sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

"Viva o Sagrado Feminino! Viva o Carnaval!" por Kátia Cruz


 Viver a plenitude só é possível com o alcance do  autoconhecimento e libertação. 

Libertação em muitos, muitos sentidos... Segurança interior é a chave! 

Acredite que você é foda e seja foda!

Ninguém domina você, pois você nasceu águia! Veja-se como uma deusa! Uma mulher de muitas faces como a deusa Brigit (*),  também conhecida como a Senhora do  Sagrado; 

guerreira, mas também fonte de inspiração aos poetas pela leveza e beleza; 

a que cuida, mas também a que adverte; 

a que ama a natureza, mas a que também  aprecia um bom vinho; 

que anda descalça, mas que também desfila em saltos altos!

Viva o Sagrado Feminino! Viva o Carnaval!


Texto: Kátia Cruz, professora e diretora geral do CEPT (Campus de Educação Pública Transformadora)

(*) Brigit

Também chamada Brigid, Brigindo, Bride e Brighid na mitologia celta, era a deusa protetora dos poetas e bardos (ou filid), ferreiros e curandeiros, sendo filha de Dagda ("O Deus"). Um dos significados apontados para o seu nome é o de "Senhora da Inspiração Iluminada", tendo evoluído de Breosaighit, "Flecha Chamejante".

A sua face tinha um lado extremamente repulsivo, contrastando com o outro, que era belo. Teve um filho de Bres chamado Ruadan, que foi morto por Goibnui.

Com o advento do cristianismo foi equiparada à fundadora do primeiro convento feminino depois da doutrina cristã ter sido implantada na Irlanda, Santa Brígida de Kildare, que viveu entre 450 e 523 d. C., e aos seus milagres.

Até à Reforma Protestante estava permanentemente acesa uma chama no santuário de Kildare, uma vez que Santa Brígida é a segunda santa protetora da Irlanda. Diz uma tradição que teria ajudado a Virgem Maria no seu parto e que quando o rei Herodes ordenou a Matança dos Inocentes ela colocou uma coroa com velas acesas na cabeça para desviar a atenção dos soldados do Menino Jesus, o que justifica o seu nome e a sua identificação com o fogo e a luz.

Entre os Escoceses a deusa nas suas formas profana e cristianizada representa a chegada da primavera e o nascimento das ovelhas, acabando com Cailleach Bheur e o seu reinado invernoso.

Há vestígios de templos romano-celtas em que eram simultaneamente veneradas Brigid e Minerva.

A deusa que lhe corresponde em Gales tem o nome de Ceridwen, sendo possuidora de um caldeirão onde se encontravam a inspiração e a sabedoria.