O CULTURARTE, nos seus quase 20 anos, sempre vem trazendo lindas histórias de superações, e hoje, vamos falar de uma menina que já sofreu muito, mas junto com seu marido (e contra a opinião de muitos), venceu, superou e constituiu uma linda família. Ela se chama Gabriela Fernandes Cabral da Silva (29), casada, mãe de um lindo menino e de uma menina e agora, grávida mais uma vez, chegando ao sexto mês de gravidez ainda sem saber o sexo do bebê.
Aproveitando a conquista do título estadual pelo Flamengo no domingo 07 de abril, vamos contar um pouco da história de Gabi, que em 2009 participou do Gata Verão 2009. Nascida em Maricá, mora no centro e foi mãe aos 15 anos de idade. Quando conheceu o pai do seu filho, Gabi tinha 12 anos, estudavam na mesma escola, a sua mãe era contra esse relacionamento, e quando ela engravidou, foi expulsa de casa, e acabou indo morar com seu namorado em São José na casa da mãe dele.
Duas crianças, esperando mais uma criança: "eu estava com 4 meses de gravidez, e a minha mãe ainda não contente mandou meu pai me buscar e me mandar para a casa da minha avó em Jacaroá, aonde fiquei mais ou menos 1 mês. Eu não desisti de estudar, na época eu cursava a 7°série do ensino fundamental e com muita dificuldade eu vinha caminhando de Jacaroá até o CIEP do centro e depois voltava a pé novamente, e quando estava chovendo muito, eu pegava uma carona com um amigo da minha avó, mas para isso eu tinha que esconder a minha barriga por causa da filha dele", contou Gabi.
"Um dia eu passei mau e não tinha ninguém para me socorrer, e então fui de táxi para o hospital e encontrei o pai do meu filho, que de lá me levou novamente para a casa dele em São José. Ficamos lá 2 meses até gerar um conflito com a mãe dele e ela e o marido nos mandarem sair de lá dentro em uma semana.
Não tínhamos lugar para ir, então às pressas, o pai do meu filho construiu um cômodo para entrarmos e não ficarmos na rua. Era um quarto sem embolso, sem nada, apenas uma aguada no chão, as pessoas falavam que não íamos durar muito e que ficaríamos morando só naquele cômodo porque não íamos pra frente, mas graças a Deus e a ele que sempre foi muito esforçado e muito trabalhador fomos construindo a nossa casa aos poucos.
Quando o nosso filho nasceu, ninguém nos ajudou ou nos ensinou a trocar uma fralda ou dar banho, nos viramos sozinhos e ouvindo que iriamos matar nosso filho por não termos experiência alguma.
Mas superamos, aprendemos, nosso filho cresceu e foi um tapa na cara das pessoas, e há 7 anos atrás ganhamos uma filha, quando uma amiga engravidou e não tinha ninguém para tomar conta de sua filha para que ela trabalhasse, já que era mãe solteira.
Ela me pediu para tomar conta de sua pequena quando tinha 6 meses. Comecei a tomar conta da filha dela e com o passar do tempo a pequena Cecília começou a me chamar de mãe e o meu marido de pai, e mesmo que disséssemos que éramos titios ela continuou e então ficou sendo nossa filha do coração, sem nenhuma diferença entre o nosso filho.
Hoje eu estou com 29 anos, casada, mãe do Rychard de 13 anos e da Cecília de 6 anos. Me sinto realizada, já que eu e meu esposo tínhamos intenção de ter um casal, mas eu não poderia engravidar novamente devido ao meu problema de hipertensão.
Estou com o pai do meu filho há 17 anos e fui mãe na adolescência, essa é a minha história de superação!" finalizou Gabi.