quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Artesanato – Expressão Artística – Arte ou quebra do Ego Europeu? por Erika Pessanha


 Nas rodas de conversa entre os artistas, sempre rola debates calorosos sobre o que é artesanato e o que é arte. Eu vou dar a minha opinião, de hoje, aos meus 52 anos.

O que eu me pergunto, é se o que nos torna artistas plásticos é o nosso expressar artístico imagético, expressar este tão importante que pode libertar toda uma geração.

Ou se a nossa missão é gastar uma vida no intuito de criar uma obra de arte, quantos de nós conseguirão? Quantos de nós deixa de ter um mérito social ou profissional por não cumprir esse propósito de “mestre”. 

Quem tem o poder e prepotência de declarar o limiar entre a obra de arte e o artesanato, justo aqui no Brasil?

Eu vejo arte em quase tudo do cotidiano, eu me emociono por exemplo com simples peças em que eu sinto a energia humana, eu me emociono com mensagens, e em função da minha alma artística, eu me sinto compromissada de aumentar o universo onírico daqueles com os quais eu convivo. 

Então, eu posso ver arte numa mandala de barbante, eu posso ver arte até em um pano de prato que me lembre da minha avó, sim! EU POSSO.

TODOS PODEM

Na década de 80 o mercado de artes plásticas no Brasil era completamente elitizado, poucos eleitos enriqueciam, e apenas a estes eleitos era dado o título de artista plástico, a dificuldade de se galgar degraus profissionais, por décadas afastou milhares de Brasileiros de seus propósitos acadêmicos nas áreas de artes visuais.

Décadas antes deste esvaziamento acadêmico, Nise da Silveira ajudava o paciente Emídio no Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro, na década de 1940. Emídio foi um dos casos de sucesso da abordagem terapêutica inovadora de Nise, que consistia em usar a expressão artística como forma de tratamento para pacientes com transtornos mentais. Ela acreditava na importância da arte como meio de comunicação e de expressão emocional, e esse método revolucionário acabou influenciando a psiquiatria e a saúde mental no Brasil e no mundo.

Voltando a década de 80, ela foi um vácuo de correntes artísticas, que ao meu ver, existiram, mas simplesmente por falta de um rumo acadêmico, não tivemos sequer profissionais nas áreas de crítica, curadoria e de marchands com a capacidade de limpar todas as nossas influências eurocêntricas e começar a ilustrar e documentar todas as correntes, que na verdade, sempre aconteceram no Brasil.

Então antes de tal vácuo tivemos:

Antes das tendências e movimentos artísticos mais contemporâneos no Brasil, houve uma série de movimentos e correntes artísticas que tiveram impacto significativo na cena cultural do país. Alguns dos mais influentes incluem:

Barroco Brasileiro (séculos 17 e 18): Influenciado pelo Barroco europeu, o Barroco Brasileiro se destacou na arquitetura, escultura e pintura. Exemplos notáveis incluem as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde.

Neoclassicismo (final do século 18 e início do 19): Este movimento foi marcado pela influência dos ideais clássicos gregos e romanos. Artistas como Debret e Taunay produziram obras que refletiam esses princípios.

Romantismo (início do século 19): O Romantismo teve um impacto significativo no Brasil, especialmente durante o período do Brasil Império. Artistas como Victor Meirelles e Johann Moritz Rugendas produziram obras notáveis dentro dessa estética.

Realismo (final do século 19): O Realismo trouxe uma abordagem mais objetiva e crítica à representação da realidade. Almeida Junior é um exemplo proeminente de um pintor realista brasileiro.

Modernismo (início do século 20): O Modernismo foi um movimento cultural abrangente que influenciou a literatura, artes plásticas, arquitetura e outras formas de expressão. Artistas como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Cândido Portinari foram figuras centrais deste movimento.

Semana de Arte Moderna de 1922: Este evento foi um marco na história da arte brasileira, marcando a consolidação do movimento modernista no país. A Semana de Arte Moderna teve um impacto duradouro na cultura brasileira.

Abstracionismo e Concretismo (meados do século 20): Movimentos que exploraram a abstração e a geometria na arte. Figuras como Lygia Clark e Hélio Oiticica foram importantes neste contexto.

Tropicália (final dos anos 1960): Um movimento cultural que abrangeu música, artes visuais e outras formas de expressão, refletindo uma fusão de elementos tradicionais brasileiros e influências da cultura pop global.

Esses são apenas alguns dos principais movimentos que moldaram a cena artística brasileira ao longo dos anos. Cada um desses movimentos contribuiu para a rica tapeçaria da arte no Brasil e influenciou gerações subsequentes de artistas. Poucas ainda sem influência europeia.

"O filho do homem" de René Magritte

Atualmente podemos observar:

Arte Contemporânea: Este é um termo amplo que abrange uma grande variedade de estilos e técnicas. Artistas contemporâneos no Brasil estão envolvidos em uma ampla gama de expressões, incluindo instalações, videoarte, performances, entre outras formas.

Grafite e Street Art: O Brasil tem uma cena de street art muito ativa e influente, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Artistas brasileiros têm contribuído significativamente para o desenvolvimento global dessa forma de expressão.

Arte Urbana e Intervenção Urbana: Além do grafite, muitos artistas têm explorado outras formas de intervenção urbana, como esculturas, murais, instalações temporárias e performances nas ruas.

Arte Digital e Novas Mídias: Com os avanços tecnológicos, os artistas brasileiros têm explorado cada vez mais as possibilidades oferecidas pela arte digital, realidade virtual e outras formas de novas mídias.

Arte Indígena Contemporânea: Artistas indígenas têm desempenhado um papel importante na cena artística brasileira, trazendo perspectivas culturais únicas e uma abordagem contemporânea à expressão artística.

Arte Afro-Brasileira: Artistas afro-brasileiros têm usado suas obras para explorar questões de identidade, ancestralidade e racismo, contribuindo para um diálogo importante sobre a diversidade cultural do país.

O que esteve entre o vácuo dos anos 80 e da atualidade? Estarão essas novas correntes sendo documentadas, discutidas, elaboradas como devem ser elaboradas? De forma humana, ampla e plenamente Brasileira?

No desenho abaixo, obra de Cristiane Eller, paciente do CAPS de Maricá.


Texto: Erika Pessanha, artista plástica, artesã e professora de artes e desenho
("Sou meu amor por artes, design, cultura, cinema, filosofia, poesia, pintura, psicologia e arteterapia")


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