sexta-feira, 31 de maio de 2024

A VIDA COMEÇA QUANDO A GENTE QUISER! Mari Souza completa 42 anos

 


Nunca entendi a expressão “a vida começa aos 40”, e não há como alguém compreendê-la de fato até atingir as fatídicas quatro décadas, ou até ser atingido por elas, como é mais provável. O corpo não acompanha mais a vontade, e as noitadas nos cobram, em dose dupla de ressaca, o preço da farra, nos privando da boemia costumeira que nos permitia cumprir com maestria a árdua missão de sair dois dias seguidos.

Uma simples caminhada é agora um exercício físico diário recomendado pelo médico, e mesmo assim difícil de pôr em prática; palavras e expressões nunca antes mencionadas, como “reeducação alimentar”, “pilates” e até “geriatria” passam a fazer parte do seu vocabulário; emagrecer, não pela estética, mas para equilibrar as taxas, já é um dos maiores e mais dolorosos desafios da humanidade.

Até sua agenda passa a ter mais contatos de profissionais de saúde do que de amigos; visitas à farmácia são, afinal, a mais nova forma de encontrar a sua galera, lugar que também passa a oferecer uma variedade imensa de produtos quase bélicos contra o envelhecimento natural, com suas rugas e linhas de expressão, sem falar nas invisíveis “ites”, cada vez mais frequentes e resistentes.

E de repente, aquela verdade incontestável, de que passei 40 anos fugindo, estava ali no espelho, no aparelho de pressão, e nos “trocentos” complexos exames que o médico passou.

Foi-se a época de se contentar com um hemograma completo, exame de fezes e de urina. Chegou a hora e a vez de vasculhar cada célula do meu organismo, com precisão milimétrica, e exigências preparatórias que vão muito além do simples jejum de 12 horas.

Em alguns casos, nem café ou chocolate, certas frutas, e até nozes, ora bolas, coitadas das nozes que em 39 anos deixei de comer e agora mesmo é que não posso. Lembro que comi chocolate, pequeno pedaço, motivo de adiamento de metade dos exames marcados. Ainda assim, a coleta de sangue enche um, dois, três, até oito tubos, mesmo eu imaginando não ter sangue suficiente em meu braço para tanto.

Corre na esteira, dorme monitorada por um aparelho que espreme seu braço de 15 em 15 minutos, instante em que você precisa estar completamente relax, foda-se o que estiver fazendo, apesar de ter que ser realizado em um dia normal de sua rotina, que, é claro, nunca incluiu uma porra de um aparelho de pressão espremendo seu braço, até então.

Faz um eco, um eletro, compra metade da farmácia, tira o sal, tira o álcool, tira o dia pra pesquisar na internet uma possível análise do resultado dos exames, o que, certamente, só vai piorar o estado de saúde.

Mesmo sem pedir qualquer opinião, ouve especialistas de botequim que chutam diagnósticos variados, como se estivessem num bolão da mega-sena ou da Copa, indo desde “menopausa precoce” até a “síndrome do jaleco branco”, e é quando você percebe que não está só, porque eles também consultaram Dr. Google para chegarem a conclusões tão brilhantes.

E ainda que o médico desminta todos os diagnósticos que a internet, seus amigos, e até você própria se deu, e seja claro ao falar que “você não vai morrer disso; tem que arranjar outra coisa pra morrer”, está aceso o alerta. Até então, era como se o mundo pudesse acabar amanhã, mas você sobreviveria ileso. A finitude bate à porta e você se dá conta que precisa fazer um certo esforço pra que ela não entre com violência, para que chegue de mansinho, passe um longo tempo na varanda, apreciando a paisagem.

E da janela você vê, em letreiro luminoso, o aviso que reforça, a cada novo dia, aquela verdade incontestável, que deve ter dado origem à expressão “a vida começa aos 40”: a certeza da morte, talvez, seja o grande estímulo pra vida. Então pare de ler essa besteira, meu amigo, e viva, por que na verdade, A VIDA COMEÇA QUANDO A GENTE QUER!

