terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Cistite de lua de mel: saiba o que é, causas, sintomas e tratamento

 O tratamento para cistite pode ser feito em casa com banhos de assento e chás naturais.


A Cistite de lua de mel, também conhecida como “síndrome do namorado novo” é uma infecção urinária que surge após a relação sexual.

Ela ocorre devido às bactérias que vivem na região ao redor do ânus, pois elas chegam à bexiga e se multiplicam, causando, assim, a inflamação.

Esse transtorno pode atingir homens e mulheres, porém, é mais comum entre o público feminino e costuma surgir entre as primeiras 24 e 48 horas após o ato sexual.

Sintomas da cistite de lua de mel

Os principais sintomas são:

- Muita vontade de urinar, mesmo não havendo acúmulo de urina;

- Dor e ardência ao urinar;

- Alteração na cor e cheiro da urina;

- Febre baixa.

Outro sintoma, esse precisa de uma atenção maior e o mais rápido possível, é dor no fundo das costas.

Isso pode indicar que a bactéria chegou aos rins e está causando a sua inflamação.

Mas em qualquer situação, é fundamental identificar o problema precocemente e iniciar o tratamento, para evitar maiores complicações.

Além da relação sexual, outros fatores também podem causar a cistite de lua de mel, são eles:

  • Segurar a urina por muito tempo: isso fará com que ela fique mais concentrada, criando um ambiente ideal para que as bactérias se multipliquem.
  • Beber pouco líquido: esse hábito reduz a micção, que ajuda a limpar a bexiga e eliminar as bactérias.
  • Falta de higiene: esse problema é mais comum em crianças e idosos, pois a falta de higiene adequada aumenta o número de bactérias na região perineal (ânus).
  • Irritação por químicos: perfumes, sabonetes ou cremes hidratantes, quando em contato com a região íntima podem desequilibrar o pH, favorecendo a infecção.
  • Doenças crônicas como diabetes: os níveis de açúcar no sangue quando elevados, podem aumentar o risco de infecções.

Importante: a cistite de lua de mel não é uma DST, porém, é através do sexo que ocorre o contato com as bactérias causadoras desse problemas.

Diagnóstico e tratamento

Segundo o médico ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, doutor Eduardo Vieira da Motta, quando a cistite ocorre é necessário a hidratação.

“RECOMENDA-SE CONSUMIR CERCA DE DOIS LITROS DE ÁGUA POR DIA, SUCO E OUTROS LÍQUIDOS, PARA URINAR MAIS E LIMPAR A BEXIGA. SE A URINA ESTIVER CLARA, SIGNIFICA QUE ESTAMOS BEM HIDRATADOS”, EXPLICA.

Se o incômodo persistir, consulte um médico para um diagnóstico mais preciso, que se dá por meio dos exames de urina, raio-x ou ultrassonografia das vias urinárias.

Através desse procedimento, será confirmada se é infecção e o tipo de bactéria que causou a doença.

Além disso, o médico irá indicar o tratamento mais adequado, de acordo com a gravidade, o qual inclui medicamentos antibióticos de uso oral.

Tratamento caseiro

Quando os sintomas não são graves, você pode optar por alguns tratamentos caseiros, como, por exemplo, banhos de assento e chás naturais.

- Banho de assento com vinagre

Recomenda-se utilizar o vinagre de maçã orgânico, pois ele contém propriedades antissépticas, anti-inflamatórias e antimicrobianas.

Desse modo, ajuda a combater as bactérias causadoras da infecção e a aliviar os sintomas da cistite.

O vinagre também auxilia no reequilíbrio do pH vaginal.

Para preparar o banho, dilua em uma bacia uma xícara de vinagre em um pouco de água morna e sente-se sobre ela por cinco minutos.

Faça esse procedimento de duas a três vezes por dia. 

