quarta-feira, 15 de maio de 2024

Cavalo Crioulo Gaúcho Amarelo: não era só um cavalo, era um MONUMENTO!


 Não era só um cavalo...
Era um monumento vivo
Dos andarengos da Ibéria
Que mesclou em cada artéria
Do rubro sangue nativo
O ancestral primitivo,
- Cara limpa, lombo nu -
Que carregou o xirú
Pelas terras missioneiras
E que tombou nas fileiras
Das tropas de Tiarajú.

Não era só um cavalo...
Era a própria imagem
Do Rio Grande açoriano,
Que alargou meridianos
Pelas rotas de passagem,
Era o cavalo selvagem
Rasgando campo e fronteira
Perdido na polvadeira
Ou entre a chuva e o vento,
E que invadiu Sacramento
Com Dom Cristóvão Pereira.

Não era só um cavalo...
Era o esteio da lida,
Que a cada marcha tropeira
Se fez alma aventureira
Pra ofertar a própria vida,
E nesta saga sofrida
De desbravar o sertão,
Percorreu cada rincão
Desse Brasil continente,
Sustentando nossa gente
Pra erguer uma Nação.

Não era só um cavalo...
Era um herói da terra
Que a história não menciona,
E que o covarde abandona
No entrevero da guerra!
Que vendo a morte, não berra,
Porque engole o sofrimento
- Soldado sem regimento
Da velha estirpe proscrita -
Que foi garupa pra Anita
E montaria de Bento.

Não era só um cavalo...
Era o Rio Grande em pelo!
E no horizonte da incerteza
Enfrentou a natureza
Neste último atropelo,
Tostado sem marca e selo
Pelo-duro que se amansa,
Que na rédea é uma balança
E na vida é um regalo
Cavalo que é bom cavalo
Pro trabalho, e pras crianças.

E não era só um cavalo...
Era também um amigo,
E um amigo não fica pra trás...

Osmar Ransolin

(Tu és símbolo do nosso amado Rio Grande do Sul) 

Não sou apenas um cavalo no telhado

Sou símbolo de minha terra

Sou crioulo, sou amarelo

Fiquei firme, em pé e ilhado 

Por todos que não conseguiram eu velo

Sou símbolo de meu povo

Sou cavalo crioulo

Ajudei a erguer o Sul

Nunca me vendi, 

Nem por 1 kilo de ouro!

A terra é meu maior tesouro

Sou símbolo do meu povo

Já lutei na guerra da Farroupilha 

Já arei a terra pro mate verde

Já campeei por campos de macelas

Mas nunca senti uma dor tão profunda

Minhas lágrimas se misturaram ao rio 

 E aos poucos seca e me inunda

Em pé, cansado, não vejo portas nem janelas

Pensei em desistir

Mas sou símbolo do meu povo

Foi então que o milagre aconteceu

Um herói gaúcho do céu desceu

Era Gaúcho Laçador e me pegou!

Ouvi uma música no céu

Um anjo lá de cima ouvi

A velha gaita tocou

Porque um gaúcho nunca cai

Fica em pé

Tem fé 

Sou Cavalo Crioulo Gaúcho e Amarelo!

Arreio a vida,  

A vida eu selo!

@silvanaduartepoeta