Ela já passou por muitas adversidades, mas conseguiu superar todas elas e hoje, com uma vida mais tranquila, mais regrada e com o apoio do maridão, vive um novo momento em sua vida, na verdade como ela mesmo diz, VIVE UMA NOVA VIDA.

MARI SOUZA COMPLETA 42 

Ela já apareceu por diversas vezes nas páginas do CULTURARTE, desde os seus 39 anos. Sim, são três anos passando por aqui, contando suas histórias, problemas, superações, dando dicas de auto-estima e de como cuidar da melhor forma dos filhos.

Mas na sesta feira 31 de maio, Mari completou 42 maravilhosos anos. Mas não pensem que tudo foram flores em sua vida. Os problemas foram muitos, mas ela soube vencer, superar. É uma guerreira.

Adaptando uma das primeiras matérias que fizemos há 3 anos atrás, vamos contar um pouco da história de Mari Souza.

O nome dela é Mariana Ribeiro de Souza Machado (42). Nascida em Maricá, tem segundo grau completo, é dona de casa, casada há 13 anos embora esteja junto com seu marido há 20 anos, tem dois filhos (um rapaz e uma bonequinha) e mora em Bambuí. Já é vovó de um menino lindo.

Desde bem jovem, seus problemas começaram a surgir. Mariana (ou Mari como prefere ser chamada) engravidou do seu primeiro namorado que infelizmente como acontecesse com muitas jovens, não assumiu a paternidade. Só depois que seu filho fez um ano ele foi procurar Mari. Até então era mãe solteira e assumiu seu filho sozinha. Mari tem muitas histórias para contar, alguns sofrimentos, depressões, angústias, medos e foi justamente em destes momentos que o jornalista Pery Salgado conheceu Mari, quando viu uma postagem de Mari em sua rede social dizendo querer desistir da vida.

Foram alguns dias de papo, de injeção de animo, mostrando o quanto ela era bela, que deveria se valorizar e se respeitar, acreditando que ela é um ser divinal. E o resultado da conversa foi bom e ajudou Mari a se descobrir. Até o relacionamento com o marido que não andava bem, melhorou e hoje vivem um novo momento. E é com ela que vamos conversar hoje:

CULT: Oi Mari, que bom que aquele nosso papo rendeu bons resultados, Uma alegria ter você aqui nas páginas do CULTURARTE. Você estava falando de um dos seus primeiros problemas, que foi a aceitação do pai do seu primeiro filho. Ele nunca te ajudou?

MARI: Nossa, a alegria é minha em estar passando um pouco das minhas histórias de vida e superação para outras mulheres e agradecendo muito aquele nosso primeiro papo. Foi fundamental, uma injeção de ânimo no momento certo, onde eu estava a ponto de fazer uma besteira. 

Sobre sua pergunta o pai do meu primeiro filho quando apareceu fez questão de mudar o registro só para ter o nome dele. Mas ajudar só depois que resolvi colocar na justiça. Meus pais me ajudaram a criar ele. E quando conheci o meu esposo ele foi e é o pai do meu filho.

Mas no início me vi perdida, com 16 anos e grávida. Meu pai revoltado não aceitava. Foram nove meses bem difíceis. Minha vida era normal. Depois que conheci o pai do meu filho mudou completamente. Por ele ser mais velho, já tinha um filho. Me traia muito e eu nova, encantada aceitava.

CULT: Chegou a sofrer algum tipo de violência?

MARI: Não física. Mas as palavras que ouvi doem até hoje. Nossa fui muito humilhada. Parecia que eu estava com alguma doença contagiosa. Só tinha, minha mãe, minha irmã e minha madrinha que me apoiaram. Meu pai foi aceitando com o tempo, entendo o lado dele. 

Eu era a garotinha do papai e de repente estava grávida com 16 anos. De um homem que não queria nada com a vida.

