Leitora assídua do CulturarTEEN e do Barão de Inohan, Roberta Rodrigues da Silva de Paula (37), ficou consternada com as publicações que vem aumentando sobre a violência contra as mulheres, mas a gota d'água para ela procurar a nossa redação e abrir o verbo, foi a matéria sobre uma jovem morta a pauladas pelo seu "companheiro", no bairro de São José do Imbassai, em Maric - RJ (https://obaraoj.blogspot.com/2021/04/sepultada-mulher-morta-pauladas-pelo.html).
Nascida em Maricá, Roberta tem o primeiro ano do ensino médio, trabalha com serviços gerais e mora no Minha Casa Minha Vida de Inoã.
Roberta que passou por problema semelhante, mas conseguiu se livrar, superar e hoje ter uma vida segura, tranquila, resolveu contar sua história, para servir de estímulo para que outras mulheres lutem pelo seu espaço e pelo seu devido respeito:
"Bom, conheci o indivíduo. No começo tudo normal fui morar com ele, parecia uma ótima pessoa só que com passar de alguns meses começou a beber muito e as segundas faltar ao trabalho. Vivia bêbado cheguei a me separar mas voltei ao descobrir a gravidez.
Eu estava afastada da igreja, ele foi ficando violento às vezes se manifestava com um espírito maligno querendo me forçar contra a parede, me machucava muito.
Eu não tinha apoio de ninguém pois estava com depressão e não conseguia nem um trabalho, resumindo tive uma gravidez agitada pois ele bebia e chegava em casa agressivo, tive meu filho e pensando que iria melhorar, vi que tudo piorou.
DA BEBIDA PARA AS DROGAS
Resolvi voltar para igreja e comecei a orar, aí ele parou com a bebida mas começou a usar drogas. Eu ia para igreja, e quando chegava em casa ele estava drogado e dizia que eu estava com o pastor.
Às vezes dizia que se eu fosse para igreja, eu ia voltar e ele ia me bater de pau e me mostrava o pau. Orava muito, pedia muita ajuda de Deus e quando eu voltava ele estava calmo. Lembro uma vez que fui levar a palavra e quando voltei para casa ele pediu para eu tirar a roupa. Na hora faltou luz e ele pegou o facão para me matar, ai eu gritei e disse 'como vou correr com meu filho e pelada' eu gritei 'me mata", mas logo depois ele se acalmou e eu me vesti.
Eu quis me separar mas ele dizia o meu filho eu não levaria. Uma vez no mercado ele fez uma ignorância comigo, o segurança viu e foi falar com ele. Viemos embora e eu sendo xingada até em casa. Chegando no quintal começou a me socar, apanhei muito, eu chorava e orava pra Deus mudar ele, mas ao passar do tempo mudei a minha oração; pedi a Deus 'se o senhor tirar ele da minha vida eu vou fazer sua obra'.
Meu filho estava com um ano. Fui numa consagração desesperada pois antes disso ele tinha colocado uma faca no meu peito. Lá, Deus falou comigo, voltei pra casa e ele disse que eu poderia ir com meu filho. Eu fui, aproveitei a oportunidade e fui morar com uma amiga, mas minha paz ainda não havia chegado e ele começou a me perseguir para voltar para casa, sempre me ameaçando.
Teve uma consagração na casa da minha amiga, mas mesmo lá elebateu no meu rosto. Fui para casa da minha tia, depois pra cada da minha mãe, sempre fugindo e ele me perseguindo.
LEI MARIA DA PENHA NÃO ADIANTOU
Fui na delegacia, lá uma demora para intimação e ele me perseguindo me ameaçando. Mas consegui a intervenção da lei Maria da Penha, distância de 100 metros, mas nada adiantou. Ele ia atrás de mim me xingando, humilhando, quando conheci meu atual esposo que assumiu com meu filho e me deu valor, mas o indivíduo ainda tentava de tudo, dizia que ia dar chumbinho ao meu filho e se matar.
Olha, se não fosse Deus e meu esposo estaria morta. Não tive medida protetiva. No juízo tive que parar com o processo pois era muito ameaçada, mas com a oração venci. Há onze anos não me persegue mais.
Cheguei a morar na casa dos outros, mas hoje tenho meu apartamento. Casei, cheguei a dormir num colchão de rua de aluguel que eu morei com meu filho. Hoje tenho minhas coisas, hoje sou Pastora, tenho um sono tranquilo e ele não me persegue mais.
Eu deixo paras mulheres a seguinte mensagem: 'Não tenha medo de sair de um relacionamento abusivo, ele dizia que eu era pior que um pano de chão, que ninguém ia me querer, hoje estou casada há nove anos, não passo mais fome. Hoje meu filho tem o que comer e dormir tranquilo, sou feliz amada e faço feliz a obra de Deus, procurando sempre ajudar principalmente mulheres que estejam passando por tudo o que passei. Aproveito para parabenizar e agradecer ao jornalista Pery pelo seu trabalho e pela oportunidade de nos dar vós. Que Deus nos abençoe!" finalizou a Pastora Roberta Rodrigues.
A Pastora Roberta disponibilizou seu celular (e whatsapp) para quem precisar de auxílio moral e espiritual: (21) 97184-3476.