segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Tarde de autógrafos: Biografia da atriz Léa Garcia é lançada no Cine Henfil

 Artista estará presente para autografar o livro "Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: A Trajetória e o Protagonismo de Léa Garcia"


A Secretaria de Cultura, promove um fim de tarde especial na terça-feira (08/08), com lançamento da biografia da atriz Léa Garcia, a partir das 17:30 h, no Cine Henfil. A artista estará presente para autografar o livro "Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: A Trajetória e o Protagonismo de Léa Garcia", acompanhada do doutor em História Social pela UFF, Júlio Cláudio Lima, autor do projeto.
 

Inesquecível como Rosa, a antagonista de Escrava Isaura (1976), novela conhecida mundialmente, vendida para mais de 100 países, indicada no Festival de Cannes como melhor intérprete feminina na pele de Serafina em Orfeu Negro (1959), Léa Garcia olha para trás do alto de seus 90 anos e o que sente com a própria biografia nas mãos agora é uma sensação gratificante de “reconhecimento”. Um aplauso ainda mais significativo, segundo ela, “pelo fato de eu ser uma atriz preta”. 

Ela faz questão de ressaltar, no entanto, a importância dessa aclamação não só para ela, mas para todas as atrizes negras do país. E conta de seu encontro, há pouco tempo, com a jovem atriz Clara Moneke, sucesso estrondoso de Vai na Fé e, diga-se de passagem, talentosa como ela: “uma menina linda, com um caminho brilhante a sua frente”, diz. E apesar de perceber um aumento da negritude nas produções, enfatiza que ainda é preciso avançar muito, “principalmente nas oportunidades para autores negros, que teriam melhor condição de escrever sobre personagens da mesma raça, por experiências vividas pela cor da pele”, considera.

Pensamento compartilhado por Júlio Cláudio, também biógrafo de Ruth de Souza, também negro e que enxerga em Léa Garcia “uma atriz que reúne camadas de gerações de mulheres extremamente fortes, sua mãe... sua avó, que souberam quebrar regras a partir do período pós-abolição, final do século dezenove”, ressalta. Referências muito importantes na vida da atriz, segundo ele: “Isso pode ser percebido no livro, como ela se apossa dessa força e se torna uma mulher que vai metendo o pé na porta do sistema e construindo sua trajetória fora da curva.” Ele lembra ainda uma fala de Carmem Luz, artista multilinguagem, ao se referir a Léa: “Carmem a coloca no mesmo patamar de uma Viola Davis e de uma Angela Basset, com uma única diferença, ela nasceu no Brasil”, concluiu.