Mas tudo vem para ter um lado bom, depois que meu filho nasceu meu pai parou de beber. E meu filho era e é tudo para ele. Mas isso ficou marcado em mim. Tipo uma cicatriz. Ouvi muitas palavras duras. Por isso tenho meu jeito fechado.

CULT: Você na época já trabalhava ou apenas cuidava do seu filho?

MARI: Trabalhei em supermercado, loja de material de construção, casa de família. E em alguns casos , quando as pessoas ficavam sabendo quem era o pai do meu filho, eles tipo perdiam o respeito por mim e começavam a me assediar de uma maneira tão nojenta... que nossa, só Deus sabe o que eu passei.

CULT: Ai você conheceu seu atual marido se casou e sua vida entrou nos eixos?

MARI: Sim. Porque parei de trabalhar. Meu marido e eu achamos que seria melhor eu parar de trabalhar. Até porque nossos horários nunca batiam. Eu antes de me casar trabalhava na empresa Nossa Senhora do Amparo à noite, limpando ônibus. E ele recém formado na PM. Eu só folgava uma vez na semana e a gente quase não se via.

CULT: Quando nos conhecemos você me disse que o que ajudava muito você era sua academia. Você continua lá?

MARI: Eu no momento estou viciada em treinar. Minha terapia diária. Claro, AMO minha família, mas preciso desse momento pra mim. O que tem me feito muito bem, mentalmente e principalmente fisicamente.

CULT: Há quanto tempo entrou para a academia?

MARI: Olha eu treino desde que minha filha tinha 07 meses, mas focar mesmo foi só em janeiro desse ano (2021). Minhas roupas não entravam entrando e meu marido com suas pérolas soltou um "você está muito barriguda". Aí eu resolvi acordar e me dar um pouco mais de prioridade para mim. Porque antes era cuidar de tudo, casa, filhos e marido e se desse, ia na academia. Acabei engordando muito, realmente não cuidava de mim. Hoje não. Faço sim meus afazeres domésticos mas não me mato mais como antes.

CULT: Você falou que engordou muito. Chegou a pesar quanto e hoje qual o seu peso?

MARI: Cheguei a 80 quilos, hoje estou com cerca de 60, mas com o corpo torneado, delineado, com massa muscular definida. 

CULT: Além da academia, pratica algum esporte? Vi você em sua rede social praticando circuitos.

MARI: Foi a primeira vez que fiz trilha. E AMEI! Sempre quis fazer, mas nunca dava para eu ir. Foi no costão de Itacoatiara em "Itaipu"!

CULT: Quando nos conhecemos você chegou a falar em tirar sua vida. Como foi o processo entre esse momento e o que você está vivendo hoje?

MARI: Estava me sentindo um lixo, como mulher, como mãe, como pessoa. Estava totalmente sem chão. Nessas horas eu só pensava no que passei, no que ouvi, no meu passado. E isso me fazia ficar pior. De vez em quando, acordo pra baixo. Mas não me deixo abater mais não.

CULT: Outro dia disse que acordou muito mal, teve insônia, estava muito para baixo?

MARI: Sim, tenho altos e baixos ainda, mas ainda assim, me mantive firme. Eu mantive minha rotina. O que me ajuda muito. Não estava passando por nenhum problema. Só acordei me sentindo mal.

CULT: Seu relacionamento com o maridão melhorou?

MARI: Sim (sorrisos), agora está sempre me elogiando. Faz de tudo para me agradar, mudou completamente.

CULT: O que você deve a esta REDESCOBERTA por parte dele?

MARI: Ele falou que mudei e venho melhorando cada vez mais. Que mudei para melhor e confesso que é muito bom ouvir isso.

CULT: Você sentiu essa mudança em você, você está realmente vivendo esta mudança?

MARI: Sim, totalmente, estou me aceitando mais e feliz vendo meus resultados. Hoje visto 40. Cheguei a vestir 48. Não conseguia mostrar minha barriga, tinha vergonha. Hoje estou fazendo tratamento estético e estou amando o resultado.

CULT: E o que ou a quem você deve essa mudança, ou essas mudanças, essas vitórias?

