A ginasta Rebeca Andrade (22), levou a medalha de prata na ginástica artística nos Jogos de Tóquio. A atleta de Guarulhos, na Grande São Paulo, alcançou um marco histórico ao se tornar a primeira mulher brasileira (e latino-americana) a chegar a um pódio nessa modalidade numa olimpíada.
A conquista além disso teve um gosto especial por Rebecca ser NEGRA e sua conquista aconteceu nas comemorações da SEMANA DA MULHER NEGRA que é comemorada no Brasil de 25 a 31 de julho.
Ao som do funk "Baile Favela", ela marcou 57,298 pontos na prova (veja abaixo trecho da apresentação), atrás apenas da americana Sunisa Lee, que marcou 57,433 pontos. O bronze ficou com a russa Angelina Melnikova, com 57,199 pontos.
A ginasta brasileira que hoje compete pelo Flamengo também conquistou vaga em mais duas provas além do individual geral, que lhe rendeu a vitória desta quinta-feira. Os olhos do Brasil vão se voltar novamente para ela na decisão do salto no próximo domingo (1º) e, na segunda-feira (2), do solo.
De Guarulhos para Tóquio
Nascida em Guarulhos, na Grande São Paulo, a medalhista saiu de casa aos 9 anos para se dedicar ao esporte. Ela já sofreu três lesões no joelho e chegou a pensar em desistir da vida de atleta, mas a mãe, Rosa Santos, não deixou.
Foi em um projeto social que, ainda criança, Rebeca ganhou o apelido de "Daianinha de Guarulhos", em referência a Daiane dos Santos, vencedora de nove medalhas de ouro em campeonatos mundiais no solo entre 2003 e 2006. Hoje é Daiane quem reverencia Rebeca: "Essa prata vale ouro pra gente", disse a outra estrela da ginástica após o resultado em Tóquio.
Na cidade natal da medalhista, os primeiros mestres dela no esporte acompanharam com atenção a apresentação e não puderam conter a alegria com o resultado da prova.
"Vai chover criança na porta do ginásio querendo fazer ginástica", disse Mônica Barroso dos Anjos, técnica da equipe de ginástica de Guarulhos, que abriu as portas para Rebeca no Projeto Iniciação Esportiva.