segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A MULHER DE 40. A VIDA REALMENTE COMEÇA AOS 40? com Rita Monteiro


Até os 40 anos, ainda estamos na década dos 30, que começa aos 31 e termina aos 40, assim como a década dos 40, começa aos 41, indo até os 50 e muitos questionam a tal frase: "a vida começa aos 40"!


Abaixo, primeiramente os agradecimentos de uma linda jovem mãe, casada, professora de educação física, que efetivamente entrou na década dos 40 (mas dando banho em muita menininha de 20). Ela é Rita Monteiro, que escreveu em rede social:


"Meus 41 chegaram. Muitos aprendizados, acho que dos 40 para o 41 foi o ano que mais me fez aprender e refletir.


Hoje sinto que Deus foi muito generoso comigo, até mesmo mostrando o melhor caminho a seguir, as pessoas que deveria confiar, os amigos de verdade. Obrigada por tudo.


Peço a Deus só muita sabedoria e saúde, para poder cada dia mais correr atrás dos meus sonhos, metas e objetivos. E fazer sempre mais o meu trabalho, que é o meu combustível diário."

Rita Monteiro - professora de educação física 
e personal trainer

MAS A VIDA COMEÇA REALMENTE AOS 40?

Nunca entendi a expressão “a vida começa aos 40”, e não há como alguém compreendê-la de fato até atingir as fatídicas quatro décadas, ou até ser atingido por elas, como é mais provável. O corpo não acompanha mais a vontade, e as noitadas nos cobram, em dose dupla de ressaca, o preço da farra, nos privando da boemia costumeira que nos permitia cumprir com maestria a árdua missão de sair dois dias seguidos.

Uma simples caminhada é agora um exercício físico diário recomendado pelo médico, e mesmo assim difícil de pôr em prática; palavras e expressões nunca antes mencionadas, como “reeducação alimentar”, “pilates” e até “geriatria” passam a fazer parte do seu vocabulário; emagrecer, não pela estética, mas para equilibrar as taxas, já é um dos maiores e mais dolorosos desafios da humanidade.


Até sua agenda passa a ter mais contatos de profissionais de saúde do que de amigos; visitas à farmácia são, afinal, a mais nova forma de encontrar a sua galera, lugar que também passa a oferecer uma variedade imensa de produtos quase bélicos contra o envelhecimento natural, com suas rugas e linhas de expressão, sem falar nas invisíveis “ites”, cada vez mais frequentes e resistentes.


E de repente, aquela verdade incontestável, de que passei 40 anos fugindo, estava ali no espelho, no aparelho de pressão, e nos “trocentos” complexos exames que o médico passou.


Foi-se a época de se contentar com um hemograma completo, exame de fezes e de urina. Chegou a hora e a vez de vasculhar cada célula do meu organismo, com precisão milimétrica, e exigências preparatórias que vão muito além do simples jejum de 12 horas.


Em alguns casos, nem café ou chocolate, certas frutas, e até nozes, ora bolas, coitadas das nozes que em 39 anos deixei de comer e agora mesmo é que não posso. Lembro que comi chocolate, pequeno pedaço, motivo de adiamento de metade dos exames marcados. Ainda assim, a coleta de sangue enche um, dois, três, até oito tubos, mesmo eu imaginando não ter sangue suficiente em meu braço para tanto.


Corre na esteira, dorme monitorada por um aparelho que espreme seu braço de 15 em 15 minutos, instante em que você precisa estar completamente relax, foda-se o que estiver fazendo, apesar de ter que ser realizado em um dia normal de sua rotina, que, é claro, nunca incluiu uma porra de um aparelho de pressão espremendo seu braço, até então.


Faz um eco, um eletro, compra metade da farmácia, tira o sal, tira o álcool, tira o dia pra pesquisar na internet uma possível análise do resultado dos exames, o que, certamente, só vai piorar o estado de saúde.


Mesmo sem pedir qualquer opinião, ouve especialistas de botequim que chutam diagnósticos variados, como se estivessem num bolão da mega-sena ou da Copa, indo desde “menopausa precoce” até a “síndrome do jaleco branco”, e é quando você percebe que não está só, porque eles também consultaram Dr. Google para chegarem a conclusões tão brilhantes.

E ainda que o médico desminta todos os diagnósticos que a internet, seus amigos, e até você própria se deu, e seja claro ao falar que “você não vai morrer disso; tem que arranjar outra coisa pra morrer”, está aceso o alerta. Até então, era como se o mundo pudesse acabar amanhã, mas você sobreviveria ileso. 

A finitude bate à porta e você se dá conta que precisa fazer um certo esforço pra que ela não entre com violência, para que chegue de mansinho, passe um longo tempo na varanda, apreciando a paisagem.

E da janela você vê, em letreiro luminoso, o aviso que reforça, a cada novo dia, aquela verdade incontestável, que deve ter dado origem à expressão “a vida começa aos 40”: a certeza da morte, talvez, seja o grande estímulo pra vida. Então pare de ler essa besteira, meu amigo, e viva, por que na verdade, A VIDA COMEÇA QUANDO A GENTE QUER!


Modelo: Profa. Rita Monteiro - personal trainer
Texto e realização: PR PRODUÇÕES