MARI: A Deus por estar sempre junto de mim, a mim mesma pois antes achava impossível conseguir chegar no corpo que estou hoje. Por causa da idade, duas gravidez..., isso na questão estética, física, na questão emocional estou muito mais confiante, antes era só insegurança, mas entendi que era só eu ter força de vontade. Como falei, antes pensava que por já estar com 38 anos, duas gravidez, achava que não seria capaz de consegui ter um corpo definido e isso me fazia muito mal. Não conseguia ficar de biquíni. Tinha vergonha. Antes era toda escondida, hoje estou muito mais confiante. Eu hoje sou outra pessoa.

CULT: Recebeu apoio de amigos, amigas, familiares?

MARI: Sim, principalmente das pessoas da academia que sempre falam que eu estou servindo de exemplo. Tanto os professores, quanto os alunos que treinam comigo. Hoje eu faço musculação, jump, ginástica localizada e muay thai e meu esposo me apoia muito. E você também foi de grande importância. Antes de te conhecer e conversar com você eu estava mentalmente perdida. Como tudo isso pode mexer tanto com o psicológico de uma pessoa, e você veio dar uma luz, fazer eu acreditar em mim e me valorizar e salvar pelo lado emocional meu casamento.


CULT: Para terminarmos então, deixe um recado para as mulheres que estão passando ou podem passar pelos problemas que você passou, dando palavras de estimulo.

MARI: A vida é muito curta. Faça o que tem vontade e esqueça o que vão pensar sobre você. Se AME acima de tudo. Viva a vida como se não houvesse um amanhã, um dia de cada vez!!

Aproveito para agradecer a Deus, aos meus amigos e a vocês do CULTURARTE (em especial à voê) que tanto me apoiaram nos meus momentos difíceis. Um beijo grande para todos vocês.

E para nossa querida Mari Souza que em 31 de maio completou, façamos um brinde e que DEUS a ilumine sempre!


Modelo: Mari Souza
Fotos e maquiagem: Flávia Santos







quinta-feira, 30 de maio de 2024

CULTURARTE 269 - maio de 2024

CULTURARTE 269 - maio 2024



- Uma homenagem as nossas queridas MÃES
- Conheça as MUSAS DE MARICÁ DE 2024
- RAYSSA ANTUNES DE SOUZA SÁ é a MUSA DE MARICÁ 2024
- NATÁLIA RANGEL é a MUSA TEEN DE MARICÁ 2024
- ADRIANE CRISTINA MELO é a MUSA PLUS SIZE DEMARICÁ 2024
- MÔNICASAIONARA é a MUSASÊNIOR DE MARICÁ 2024
- MARCELA PORTO é a MUSA TRANS DE MARICÁ 2024
- Conheça AMANDA REGINA, uma jovem negra que vem superando vários desafios e deixando nossa cidade linda como ela
- Uma homenagem da PR PRODUÇÕES aos 210 anos de Maricá
Tudo na edição de maio do Informativo CULTURARTE, já circulando nas versões on line e revista eletrônica










quarta-feira, 29 de maio de 2024

MARICÁ 210 ANOS: MARCELA PORTO É A MUSA TRANS DE MARICÁ 2024

 


Como fazemos todos os anos no aniversário de emancipação politico-administrativa de Maricá, a PR PRODUÇÕES (a única produtora a 'realmente' valorizar a mulher maricaense), faz um processo de seleção para a escolha das musas do município, nas categorias TEEN (de 14 a 17 anos), FIT (de 18 a 34 anos), SÊNIOR (a partir dos 35 anos), TRANS (a partir dos 18 anos) e PLUS SIZE (a partir dos 18 anos).

Desde o dia 25 (véspera dos 210 anos de Maricá), começamos a anunciar as nossas Musas de 2024 e pela primeira vez, temos uma NEGRA como vencedora da categoria Sênior.

