Luanne Jardim (30), estava com o marido em um carro, quando eles foram abordados por criminosos
Conforme reportagem do jornal “Extra”, Luanne estava acompanhada pelo marido no carro da família, um Jeep Compass, quando o veículo foi abordado por criminosos na Rua Fernão Cardim, nas proximidades de uma alça de acesso para a Linha Amarela.
A influencer foi levada ao Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Não há informações se o marido dela chegou a ficar ferido.
Luanne, que morava na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, somava mais de 307 mil seguidores apenas no Instagram. Ela se definia como “ex-obesa”, pois perdeu 50 quilos, e ficou conhecida por motivar outras mulheres a emagrecer de forma saudável.
Na segunda-feira (22), um tio da influenciadora lamentou a morte dela. ”Minha sobrinha Luanne Jardim foi assassinada ontem à noite, na entrada 4 da Linha Amarela, em direção a Av. Brasil! Não será só mais uma estatística e nem números!”, diz trecho da postagem de Uraniel Jardim.
QUEM ERA LUANNE JARDIM
Ex-obsesa, ela tinha 331 mil seguidores no Instagram e 11,4 mil no TikTok. Nas redes, ela era conhecida por motivar mulheres a perder peso de forma saudável e, assim, recuperar a autoestima. Determinada, Luanne começou a trabalhar cedo. Com 13 anos, distribuía panfletos de um curso. Aos 29, já tinha lucrado mais de R$ 1 milhão com o mercado digital.
O trabalho como influenciadora de "emagrecimento" começou por uma frustração pessoal. Em entrevista ao EXTRA, no ano passado, ela contou que foi em uma loja comprar um vestido para um casamento e foi vítima de gordofobia. Foi a partir daquele momento que ela começou o processo de emagrecimento que a fez perder 50 quilos em seis meses.
"Um dia fui a uma loja bem famosa. Precisava comprar um vestido para um casamento. O único vestido que coube em mim, no auge dos meus 137 quilos, era de estampa de onça. De dentro do provador, pude ouvir uma vendedora cochichar com a outra: ‘Essa onça engoliu um elefante'", desabafou na época.
Por compartilhar esse processo nas redes, ganhou seguidores, e o apoio se tornou combustível para o novo estilo de vida. Ela passou a optar por alimentação saudável, rotina fixa de exercícios e acompanhamento médico, além de coordenar a própria empresa.
Em uma publicação nas redes sociais, Luanna falou sobre a caminhada até ser tornar influencer. "Hoje você acompanha e admira a Luanne dona de si, independente, empoderada, que serve de inspiração para muitas aqui. Mas essa Luanne foi construída com muito choro, suor. Aos 13 anos, eu saía de segunda a sábado, às 4h15, andando de São João de Meriti para a Pavuna (da Baixada Fluminense para o bairro da Zona Norte do Rio). Eu sempre falei que eu não iria viver aquilo pelo resto da vida. Desde muita nova, sempre tive visão empreendedora. Afinal, era filha de uma camelô ambulante, e sempre digo o quanto a garra da minha mãe foi minha inspiração de vida", escreveu.
No perfil, ela intercalava mensagens de motivações com momentos marcantes da sua vida pessoal. Além das fotos das suas viagens pelo mundo e registros dos seus filhos: Heitor, de 2 anos, e Laura, de 10 anos.
No fim do ano passado, ela fez uma publicação pedindo desculpas a Laura por deixar a depressão interferir na relação dela com a filha. No texto, ela diz que, por vergonha do corpo, só levou a menina à praia quando ela completou 4 anos.
"Dia das crianças chegando, e como todos os dias, me culpo por ter deixado minha obesidade te privar de uma infância saudável. Por vergonha do meu corpo, ter te levado para conhecer a praia, somente com 4 anos de idade, por nunca ter participado das festas da família, de amiguinhos, de passeios", escreveu Luanne. "Me perdoe filha por não ter sido uma 'mãe normal', por ter deixado meu sobrepeso e depressão por tanto tempo influenciarem diretamente nossa relação".
Ela também utilizava a rede para postar registros com o companheiro João Pedro Oliveira Farche, que estava no carro com ela no momento em que foi morta. Miguel, filho de Farche, também estava no carro, no banco de trás. Ela chegou a ser levada para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, pelo marido, mas chegou morta à unidade.