sexta-feira, 7 de maio de 2021

Lésbicas são mais satisfeitas sexualmente que mulheres hétero, aponta estudo

 


O debate sobre sexualidade evoluiu, mas não o suficiente para se livrar das amarras do machismo. A afirmação se comprova com a divulgação de pesquisa realizada pela agência governamental inglesa Public Health England, mostrando que mulheres lésbicas estão mais satisfeitas com a vida sexual do que as heterossexuais.

Ao todo foram ouvidas 7 mil mulheres e metade, especificamente as entre 25 e 34 anos, não estão felizes com o sexo. Há uma pequena alteração para as que estão na casa dos 55 e 64 anos de idade. Neste estágio da vida apenas 29% dizem o mesmo. Pode-se imaginar que o sexo melhora com o tempo? Talvez.

Entretanto existe um ponto central no debate e que abre espaço justamente para as mulheres lésbicas. O conhecimento do próprio corpo. Por causa de uma cultura machista, homens conhecem muito pouco sobre as nuances do corpo feminino. De que formas gerar prazer em uma companheira?  Quais são suas posições preferidas? Onde fica clitóris?


É este o ponto que faz com que as mulheres lésbicas levem vantagem e consigam satisfazer mais suas companheiras. Você, homem lendo esta matéria, sabia que o clitóris possui mais 8 mil terminações nervosas? O dobro da glande do pênis.

Além disso, é o clitóris o responsável por provocar orgasmos, que podem durar em média 20 segundos. Os homens chegam até no máximo 8. Traduzindo em números, as mulheres heterossexuais sentem prazer em apenas 63% das relações. Já as lésbicas alcançam 75% de satisfação na cama.

Segundo o Instituto Kinsey, a diferença entre homens hétero ou homossexuais é bem menor. A incidência de orgasmos entre os dois grupos se dá em 86% e 85%, respectivamente.

“Desfrutar uma vida sexual satisfatória é importante para a saúde mental e bem-estar emocional da mulher”, diz em entrevista ao jornal inglês The Guardian a consultora de saúde pública Sue Mann.

Para terapeutas sexuais este fenômeno se explica facilmente, “mulheres lésbicas sabem onde o clitóris está e sabem o que fazem com ele para ter um orgasmo”, ressalta Matty Silver.

Ou seja, é preciso investir no autoconhecimento. Em tempos modernos como este a vida sexual não deve ser tabu. Pelo contrário, relações tão importantes como estas precisam ser tratadas com seriedade e respeito.


Pensando no caso específico da masturbação feminina, uma pesquisa feita em 2008 e divulgada pela Galileu mostra que 92% das mulheres se masturbam. Dois terços dizem fazer pelo menos três vezes por semana. Um avanço se pensarmos que na década de 70 apenas 74% admitiam o fato.

Recentemente nas redes sociais foi divulgado um vídeo sobre uma técnica africana, especificamente de Ruanda, ensinando aos homens os caminhos para a ejaculação feminina. O conteúdo de 2016 integra o documentário Água Sagrada, de Olivier Jourdain e mostra os ruandeses e sua relação com o gozo feminino.

“Quando a ‘água jorra’ da vagina de uma mulher, isso é considerado um presente de Deus. Segundo a lenda, esse líquido mantém a abundância dos lagos e rios de Ruanda. Para muito além das crenças populares, o assunto é levado a sério. Há, inclusive, uma ‘professora de sexo’, que explica para os jovens questões sobre o clítoris, por exemplo”, diz um trecho do documentário.