Grande final do concurso que define a representante do país no Miss Universo, maior e mais tradicional concurso de beleza do mundo ocorreu na noite do sábado (08), em São Paulo
Soberanos na competição, os gaúchos garantiram na noite deste sábado (8) a 15ª coroa no Miss Universo Brasil. O feito é da Miss Rio Grande do Sul Maria Eduarda Brechane, que venceu a grande final do concurso e é agora a Miss Universo Brasil 2023. A decisão ocorreu no Pátio Welucci, em São Paulo.
A gaúcha de Rio Grande superou as outras 26 candidatas e será a encarregada de representar o Brasil no Miss Universo, marcado para dezembro, em El Salvador. Ela também recebeu o prêmio de R$ 50 mil.
O segundo lugar foi para a miss Miss Mato Grosso, Bárbara Reis, e a terceira colocação ficou com a Miss São Paulo, Vitória Brodt, que também é gaúcha mas defendeu o Estado do sudeste brasileiro.
Maria Eduarda Brechane tem 19 anos e brilhou na competição respondendo questões sobre educação e combate ao ódio nas redes sociais. A rio-grandina é estudante de jornalismo e foi escolhida por unanimidade, em maio deste ano, para representar o Rio Grande do Sul na etapa nacional. Desde então, deu segmento ao trabalho filantrópico junto à comunidade surda ao mesmo tempo em que se preparava para o concurso nacional através da sua campanha Maria Brasileira, que define como “uma Maria para representar todas as Marias do Brasil”.
Foi a Miss Universo Brasil 2022 Mia Mamede quem coroou a nova representante do país. O assessório de luxo assinado pelo joalheiro Miguel Alcade foi batizada de “Iêda” em homenagem à gaúcha Ieda Maria Vargas, primeira brasileira a conquistar o Miss Universo, há 60 anos. A coroa tem mais de três mil pedras e seis topázios, um para cada década do reinado da gaúcha.
A própria Ieda, hoje com 78 anos (foto acima ao centro), subiu ao palco para ser celebrada, o que foi feito por meio de um vídeo que relembrou sua trajetória de miss e definiu-a como “uma mulher extraordinária que abriu caminho para que outras mulheres também pudessem passar”.
VITÓRIA E CONQUISTA DA PR PRODUÇÕES
O concurso deste ano foi considerado histórico por ser a primeira vez em que mulheres casadas e com filhos puderam participar.
Desde 2014, a PR PRODUÇÕES vem trazendo essa nova política de realizar concursos de beleza em todas as categorias (principal ou Fit, Plus Size. Inclusivas e Sênior), dando oportunidades a mulheres solteiras, casadas, divorciadas, viúvas, com filhos (naturais ou não), com piercing e tatuagens (com determinados parâmetros estéticos) e a partir de 2015, após a criação da categoria NOVO MUNDO (por acreditar que já estávamos vivendo um mundo novo e mais inclusivo), a produtor e jornalista Pery Salgado começou a realizar concursos presenciais e on line com estas candidatas, aumentando o universo de mulheres participantes de concursos e ajudando a realizar sonhos e elevar a auto-estima.
Nossa primeira Miss Brasil Novo Mundo (2016) foi Aniely Andrade - foto abaixo - (Miss Nova Iguaçu e Miss estado do Rio de Janeiro 2015). A atual Miss Brasil Novo Mundo é Fernanda Brasil Pereira.
Neste Miss Brasil Universo histórico, foram três mães na competição: as misses Goiás, Renata Guerra Otoni; Piauí, Gabriela Reis Menezes; e Maranhão, Lorena Caroline Maia e Silva.
A cerimônia teve como apresentadora a jornalista Cris Barth e como jurados a jornalista Mônica Salgado, a Miss Universo Brasil 2019 Júlia Horta, a international menager Sabrina Muller, a apresentadora Renata Kuerten, o dermatologista Fábio Rebuci, o médico vascular Gustavo Marcato, o diretor de passarela, Namie Wihby, o cirurgião plástico Gustavo Aquino, a Miss Universo 2011 Leila Lopes e o joalheiro Miguel Alcade. Eles ficaram encarregados da avaliação não só da beleza das candidatas, mas também da inteligência, postura, simpatia, carisma, desenvoltura, fotogenia, passarela, oratória e objetividade em responder às perguntas.
