Quando os teus braços pedirem um abraço
Quando os teus pés não derem um passo
Quando da tua boca não sair uma palavra
Quando o coração deixar de bater no compasso
Quando quiseres respirar e não tiveres espaço
Saberás então, por quem o teu corpo implora.
Lembra-te de mim
Quando em ti não sobrar uma gota de saudade
Quando o sofrimento em ti se instalar
Quando começares a andar mais devagar
Quando já não te lembrares da tua idade
Quando o teu corpo sentir frio
E já não tiver ninguém para o aquecer
Saberás então,
porque não corre água nesse rio.
Lembra-te de mim
Quando me vias sofrer lentamente
Quando não te sabia esquecer
Quando me prometias amar eternamente
Mesmo sabendo que isso não ia acontecer?
Então, lembra-te de mim
Agora que vês o círculo do tempo a fechar
Agora que a glória já te abandonou
Agora que sabes como um vencedor vai acabar
Depois de ter tido tudo, menos quem te amou.
Lembra-te de mim
Como sendo aquela que enlouqueceu por amor
Mas a quem tu não soubeste amar
Lembra-te
de que quem me matou não foi a dor
Mas sim, o amor que não me soube curar
Lembra-te mim
Porque te espero na última esquina da vida
Para te mostrar
que de ti, ainda não estou esquecida...
Agora que o teu final está a chegar
E encontras todas as portas fechadas
Tentas falar,
mas quem é que te vai escutar?
Somente eu e o meu amor
Todo o resto,
são agora apenas águas passadas
De quem te amou, apenas no momento
em que o teu ardor era calor
para carne que se queria desejada.
Lembra também que somos Luz, e os raios do Sol nos procuram e iluminam eternamente nossos caminhos.
Jucilene Silva
texto adaptado por Pery Salgado (jornalista)