quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

BARÃO DE INOHAN 250 - janeiro de 2024 - 15 anos

BARÃO DE INOHAN 250
janeiro de 2024 - 15 anos


- O Barão de Inohan completa 15 anos e chega na edição número 250
- PR Produções completa 28 anos
- Daniele Lima é a Gata do Barão 2023
- Tudo sobre o Maricarnaval 2024
- União de Maricá pronta para sua estreia na Marquês de Sapucaí
- Casos de Dengue se multiplicam e assustam o país
- Santa Rita completa 6 anos totalmente reformado
- Desperdício de dinheiro público nas escolas públicas de Maricá
Tudo isso e muito mais na edição número 250, comemorativa dos 15 anos do Barão de Inohan, já circulando nas versões on line e revista eletrônica














terça-feira, 30 de janeiro de 2024

SABEM QUE IDADE EU TENHO? por José Saramago

 


Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.

Tenho os anos em que os sonhos começam trocar carinhos com os dedos e as ilusões se transformam em esperança.

Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama louca, ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão desejada. E em outras, uma corrente de paz, como um entardecer na praia.

Quantos anos eu tenho? Não preciso de números para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho, ao ver meus sonhos destruído, valem muito mais que isso.

 Não importa se faço vinte, quarenta ou sessenta!

O que importa é a idade que eu sinto.

Tenho os anos de que preciso para viver livre e sem medos. 

Para seguir sem medo pelo caminho, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.

Quantos anos tenho?  Isso não importa a ninguém!

Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto.

JOSÉ SARAMAGO

QUEM FOI JOSÉ SARAMAGO

José de Sousa Saramago foi um escritor português, nascido em 16 de novembro de 1922 em Azinhaga - Portugal. 

Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. 

Faleceu em 18 de junho de 2010 em Tías na Espanha



segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Orgulho das mulheres de 50 a 70!

 MUITO ORGULHOSA DO QUE SOU E DE COMO ESTOU.

Um texto em homenagem as mulheres entre 50 e 70 que se cuidam, se respeitam e se valorizam!

Aos meus 60 anos, não tenho uma figura incrível, nem um abdômen plano, estou longe de ser considerada bonita dentro dos padrões de beleza.

Gosto de comer, beber (tudo pago com meu dinheiro)  e passear.

Gosto de fazer as coisas cantando bem alto!

Não tenho curvas perfeitas, pelo contrário, tenho cicatrizes por dentro e por fora que marcam a minha vida.

Tenho um antes e um depois, porque tenho uma história.

Algumas pessoas me amam e outras nem tanto (elas que lutem e façam minimamente o que fiz e continuo fazendo).

Às vezes eu ando arrumada e outras vezes não. Ando como eu quero, do jeito que me sinto bem! 

Às vezes algumas pessoas pensam que eu sou meio louca e outras tem absoluta certeza, pois a loucura faz parte da sanidade dizem!!!

Não pretendo ser alguém que não sou. Podes amar-me ou me odiar, ou simplesmente me ignorar!

E quando eu gosto podes ter certeza que faço com todo o meu coração!! 

Me entrego por inteira, não sei fazer nada pela metade! Ainda sei sentir prazer (e muito) e dar prazer (mais ainda)!

É tudo, ou nada! Imperfeita, mas, de verdade!!!




domingo, 28 de janeiro de 2024

Bum Bum Paticumbum...Tambores Ressoam e Culturas Ecoam: Uma Jornada da China à Diáspora Africana


Em novembro, a direção do CEPT (
Campus de Educação Pública Transformadora) localizado em Itaipuaçu (Maricá), o maior colégio da região dos lagos e da metropolitana II em tempo integral, organizou um magnífico evento para celebrar a semana da consciência negra e foram bastante atacados em redes sociais. Duas semanas depois, realizaram outro magnífico evento, com o mesmo escopo, porém voltada a cultura oriental, mais precisamente a cultura chinesa, e não sofreram nenhum tipo de contestação ou manifestação pejorativa. A diretora geral do complexo educacional, Professora Kátia Cruz fez na época a (tão atual) seguinte publicação:

"Vejam que coisa curiosa! 

Fomos atacados nas redes sociais por conta da promoção de atividades para semana da consciência negra. Para tal, até mesmo em cumprimento a legislação, oferecemos oficinas diversas de pinturas e gastronomia, feitura de bonecas, cine debates, e apresentações culturais de dança, de luta (capoeira) e oficina de tambor. 