Presença gaúcha
Logo antes do início da transmissão oficial do concurso, a Miss Rio Grande do Sul homenageou a Chama Crioula durante a o desfile de trajes típicos da competição. O traje era composto por uma longa capa, com iluminação interna, e um maiô com brilhos em laranja, amarelo e vermelho. Botas, luvas, brincos e uma coroa completavam o look, assinado por Bruno Oliveira, que buscou simbolizar os valores e os costumes gaúchos.
Na preparação para a competição, Maria Eduarda já havia dito à Donna que contava com a força da mulher gaúcha para buscar a vitória.
Como foi o concurso
Depois de ficarem confinadas por seis dias em um hotel de São Paulo, as 27 misses eleitas nos Estados brasileiros e no distrito federal enfim foram a público na noite deste sábado. Vestindo looks assinados pelo designer de moda George Azevedo, elas entraram desfilando pela plateia e subiram ao pela primeira vez ao som de Amarelo, Azul e Branco, música de Anavitória e Rita Lee. Ali foi o momento das apresentações, onde bradaram seus nomes e os Estados que representam.
Uma votação popular que ficou aberta até as 16h de sábado decidiu quais das 27 iriam continuar na competição. Avançaram para o Top 16 as representantes do Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Alagoas, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins, São Paulo, Goiás, Pará e Sergipe.
Foi ao som de um violino tocando Anunciação, de Alceu Valença, que as 16 misses exibiram seus trajes de gala. Em seguida, definiu-se quem ficaria no Top 7, formado por seis classificadas pelos jurados e uma classificada por voto popular. Foram elas as misses Pará, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, e a eleita pelo público, Amazonas.
As sete protagonizaram também um desfile de traje de banho, assinado novamente por George Azevedo e, logo depois, participaram de uma rodada de perguntas sobre temas como inteligência artificial, hate na internet, papel da mulher na sociedade e papel da miss.
A gaúcha foi perguntada por Renata Kurten:
— Como você acredita que as misses podem utilizar sua influência e plataforma para combater o hate nas redes sociais e promover um ambiente online mais seguro e inclusivo para todas as pessoas?
Maria Eduarda respondeu:
— É muito importante falar sobre a questão de cyberbullying porque, além de ser um crime, isso afeta muitas pessoas nas redes sociais. Nós vemos que as redes sociais não têm um controle, então qualquer pessoa pode comentar qualquer coisa e assim afetar diversos indivíduos. O discurso de ódio nas redes sociais é algo real e que precisa ser cuidado. E é sim trabalho de uma miss usar a sua fala e a sua influência para mudar essa história.
Eu hoje trabalho nas minhas redes sociais com esse discurso de amor ao próximo, independente do seu credo, da sua raça, independente do que acredita. Defendo acima de tudo o amor e que isso transpareça nas redes sociais. É nosso trabalho mudar isso. Além de como miss, como uma mulher e atuante na sociedade — concluiu Maria.
Ao final desta etapa, foi a vez de Mia Mamede fazer o seu desfile de despedida como Miss Universo Brasil, usando um vestido estampado com artes do artista visual Kobra. Logo em seguida, os jurados definiram quem avançaria para o Top 3: São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, que tiveram que falar sobre temas como inovação e tecnologia, meio ambiente e educação.
Por fim, as três finalistas fizeram o chamado "final look", último desfile de apresentação para o público e a banca de avaliadores. O encerramento ocorreu com a coroação da nova Miss Universo Brasil, Maria Eduarda Brechane.
Quem é Maria Eduarda Brechane, eleita Miss Brasil 2023 aos 19 anos
Natural de Rio Grande, estudante de Jornalismo conquistou a 15ª coroa nacional para o Estado, que lidera o ranking de vencedoras do concurso que tem 69 anos
Os dois anos de preparação para o concurso foram recompensados a Maria Eduarda Brechane, 19 anos, na madrugada deste domingo (8), com a coroa e a faixa de Miss Universo Brasil 2023. A modelo e estudante de Jornalismo superou outras 26 candidatas com beleza, carisma e boa comunicação, e trouxe a 15ª coroa nacional para o Rio Grande do Sul.
O Estado lidera o ranking do concurso que tem 69 anos, seguido de Minas Gerais, com nove faixas, e de São Paulo e Rio de Janeiro, empatados com oito títulos cada.
Modelo desde os 13 anos e apaixonada pelo universo das misses, ela contou que sempre teve vontade de participar da competição e estava confiante em trazer o título para os gaúchos.
— Foi uma preparação física e psicológica. Eu estudei muito a nossa sociedade, entendi todas as deficiências para trabalhar em cima disso — diz.