- Banho de assento com ervas

O procedimento para esse tratamento é o mesmo feito com o vinagre, basta fazer uma infusão com uma das ervas a seguir:

Camomila: possui ação calmante para a mucosa vaginal, anti-inflamatória e antimicrobiana.

Barbatimão:  tem propriedades anti-inflamatórias que ajudam no tratamento de infecção urinária. Além disso, segundo estudo publicado no Brasil Escola, o barbatimão também possui atividade antibacteriana com ação antimicrobiana.

Você irá usar seis colheres (sopa) da erva seca ou fresca para cada um litro de água – no caso do barbatimão, pode utilizar a casca da planta também

Depois de preparar o chá, irá coar, colocar o líquido em uma bacia e sentar sobre ela por cinco minutos a dez minutos, de duas a três vezes ao dia.

Atenção:

Para o banho de assento, tanto com o vinagre ou com as ervas, verifique a temperatura da água para não se queimar.

Além disso, opte por uma bacia grande, que você possa sentar confortavelmente dentro dela.

Também, é fundamental que a bacia esteja completamente limpa antes de iniciar o procedimento.

Chá-verde

Segundo estudo do Centro Universitário Tiradentes, em Alagoas, o chá-verde possui catequinas, componentes com propriedades antibacterianas.

Além disso, contém antioxidantes que ajudam a combater as bactérias e previne o surgimento dos sintomas relacionados à infecção.

Para prepará-lo é bem simples, basta comprar o chá em lojas de produtos naturais com procedência.

Coloque uma colher (chá) de folhas de chá-verde em uma xícara de água fervente.

Deixe em infusão por cinco minutos, coe e tome em seguida sem adoçar.

Como evitar a cistite de lua de mel

Urine sempre após a relação sexual e tome bastante água, para ajudar a limpar o canal da uretra e eliminar possíveis bactérias.

Lave bem a região íntima antes e após o sexo , afinal, uma ambiente higienizado diminui a proliferação de bactérias.

Evite a penetração vaginal após a relação anal – essa regra vale tanto apara o estímulo com o pênis, como para vibrador ou até mesmo a mão.

O uso de preservativo para sexo anal, não significa proteção 100% contra a infecção, mas é uma prevenção para outras doenças, como as  DST’s.

Cistite de lua de mel, que deixa Anitta ‘sem conseguir caminhar’ depois do sexo

Recentemente, Anitta declarou que sofre de cistite de lua de mel, o que dificulta seu caminhar no dia seguinte após a relação sexual. A revelação da cantora repercutiu, mas o que nem todas sabem é que essa é condição comum entre as mulheres.

“Um problema péssimo que eu tenho é cistite de lua de mel. Eu não posso transar com alguém muito avantajado que eu não consigo caminhar no dia seguinte. É horrível! E não tem nada a ver com bactéria não gente, é porque já socou muito lá e aí inflamou, entendeu?”, explicou a artista em entrevista ao canal de Sabrina Sato, no Youtube.

O impulso do pênis pode irritar a parede posterior da bexiga, favorecendo a multiplicação das bactérias — que são naturais de outras regiões do corpo, como perianal — e causar infecção. “O que pode ocorrer é uma laceração no fundo da vagina, mas isso não ocorre por causa do tamanho do pênis, e sim por causa da intensidade (o atrito) da relação”, explica a ginecologista Mariana Viza.

Segundo o “Flo Health”, visto que a uretra feminina é mais curta do que a masculina, e está localizada próxima à vagina e ao ânus, as infecções do trato urinário estão entre as infecções bacterianas mais comuns em mulheres, responsáveis ​​por cerca de 25% de todas as infecções. Cerca de 50 a 60% das mulheres terão pelo menos uma ITU na vida. 

A ginecologista Mariana Viza ainda destaca que o sexo pode não ser o único causador de cistite. Algumas mulheres têm a bactéria E.coli na flora vaginal, que pode se multiplicar também pelo estresse, ansiedade, imunodeficiência, entre outros fatores.