MONICA SAIONARA, EX-MORADORA DE RUA, É A MUSA SÊNIOR DE MARICÁ 2024

Mônica Saionara Santiago (42), nascida no Rio de Janeiro em Jacarepaguá, está há 9 anos morando em Maricá no bairro de Itaocaia Valley. Confira tudo acessando https://culturarteenpr.blogspot.com/2024/05/marica-210-anos-monica-saionara-ex.html

RAYSSA ANTUNES DE SOUZA SÁ É A MUSA DE MARICÁ 2024

Na principal categoria (FIT), com candidatas de 18 a 34 anos, a vencedora foi Rayssa Antunes de Souza Sá (21 - foto acima). Estudante e já profissional de saúde (é cuidadora de idosos), afirma que é muito extrovertida e uma menina muito sapeca (no bom sentido, pela sua alegria de viver bem a vida). Quer conhecer tudo sobre a Musa de Maricá 2024? Acesse https://culturarteenpr.blogspot.com/2024/05/marica-210-anos-rayssa-de-souza-sa-e.html.

ADRIANE CRISTINA MELO (NANY) É A MUSA PLUS SIZE DE MARICÁ 2024

Adriane Cristina Melo (53), uma louraça linda, é nascida e criada em Curitiba (PR). Mãe de quatro lindos filhos - Rafael 2), Allyne 26, Danielle 24 e a temporão Sarah 8, e vovó da Livia (3), filha de Danielle que está grávida de três meses, é formada em Estética e Imagem Pessoal pela Universidade Tuiuti do Paraná UTPPR. Apesar de extremamente bonita (sempre chamou atenção por onde passava), o cuidado da imagem dos outros sempre foi sua prioridade, pois é o seu trabalho e o que mais gosta de fazer. Moradora de Maricá desde 2019, ela foi a escolhida como MUSA PLUS SIZE DE MARICÁ 2024. Quer conhecer a história de vida e superações de Nane? Acesse https://culturarteenpr.blogspot.com/2024/05/marica-210-anos-adriane-cristina-melo.html.


NATÁLIA RANGEL É A MUSA TEEN DE MARICÁ 2024

Apesar de já estar com 17 anos, Natália Eduarda Paiva Rangel estudante do 2º ano do ensino médio, continua com carinha de menininha de 14 aninhos. Maricaense, filha da produtora de eventos e musicista Vanessa Esquerdo (criadora e líder do grupo Tempero do Forró e integrante do grupo As Arrochadas do Brasil), mora com sua mamãe coruja em Itaipuaçu. Quer saber mais? Acesse https://culturarteenpr.blogspot.com/2024/05/marica-210-anos-natalia-rangel-e-musa.html.

MARCELA PORTO É A MUSA TRANS DE MARICÁ 2024

E na quarta feira 29 de maio, ainda nas comemorações dos 210 anos de Maricá, temos o prazer de apresentar a MUSA TRANS DE MARICÁ DE 2024, Marcela Porto, conhecida artisticamente como "Mulher Abacaxi".


Nascida no interior de Campos dos Goytacazes, Marcela (nome de batismo - Bruno), vem de uma família de caminhoneiros e esse DNA continua firme no seu sangue.


Marcela ou Bruno, começou a descobrir que era 'menina' já aos sete anos de idade, quando se olhava no espelho e não conseguia se identificar como menino. Apesar de ser um menino muito bonito, se achava uma figura feia. Com isso, começou a usar escondida, roupas da mãe e da sua irmã e começou a se identificar.

Mas era difícil em uma família tradicional do interior, com oito filhos (duas meninas e seis meninos incluindo Bruno) e todos com o viés de caminhoneiros, se assumir.


Saindo de Campos, sua família veio morar na favela da Maré, e na época (mais de 30 anos atrás), o preconceito com gays era infinitamente maior do que é hoje e ainda não existia o termo 'mulher trans' e sim 'travesti', que em boa parte se prostituia para poder se sustentar. Mas não era isso que 'Bruno' queria. 


Foi então que começou sua carreira artística fazendo dupla com sua irmã, mas o incomodo com sua imagem fez com que tomasse a decisão mais importante de sua vida (segundo seus relatos para nossa reportagem): a de assumir sua verdadeira sexualidade.


