Aos 22 anos, Rikkie Kollé quebra tabus em seu país
Sinal dos novos tempos, do Novo Mundo, do sonho realizado desde 2015 pela produtora brasileira PR PRODUÇÕES (veja matéria abaixo) e agora finalmente chegando ao maior e mais importante concurso de beleza do mundo.
A modelo Rikkie Kollé (22) — uma mulher trans — acaba de ser coroada Miss Holanda 2023 e vai representar o país no concurso de Miss Universo previsto para dezembro, em El Salvador.
Rikkie Valerie Kollé foi coroada por sua predecessora, Ona Moody (de vestido verde), no palco do AFAS Theatre em Leusden.
De vestido vermelho e salto agulha elevando ainda mais seu 1,85 metro de altura, a morena Rikkie comemorou a vitória na passarela e no Twitter, onde postou “EU CONSEGUI!” — assim, em maiúsculas.
Ela é a segunda trans a concorrer ao Miss Universo, depois da espanhola Angela Ponce, em 2018, e o incentivo vem do alto: a empresária tailandesa Anne Jakrajutatip (veja quem é na parte final desta matéria), atual dona da franquia que já pertenceu a Donald Trump, também se define como transgênero.
DISCURSO DE ÓDIO
Em entrevista à Reuters, Kollé disse ter se tornado alvo de discurso de ódio depois de vencer a competição que lhe atribuiu a vaga para a disputa do tradicional concurso de Miss Universo.
Ela afirmou ainda que estava tentando se concentras nas coisas boas, em vez de comentários odiosos disparados pelas redes sociais.
"Achei que estávamos realmente aceitando... na Holanda, mas os comentários de ódio mostram o outro lado da nossa sociedade. Espero que seja um alerta", disse ela. "Por enquanto, eu ignoro totalmente. Eu me concentro nas coisas boas que estão vindo em minha direção."
A modelo deixa claro que os comentários negativos foram gratuitos e que as pessoas a odeiam apenas por ser quem é.
"Eu só quero mostrar Rikkie ao mundo e, claro, minha história trans, e ser criticada por isso é realmente triste."
VITÓRIA E CONQUISTA DA PR PRODUÇÕES
O concurso Miss Universo de 2023 onde a gaúcha Maria Eduarda (19) venceu (foto abaixo), está sendo considerado histórico por ser a primeira vez em que mulheres casadas e com filhos estão podendo participar.
Desde 2014, o produtor e jornalista Pery Salgado através da PR PRODUÇÕES vem trazendo essa nova política de realizar concursos de beleza em todas as categorias (principal ou Fit, Plus Size, Inclusivas - para pessoas com deficiência física e Sênior, além do possível inclusão de mulheres trans), dando oportunidades a mulheres solteiras, casadas, divorciadas, viúvas, com filhos (naturais ou não), com piercing e tatuagens (com determinados parâmetros estéticos) e a partir de 2015, após a criação da categoria NOVO MUNDO (por acreditar que já estávamos vivendo um mundo novo e mais inclusivo), o produtor e jornalista Pery Salgado começou a realizar concursos presenciais e on line com estas candidatas, aumentando o universo de mulheres participantes de concursos e ajudando a realizar sonhos e elevar a auto-estima.
Nossa primeira Miss Brasil Novo Mundo (2016) foi Aniely Andrade - foto acima - (Miss Nova Iguaçu e Miss estado do Rio de Janeiro 2015), passando por Monica Brione e Priscilla Araújo. A atual Miss Brasil Novo Mundo é Fernanda Brasil Pereira (foto acima).
Neste Miss Brasil Universo histórico, foram três mães na competição: as misses Goiás, Renata Guerra Otoni; Piauí, Gabriela Reis Menezes; e Maranhão, Lorena Caroline Maia e Silva.
Milionária trans compra o Miss Universo e torna-se a 1ª mulher na direção do concurso
A empresária tailandesa transgênero Anne Jakapong Jakrajutatip comprou a organizadora do concurso de beleza Miss Universo, que já havia sido propriedade de Donald Trump, por US$ 20 milhões, informou a companhia dela em comunicado.
Figura proeminente na televisão tailandesa e defensora dos direitos LGBTQIAP+, Anne JKN é a primeira mulher a assumir a direção do popular concurso de beleza. Conforme ela disse à imprensa, esta negocioação foi uma "forte e estratégica adição" ao portfólio da empresa.
Anne JKN dirige o grupo de mídia JKN Global e é conhecida em seu país por apresentar a versão tailandesa do reality show Project Runway. Sua fortuna é estimada em US$ 170 milhões, segundo a Forbes.
As negociações de compra com a ex-proprietária do concurso, a IMG, subsidiária da gigante de entretenimento norte-americana Endeavor, levaram um ano. A IMG era a dona do concurso desde 2015, depois de comprá-lo do empresário e ex-presidente dos EUA Donald Trump.
Em uma mensagem no Facebook, a nova proprietária agradeceu aos fãs do concurso pelo amor e apoio.
“Esperamos não apenas continuar o legado do concurso, fornecendo uma plataforma para pessoas apaixonadas de diversas origens, culturas e tradições, mas também evoluir a marca para a próxima geração”, disse Anne JKN em comunicado.
O concurso, criado há 72 anos e atualmente transmitido em 165 país, tem sua próxima edição marcada para El Salvador em dezembro de 2023. Este foi o primeiro ano (ainda em função da pandemia da covid-19), que aconteceram duas edições. Em janeiro, a edição 2022 aconteceu em Nova Orleans e a vencedora foi R'Bonney Gabriel, dos EUA (foto abaixo).