Um pouco depois, realizamos o dia da China, uma vez  que nos tornaremos uma escola do programa interfronteiras. Da mesma forma, oferecemos oficinas de culinária chinesa, demonstração de dança, luta e instrumentos tradicionais. 

A pergunta é: por que com o dia da China não houveram problemas? Muito pelo contrário, elogios choveram. Olha, somos um Brasil x China, mas poderíamos ser um Brasil x Angola ou outra nação qualquer do continente africano? Acho que não, não é mesmo?

Curioso que a flauta chinesa é bastante utilizada em suas manifestações religiosas também, mas o tambor?! Ah não, o tambor é pura invenção do demônio! (???)

Deus nos livre desse tempo!"

Bum Bum Paticumbum...Tambores Ressoam e Culturas Ecoam: Uma Jornada da China à Diáspora Africana

No pulsar ecoante dos tambores, um anúncio ressoa, prenunciando eventos iminentes. Seja nas terras milenares da China, nas vastas planícies da África escravizada, ou nos cenários medievais da Europa, o tambor é mais que um instrumento - é um guardião da cultura, do povo e da nação que representa.

Surpreendentemente, o ambiente educacional, conhecido como um alicerce de conhecimento, foi vítima de ataque nas redes sociais devido à promoção de atividades para a Semana da Consciência Negra. É com profundo repúdio e consternação que nos dirigimos aos cidadãos, expressando nossa indignação diante das declarações preconceituosas e racistas recentemente proferidas por uma figura pública de Maricá. Tais comentários foram direcionados à apresentação de dança africana no CEPT Itaipuaçu durante a Semana Multicultural.

O CEPT em Maricá, comprometido com uma Educação Pública em Tempo Integral que busca transformar a sociedade, reflete sua missão no nome: Campus de Educação Pública Transformadora (CEPT).

A riqueza e diversidade da cultura africana merecem respeito inabalável, até porque nossas histórias se entremeiam e se confundem em vários momentos, várias situações há mais de 400 anos até os dias de hoje, repudiando atitudes que desrespeitam essas raízes e a história desse povo. Temos uma dívida social histórica com os povos africanos, contribuindo para a estruturação do racismo em nossa sociedade. A escola tem o dever não apenas de integrar, mas principalmente de intervir no status quo.

Além disso, a Lei 10.639/03 garante o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira em todos os espaços educativos, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Constituição. A dança, o canto, a culinária, o artesanato e a pintura são representações artísticas que conectam o conhecimento potencial da cultura à experiência de vida dos alunos. Oficinas e atividades diversas, como pintura, gastronomia, criação de bonecas abayomi, cine debates, dança, luta (capoeira), culinária típica e oficinas musicais, como o Tambor, são oferecidas nesse sentido.

A descontextualização da apresentação de dança africana durante a Semana Multicultural é uma atitude repugnante do tal vereador, evidenciando ignorância e insensibilidade à diversidade cultural, prejudicando os esforços contra o racismo e a intolerância religiosa (sugiro que leiam o editorial do jornalista Pery Salgado sobre o assunto https://obaraoj.blogspot.com/2024/01/editorial-falta-de-conhecimento-nos.html).

Duas semanas depois deste magnífico e riquíssimo evento, o CEPT celebrou o Dia da China, uma festa da Cultura Chinesa, com a presença do Cônsul Comercial Chinês e da Diretora Pedagógica da Universidade Normal de Hebei na China, unindo ambas as nações como parte do Programa Interfronteiras da SEMED.

Assim como celebramos a cultura africana, também honramos a cultura milenar chinesa, pois vivemos em um Estado Livre, Laico e Democrático. Oficinas de culinária, demonstrações de artes marciais como KungFu, Taichi e Wing Chun, caligrafia e artes chinesas, além de dança, canto e instrumentos tradicionais, foram oferecidas durante a celebração (bastante parecido com o anterior, concordam?).

Uma reflexão se impõe: por que a cultura afro-brasileira é recebida com espanto e repúdio, enquanto outras culturas não enfrentam tal resistência? Por que aceitamos imposições culturais eurocentristas e hesitamos em valorizar nossas próprias raízes? Enquanto alguns reverenciam a bandeira americana, nós amamos e beijamos nossa própria bandeira, símbolo de nossas riquezas e identidade.

Que os tambores, sejam eles brasileiros, africanos ou chineses, não se calem. A verdade prevalecerá, libertando o povo maricaense da calúnia, do ódio e da intolerância.

Que Deus nos livre destes tempos sombrios!

(por Kátia Cruz - diretora geral do CEPT 
e Leandro Galindo - coordenador de línguas do CEPT)