Seria Maricá uma província? Olha que tem província que reconhece as necessidades, as diferenças e até os integrantes de seus movimentos artísticos.
Uma província que tem tanto desconhecimento do que é arte, que só escolhe seu casting em metrópoles, nas quais pessoas medianas que eles reconhecem como intelectuais, atestam a qualidade de uma "expressão" como virtuosa.
A voz da arte foi apenas um sussurro na audiência pública.
Eu vejo isso como uma falta de auto estima cultural tão grande, que não se considera nem a possibilidade de especializar profissionais para fazerem essa avaliação.
Sequer sabem a diferença entre artesanato (que tem seu próprio valor, porém suas próprias formas de transporte, manutenção e exposição) e artes visuais, que necessitam de uma logística planejada por uma curadoria especializada, acondicionamento diferenciado, espaços exclusivos para obra de arte.
Vamos continuar província enquanto sequer se reconhece os estilos artísticos impressos na linha do tempo.
Sabem, às vezes eu compartilho no Instagram as imagens dos artistas com o Instagram da Secult. O compartilhamento não é aceito.
Vamos continuar província enquanto não tivermos espaços exclusivos para artes Plásticas.
Vamos continuar províncias enquanto os jovens e adolescentes só tiverem contato com informações racionais, políticas, limitadas.
Nunca artísticas ou filosóficas, essas duas que dão capacidade de discernimento à sua população. Sem querer? Falta de preparo ou planejamento para que tenhamos constantemente uma população que satisfaz com mumbucas, maquiagens públicas, escolas que alimentam muito bem?
Cômodo, paternalista... Um sistema em que não se passa fome e nem se cresce.
Acho que todos sabem que a arte é a expressão que cria maior poder de questionamento.
Está na hora de desistirmos dessa província e mostrar nosso valor nas outras cidades.
Vai ser feio.
Erika Pessanha