Na disputa nacional, no desfile de trajes típicos, a gaúcha homenageou a Chama Crioula, símbolo do tradicionalismo gaúcho.
Natural de Rio Grande, a miss cresceu na beira da praia. Para Maria Eduarda, o mar e a natureza representam parte do que ela é. E também afirma se considerar uma pessoa ativa e enérgica, apaixonada por comunicação e moda.
Ela se descreve como uma pessoa corajosa, que se arrisca em várias frentes. Não à toa, já praticou diferentes esportes e atua em diversas áreas: surfa, joga beach tennis, vôlei, handebol e pratica dança. Além disso, é atriz e artista plástica.
— Nós até estávamos brincando pós-concurso: "O que a Maria não faz? A Maria faz tudo". Porque eu sou muito corajosa de me atrever a fazer as coisas — comenta.
Essa é a primeira vez que uma candidata de Rio Grande vence o Miss Universo Rio Grande do Sul e o Miss Brasil. Dessa forma, a modelo aponta que sua trajetória pode servir de inspiração para outras jovens do Interior.
— É, sim, possível. Se você quiser e se dedicar — reforça.
Antes de ser a 15ª gaúcha coroada Miss Brasil, Maria já sabia da responsabilidade que lhe aguardava.
— É uma responsabilidade grande, que abraço com muita felicidade. Não serão medidos esforços para dar o melhor no Miss Brasil e representar a beleza, força e determinação da mulher gaúcha, porque é isso que represento. Além de um corpo, represento uma personalidade única e nossa — explica.
Ligada há anos a projetos sociais, pretende seguir com essa pauta como miss. O seu principal objetivo é incentivar a cultura, o esporte e o lazer.
— Isso faz muita diferença e tem um impacto muito grande na vida de toda uma sociedade. Quando você trabalha com essas questões, tem a oportunidade de tirar crianças da rua, inspirá-las a tentarem algo novo — esclarece.
Antes da competição nacional, ela revelou como era a rotina de preparação, e disse investir em estudo, terapia, atividades físicas e mentoria para lidar com eventuais haters da internet e com suas próprias expectativas.
— A preparação está sendo constante. Eu acordo, treino, vejo concursos anteriores, estudo a nossa sociedade e as deficiências que se tem hoje. É um trabalho em conjunto com o setor público, com as questões de trabalho social que eu mantenho. Então eu continuo com toda a garra que tive para o Miss Rio Grande do Sul, agora focando no Miss Brasil — garantiu.
Maria sempre esteve confiante na força do “DNA gaúcho” para garantir a 15ª conquista para o Estado.
— Uma miss precisa ser líder transformacional, alguém que venha para impactar. Hoje, só a beleza não basta, ela precisa ter uma voz e uma imponência. Precisa ser forte e firme, e é por isso que agradeço todos os dias por ser gaúcha, porque nos é ensinado a ser fortes e lutar por aquilo em que acreditamos. Posso dizer que a miss do Rio Grande do Sul é forte — diz.
Essa edição da competição teve um temperinho a mais para a representante do RS: a coroa do Miss Universo Brasil 2023 ganhou o nome de "Ieda", em homenagem aos 60 anos do título da primeira brasileira a conquistar o Miss Universo, a gaúcha Ieda Maria Vargas. Para Maria, a veterana é uma inspiração:
— É de arrepiar. A Ieda fez história, é uma mulher maravilhosa e muito, muito forte que eu tive o prazer de conhecer. Eu fui a única candidata que já conheceu ela, as outras vão conhecê-la no Miss Brasil e tenho certeza de que vão se apaixonar por essa mulher e pela história dela.
Quero levar um pouco de tudo o que ela fez, um pouco de toda sua trajetória comigo no Miss Brasil. Se hoje faz 60 anos de Ieda Maria no Miss Universo, que se faça uma nova Maria no Miss Brasil.
MISS UNIVERSO
O Miss Universo 2023 será a 72ª edição do concurso de beleza Miss Universo, quando, ao final do evento, R'Bonney Gabriel, dos Estados Unidos, coroará sua sucessora. A grande final televisionada está marcada para o final de 2023 em San Salvador, El Salvador.
Desde já fica a torcida para nossa MISS BRASIL UNIVERSO 2023, a gaúcha Maria Eduarda Brechane, para que siga os passos de Ieda Maria Vargas, primeira brasileira a conquistar o Miss Universo, há 60 anos.