Ávila Faria, Pedro Ângelo e Hygino Vasconcellos - G1
Infografia: Leo Aragão
Conteúdo: Ardilhes Moreira (Edição)
Design: Juliane Monteiro, Karina Almeida e Roberta Jaworski
Desenvolvimento: Fábio Rosa e Rogério Banquieri
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