Cinco atletas de Maricá irão disputar a vaga por equipe para os Jogos Olímpicos de Tóquio no tiro com arco, que já tem dois moradores da cidade com vaga garantida. A seletiva foi realizada na sexta-feira (30/4) no centro de treinamento da Confederação Brasileira da modalidade (CBTARCO), que fica em Itapeba. Os classificados são: Ana Luísa Caetano, Sara Nikitin, Marcus Almeida, Marcelo Costa Filho e Bernardo Oliveira. A competição acontecerá em Paris, na França, entre os dias 22 e 27 de junho.
O presidente da entidade, João Cruz, acompanhou as séries dos atletas no local, que teve sua cessão renovada em março pelo prefeito Fabiano Horta, pelo período de 15 anos. A área com 27 mil metros quadrados abriga estandes de tiro, sala de musculação, sala de recreação, alojamentos e administração.
“Foi muito importante essa decisão de manter a cessão desta área para nós, porque garante o funcionamento na cidade das escolinhas que vêm formando futuros atletas e formaram os que temos hoje. Além disso, o governo nos apoia também mantendo os protocolos de segurança durante a pandemia e garantindo a saúde dos atletas”, celebrou João, antecipando que ambas as partes já articulam um programa visando as olimpíadas de 2024, também em Paris.
O secretário de Esporte e Lazer de Maricá, Carlos Vagner Frauches, revelou que atualmente mais de 40 alunos foram captados nas redes pública e privada da cidade e integram essas escolas, que treinam na sede de Itapeba. “Hoje Maricá virou uma referência nacional do tiro com arco e nós procuramos oferecer todo o incentivo possível, seja com estrutura ou trazendo competições de nível internacional para a cidade”, afirmou.
Este mesmo apoio, que começou há mais de dez anos, colhe seus frutos olímpicos pela segunda vez consecutiva. Em Tóquio, o maior feito será a presença de Anne Marcelle Gomes. Aos 27 anos, ela é a primeira mulher e primeira negra brasileira a conseguir índice para os jogos – ela participou como convidada em 2016, no Rio. Anne e Marcus Almeida, outro atleta individual com presença garantida na luta pelo ouro, treinavam ao lado da disputa para a seletiva. Ambos vão fazer a dupla mista na competição.
“A sensação é de muito orgulho. O Brasil cresceu muito nos últimos anos e creio que vamos ter condições de competir com os asiáticos, que são os melhores”, ressaltou a atleta, que divide a rotina de treinos pela manhã com o trabalho na casa onde mora com a família, no Parque Nanci. “Nós vendemos comida lá e sempre ajudo eles durante a noite, dá para conciliar. O apoio da prefeitura também é importante porque garante um espaço bom como esse para treinar”, observou Anne.
Para Marcus Almeida, apontado como um dos oito melhores arqueiros do mundo em competições recentes e que também esteve na Rio 2016, a disponibilidade do espaço é uma das grandes vantagens. “Usamos sempre que queremos, até aos domingos. Isso ajudou muito a nos aprimorar para as competições e, com isso, atingir mais experiência para essas olimpíadas”, disse ele.