terça-feira, 19 de outubro de 2021

O CÂNCER DE MAMA EM MULHERES NEGRAS. Cristina Maciel participa da campanha de prevenção.

Mulheres negras e mais jovens têm maior risco de desenvolver câncer de mama agressivo


Mulheres negras e mais jovens têm riscos maiores de desenvolver câncer de mama triplo-negativo, que é um tipo de tumor geralmente agressivo e que não responde tão bem aos tratamentos. A descoberta foi divulgada na revista Cancer, da American Cancer Society.

De acordo com o estudo, os pesquisadores norte-americanos identificaram 1.151.724 casos de câncer de mama entre 2010 e 2014, com casos triplo-negativos representando cerca de 8,4% de todos os casos.

Casos entre mulheres negras

Ao analisarem os dados, a equipe descobriu que mulheres negras não-hispânicas tinham 2,27 vezes mais chances de serem diagnosticadas com câncer de mama triplo-negativo do que mulheres brancas não-hispânicas. Segundo a pesquisa, mais de 21% das mulheres negras foram diagnosticadas com câncer de mama triplo-negativo, em comparação com menos de 11% de todos os outros tipos de câncer de mama.

Casos entre mulheres jovens

Ao analisarem os dados de acordo com a idade, os pesquisadores verificaram que mulheres com menos de 40 anos tiveram 1,95 vezes mais chances de serem diagnosticadas com esse câncer agressivo do que mulheres com idades entre 50 e 64 anos.

Além disso, os pesquisadores descobriram que, quando as mulheres eram diagnosticadas com câncer em estágio avançado, era mais provável que fosse triplo-negativo.

Os autores observaram que, devido à natureza agressiva do câncer de mama triplo-negativo e à falta de opções terapêuticas, é importante saber quais pacientes têm um risco maior e quais fatores podem influenciar esse risco. Estudos adicionais são necessários para determinar as causas das disparidades entre raça, idade e estágio da doença no diagnóstico.

Imunoterapia é eficaz contra câncer de mama triplo-negativo

Hoje, o câncer de mama triplo-negativo, que é uma forma agressiva do tumor, tem opções de tratamento limitadas. Mas, um novo estudo traz esperança para pacientes ao mostrar que a imunoterapia pode prolongar a vida de quem tem esse câncer.

Divulgada no The New England Journal of Medicine, a pesquisa faz parte do estudo IMpassion130 e foi financiada pela farmacêutica Roche. Os pesquisadores analisaram 902 mulheres com a doença triplo-negativo que foram divididas em dois grupos.

Uma turma tomou o atezolizumabe (uma imunoterapia da Roche) junto com a quimioterapia nab-paclitaxel (da Celgene). O outro grupo recebeu apenas um placebo e a quimioterapia.

Resultados positivos do uso de atezolizumabe

O acréscimo de atezolizumabe foi associado com a melhora de 20% da sobrevida livre de progressão da doença. Ao longo do tempo, os cientistas notaram que metade das voluntárias do grupo que receberam imunoterapia sobreviveram pelo menos 21,3 meses após o início do experimento. Já esse número caiu para 17,6 meses nas outras mulheres.


Relação do atezolizumabe com a molécula PD-L1

O câncer de mama triplo-negativo responde por apenas 15% dos casos de câncer de mama, mas é uma das formas mais agressivas e com uma sobrevida média de 18 meses. Ela atinge principalmente mulheres mais jovens e não responde ao tratamento hormonal ou aos medicamentos direcionados ao HER2.

Mas, recentemente, estudos sugeriram que a molécula PD-L1 pode ser um alvo adequado no combate a esse câncer de mama. Isso porque ela pode inibir respostas imunitárias contra o câncer.

Segundo a Sociedade Americana de Câncer, a imunoterapia é um tratamento que utiliza nosso próprio sistema imunológico para combater doenças como o câncer. No caso do atezolizumabe, ele mira a molécula PD-L1.

Ao inibir a PDL-1, esse remédio ajuda o sistema imunológico a reconhecer o câncer. Por isso, o medicamento funcionou ainda melhor nas pacientes que possuíam tumores de mama com concentrações mais altas dessa molécula. A taxa de sobrevida nesses casos atingiu a marca de 25 meses.

Em relação aos efeitos colaterais, o tratamento em conjunto de atezolizumabe e quimioterapia gerou reações adversas que levaram à interrupção da abordagem em 15,9% dos casos. Já entre os que receberam placebo e quimioterapia, esse índice foi de 8,2%.


CRISTINA MACIEL, TÉCNICA DE ENFERMAGEM, PARTICIPA DA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE PREVENÇÃO AO CÂNCER DE MAMA

Câncer de Mama: prevenção de janeiro a janeiro

 Cristina Maciel (50), nascida em São Gonçalo, mora há 7 anos em Maricá. Solteira, tem uma linda filha de 19 anos. Com ensino médio completo, é técnica de enfermagem, profissão que lhe dá muita alegria e prazer, por poder cuidar da saúde dos seus semelhantes.

Cristina, foi convidada pelo jornalista e produtor Pery Salgado para participar da exposição fotográfica sobre a prevenção ao câncer de mama. Cristina que aceitou de imediato, tem todos os cuidados com sua saúde. Ela não bebe, não fuma, não come "besteiras" e durme cedo. "E procuro não me aborrecer, sempre sorrindo", define Cristina. 

Cristina não malha e não pratica esportes (para matar a mulherada de inveja), mas disse que em breve estará começando a fazer musculação.

Como prevenção ao câncer de mama, Cristina diz que sempre que pode, ela faz a auto avaliação tocando seus seios. Vai regularmente ao ginecologista e quando precisa, faz mamografia.

E deixou aqui um recado para todas as mulheres: "Temos que respeitar nosso corpo, sempre que possível estar fazendo o exame de toque nos seios, se olhando no espelho, se avaliando, se tocando, examinando todo o seu corpo, e sentindo algo anormal, correr para seu ginecologista. A mulher precisa se conhecer", concluiu Cristina.

E você mulher, não esqueça, a prevenção não é apenas em Outubro quando acontece o Outubro Rosa, e sim, todos os dias, DE JANEIRO A JANEIRO.

Fotos: Cristina Maciel
Realização: PR PRODUÇÕES