O nome dela é Izabelle Vitória da Silva Pinto (22), e vitórias, superações, conquistas, fazem parte da sua vida. Estudante do 1º ano do ensino médio no Colégio Ulysses Guimarães (passou para o 2º ano), nasceu no Rio de Janeiro e está há 8 anos em Maricá, morando parte do seu tempo com o pai no Portal dos Cajueiros. Outra parte dos dias, fica com a mãe em Curicica - Jacarepaguá, no Rio.
Izabelle, uma linda menina, cheia de sonhos, nasceu com com Hidrocefalia Mielomeningocele (saiba o que é no box em vermelho abaixo), e dentre um dos sintomas não tem sensibilidade da cintura para baixo.
Izabelle tem mais uma irmã - Amanda (29) e Miguel (10) e sua luta começou ao nascer, pois os médicos não acreditavam que ela iria sobreviver. Além da Hidrocefalia Mielomeningocele, Izabelle tem bexiga neurogênica (a bexiga neurogênica é a falta de controle da bexiga devido a um problema nervoso como acidente vascular cerebral, lesão da medula espinhal ou tumor. Perda de urina incontrolável [incontinência urinária] é o sintoma principal). A bexiga não funciona sozinha por ser distendida e Izabelle faz uso de sonda para urinar e usa Usa fralda constantemente, além de usar uma válvula na cabeça para controlar a hidrocefalia.
Praticante de hidroginástica, Izabelle deseja cursar psicologia, ter liberdade e gostaria muito de poder morar próximo à praia, que ela gosta muito.
Seu coraçãozinho bateu mais forte na manhã do sábado 04 de dezembro (ainda nas comemorações do Ida Internacional da Pessoa com Deficiência em 03 de dezembro), quando na Arena Flamengo em Maricá, em um evento realizado pelo projeto CONSTRUINDO PONTES com apoio do COMDEF (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Maricá), Lú Rufino (Miss Brasil PCD 2021 e criadora do Miss Cadeirante Brasil), veio para coroar Izabelle como a primeira Miss Cadeirante de Maricá.
Neste dia, Izabelle também deu a sorte de conhecer o jornalista e produtor Pery Salgado (criador e produtor do Miss Inclusiva), que inseriu após conversa com ela e com sua mãe Patrícia, na seleção do MISS MARICÁ INCLUSIVA 2021.
Foram momentos de muita emoção e muita alegria, compartilhado com os presentes ao evento do projeto CONSTRUINDO PONTES. Agora, Izabelle está no mundo das Misses e reinará para sempre em nossas memórias.
Mielomeningocele (espinha bífida)
A mielomeningocele é um tipo de espinha bífida. Espinha bífida é um defeito congênito que ocorre quando os ossos da coluna não se formam completamente. Primordialmente isto ocorre no início da gravidez. Como resultado observamos uma abertura da coluna nas costas, geralmente no fim da coluna (região sacral).
A espinha bífida pode ser leve a grave. Assim sendo, a forma mais branda, chamada espinha bífida oculta, geralmente não causa problemas de saúde.
Tipos de Espinha Bífida
Os tipos mais graves de espinha bífida incluem mielomeningoceles, meningoceles, lipomielomeningoceles e outras lesões menos comuns.
A mielomeningocele, é um tipo de espinha bífida aberta. Logo é a forma mais grave da doença. Na mielomeningocele, uma porção da medula espinhal do bebê e dos nervos adjacentes se projetam através de uma abertura na coluna vertebral. Um disco ou bolsa exposta e plana é visível nas costas. Isso expõe a medula espinhal do bebê ao líquido amniótico no útero da mãe e pode ser prejudicial ao desenvolvimento do bebê. Portanto a mielomeningocele é o único tipo de espinha bífida que expõe a medula espinhal do bebê ao líquido amniótico.
A meningocele ocorre quando a medula espinhal e o tecido nervoso não se projetam para dentro do saco. Neste caso, a lesão é geralmente coberta pela pele.
A lipomielomeningocele é um tipo de espinha bífida em que a medula espinal no saco é coberta por gordura e pele.
Causa e Prevenção da Mielomeningocele
A causa da espinha bífida não é completamente conhecida, entretanto algumas pesquisas sugerem que genes, diabetes materno, certos medicamentos e nutrição podem ter um papel importante. Desse modo, a espinha bífida ocorre em cerca de três a quatro bebês por 10.000 nascidos vivos. Entretanto é possível reduzir a incidência de espinha bífida e outros defeitos abertos do tubo neural com o uso do ácido fólico.
Diagnóstico da Mielomeningocele
Geralmente a mielomeningocele é detectada durante o exame de ultrassom realizado perto da 20ª. semana de gestação. A imagem da herniação, hidrocefalia, o sinal do limão ou o sinal da bana podem ser vistos no ultrassom. Entretanto, às vezes, já é possível suspeitar do defeito no exame realizado entre 11 e 14 semanas, especialmente se houver alteração na translucência intra-craniana. A mielomeningocele pode ser tratada por cirurgia fetal ou pós-natal.
A cirurgia intra-uterina traz benefícios como menor necessidade de derivação ventrículo peritoneal e maior chance de deambular sozinho. Estes benefícios comprovadamente persistem até a idade escolar.
Como resultado, outros problemas ocasionalmente podem estar associados em crianças nascidas com mielomeningocele, como dificuldade para respirar ou engolir. Isso ocorre em função de uma alteração cerebral chamada de malformação de Chiari tipo II. Esta malformação ocorre em virtude de uma alteração (herniação) de uma parte do cérebro chamada tronco cerebral.
Em síntese, dificuldades de aprendizado, problemas com coordenação olho-mão, escoliose e disfunção sexual podem tornar-se perceptíveis à medida que a criança cresce.
As crianças que nascem com mielomeningocele podem ter sérios problemas de saúde, como hidrocefalia (acumulação excessiva de líquido no cérebro) e paralisia. A gravidade da paralisia depende de onde a abertura ocorre na coluna. Quanto mais alta a abertura geralmente pior é o prognóstico.