Em 2010, o ritmo funk entrou em alta e Bruno passou a se montar como DRAG QUEEN para entrar para a Furacão 2000, que dominava o funk no país. Foi em sua participação no DVD ARMAGEDOM 3 da Furacão, que Bruno (Marcela Porto) virou a MULHER ABACAXI, marcando presença em várias capas de DVDs, revistas e jornais por todo o Brasil, dando uma grande alavancada em sua vida artística.


A decisão de se tornar a 'Mulher Abacaxi', veio na febre das 'mulheres frutas', onde se destacou por ser a única transsexual do meio e sempre defendendo a causa LGBT, assim como os caminhoneiros (onde passou a virar ícone).


Foi a primeira mulher trans a ser 'RING GIRL' do MMA. Com a careira já consolidada, participou de diversos programas de TV, como o 'programa do Ratinho' onde falou de sua vida e sua transformação no quadro exclusivo "Bruno tem um segredo". 


Participou com enorme brilho dos programas CASOS DE FAMÍLIA do SBT, TV FAMA da Rede TV! onde foi proclamada a "Rainha dos Caminhoneiros", vencendo SULA MIRANDA (irmã de Gretchen) em enquete feita pelo programa.


Também participou dos programas "Quem convence ganha mais" apresentado por Suzy Camacho no SBT e no "Qual é a música?" no programa Silvio Santos, já apresentado por Silvia Abravanel (pós pandemia).


Marcela confessa que demorou muito para literalmente se assumir como mulher, e parar de se 'transformar' para se apresentar e até para viver. A decisão veio há cerca de 10 anos, com a morte de sua mãe e hoje ela não apenas se sente uma mulher, mas é 'uma mulher', o que para ela, mudou totalmente sua vida e a transformou numa outra pessoa. "Não existe prêmio de loteria que me faça reverter essa condição. Sou 'mulher', e mais do que muitas de nascença.


Morando em Maricá no Jardim Atlântico distrito de Itaipuaçu há 35 anos, Marcela se sente totalmente maricaense. Atualmente tem uma empresa de transporte de caminhões chama MS MINEIROS, sediada em Maricá e continua nas estradas trabalhando como caminhoneira, operadora de máquinas (tipo retroescavadeira da sua empresa), sem deixar a vida artística, fazendo belíssimas matérias, ensaios fotográficos, participando de concursos, sendo chamada para escolas de samba dentre outros afazeres.


SAMBA NA VEIA

Em 2016 foi escolhida a Musa da Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo , sendo a primeira mulher trans a receber esse título no carnaval carioca, com enorme repercussão em todo o país. 
Em 2018, conquistou o título de primeira Musa Trans do Carnaval Carioca.


Em 2022 foi Madrinha da Unidos da Ponte e em 2023, Marcela desfilou na Acadêmicos de Niterói como Rainha da Escola, chamando muita atenção por desfilar com seus belos seios à mostra, fato que culminou com o fim do seu casamento.


Em 2024 foi escolhida Musa da tradicional escola carioca Em Cima da Hora e Rainha da Vila Kennedy.


Também em 2024, uma alegria seguida de uma grande decepção. Marcela foi escolhida Rainha da União de Maricá, escola da cidade onde reside e ama, porém sem maiores explicações, retiraram seu título e não permitiriam que desfilasse dando-lhe literalmente as costas, no mesmo momento que Valéria Valenssa (a ex Globeleza) chegava à escola.


Com mais de dois milhões de seguidores no seu Instagram, Marcela mostra o seu dia a dia como artista e caminhoneira e quer se enveredar na vida política.


Por sua história e representatividade, Marcela Porto foi escolhida a MUSA TRANS DE MARICÁ 2024. 


A entrega do seu certificado acontecerá em data e local a ser confirmado após sua chegada em Maricá, pois segundo ela, só retornará à cidade em 1º de julho, estando nas estradas até lá, trabalhando como caminhoneira, sua grande paixão!