Você termina o ensino médio, e te dizem que você não tem faculdade. Você termina a faculdade, e te dizem que você não tem emprego.
Você consegue o emprego, e te julgam por não ganhar bem. Você ganha bem e te criticam por não cuidar do corpo.
Você paga nutricionista, dieta e academia, e te dizem que você abandonou a família. Você constrói uma família e te dizem que você não tem casa própria.
Os 20 e poucos anos estão matando muita gente! E várias, infelizmente várias, vendem seus corpos em nudes de fotos e vídeos para aumentar a renda ou suprir necessidades de qualquer mulher minimamente vaidosa.
Você mal entendeu o que quer da vida, e te cobram casamento, filhos, 6 idiomas e um carro do ano. Mas não te dizem quanto isso custa.
A vida começa com uma cobrança enorme e um emprego de 1.200 reais, isso pra você poder “ser alguém”. É ridículo!
O tempo vai passando.
A gente abre o Instagram e parece que a vida de todo mundo está melhor que a nossa. A ansiedade aparece, gritando que você tem pouco tempo, que está pra trás, que é inútil, fracassado.
Quanto mais você amadurece, menor fica seu círculo de amigo.
Baladas não são mais tão divertidas.
Você descobre que alguns amigos não eram tão amigos. Começa a se culpar pelos erros dos outros. Descobre que o “pra sempre” é cada vez mais curto.
Você se vê trabalhando onde nunca imaginava, gostando de coisas que nunca achou que gostaria. Com o tempo sua maior vontade não é mais entender os outros, é entender a si mesmo.
A vida parece se alternar em dias médios e horríveis. O tempo passa mais rápido. Você pensa no ontem e se dá conta que já se passaram 10 anos.
Os 20 e poucos anos não são legais.
Com 15 a gente não sabe nem fazer currículo, com 25 tem que ter uma empresa. Não importa nossa saúde psicológica, nem emocional, nem física. Não importa se estamos infelizes, ansiosos, ou depressivos. O que importa é se você “é alguém”.
Parece bobeira, mas enquanto vocês só veem dinheiro, a gente vai morrendo por ser tanta coisa e ninguém ver”.
Baseado em texto de Luiz Guilherme Prado.