A jornalista Michele Maria (da Rec +), Paulo Gomes, Monica Brione (Miss Maricá Senior) e Geraldo Jorge Sardinha, autor do livro |
“Calabouço, rebelião e resistência dos estudantes contra a ditadura civil-militar em 1968” foi lançado Cinema e Teatro Henfil, em Maricá, no dia 05 de maio de 2017. O livro foi escrito pelo militante político Geraldo Jorge Sardinha, com prefácio do advogado e também militante de esquerda, Paulo Gomes, e publicado pelo Núcleo Irredentos. “Calabouço”, que conta a saga do histórico restaurante estudantil fundado pelo presidente Getúlio Vargas nos anos 50, foi escrito enquanto Geraldo esteve exilado no Uruguai. Em março de 1968, uma manifestação no Calabouço, reprimida pela polícia militar, culminou com a morte do estudante secundarista Edson Luís, que detonou a sequência de grandes manifestações estudantis e passeatas no Rio de Janeiro.
O evento contou com a presença do poder público municipal de Maricá, representado pela subsecretária de Cultura, Mônica Rigó e o secretário de Ciência e Tecnologia, Sérgio Mesquita. Também estiveram presentes os Irredentos Paulo Gomes, advogado, e sua esposa Edna Calheiros, presidente da Ameas, os jornalistas Pery Salgado, Daniel Mazola e Michele Maria, a professora de Matemática e participante do SEPE, Sandra Cabral, a professora Laila Ribeiro, primeira diretora de Maricá eleita pela Gestão Democrática, a Miss Maricá Sénior, Mônica Brione, além dos líderes dos movimentos estudantis da cidade de Maricá com cobertura de mídias locais e da REC +.
Embalados pela banda Docentes Bárbaros, formada por professores, os alunos dançaram, cantaram, leram poesias e expuseram suas opiniões, em falas ordeiras e coerentes com a realidade do país.
Este foi o terceiro lançamento do livro no Brasil. O primeiro foi em São Paulo e em seguida no Rio de Janeiro. Em Maricá, o evento foi organizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação - SEPE. Segundo o autor, outros lançamentos já estão agendados para diversos lugares no Brasil e no exterior.
O Calabouço era um restaurante popular voltado aos estudantes carentes e que, após a instalação do Golpe Militar e Civil de 1964, acabou se tornando um importante polo de resistência e oposição política. Sardinha era um dos estudantes naquele protesto em março de 1968, que ajudou a carregar o corpo de Edson Luís, desde o restaurante até a Assembleia Legislativa, que funcionava na época na atual Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, na Cinelândia. O que se seguiu depois do enterro do estudante foi uma série de manifestações que culminaram com a famosa Passeata dos Cem Mil, em junho, no Rio de Janeiro. Mais tarde, em novembro, seria promulgado o AI 5, o ato do governo militar que fechou definitivamente as portas para a participação democrática, radicalizando ainda mais os chamados Anos de Chumbo.
Michele Maria - REC +