sexta-feira, 12 de maio de 2017

Hackers atacaram sistemas de empresas em 74 países, dizem especialistas

Empresas de segurança de computadores dizem que há registro de infecção em Espanha, Rússia, Reino Unido e Brasil, entre outros

MADRI e LONDRES - Diferentes empresas em todo o mundo registraram nesta sexta-feira ataques de hackers. Os equipamentos de informática infectados com um vírus do tipo “ransomware“, que bloqueia os arquivos até o pagamento de um resgate. Há registro de computadores infectados em Espanha, Taiwan, Rússia, Portugal, Ucrânia, Turquia e Reino Unido, além do Brasil, segundo informaram as companhias de segurança cibernética 21sec e Check-point ao jornal "El País". No Reino Unido, o vírus fez entrar em colapso o Serviço Nacional de Saúde. Costin Raiu, diretor de pesquisa global e equipe de análise da Kaspersky Lab, uma empresa de segurança de computadores, publicou nas redes sociais que houve mais de 45.000 ataques em 74 países.

O “ransomware“ é um pequeno programa informático, que se oculta em um arquivo de aparência inofensiva. Uma vez infectado, o usuário não pode ter acesso a seus arquivos enquanto não for pago um resgate. O valor do resgate aumenta à medida que o tempo passa.

Eusebio Nieva, diretor técnico da Check-Point em Espanha e Portugal, o “ramsonware" é mais frequentemente usado para atacar grandes empresas. Segundo o jornal "El País", ele ressaltou, porém, que o pagamento de um resgate não é garantia de que você pode recuperar a informação codificada pelo vírus. De acordo com o especialista, "a possibilidade é entre 30% e 40%".

O governo espanhol divulgou comunicado em que aponta o ciberataque em várias empresas do país, entre elas a gigante das telecomunicações Telefónica. O Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido também informou que está respondendo a um ataque cibernético, que hospitais ao redor do país disseram ter causado o cancelamento de consultas e atendimentos.

Na Espanha, o ministério da Energia confirmou que “o ataque afetou pontualmente equipamentos de informática de trabalhadores de várias empresas”. “O ataque afetou pontualmente equipamentos informáticos de trabalhadores de várias companhias. Portanto, não afetou nem a prestação de serviços, nem a operação das redes, nem ao usuário desses serviços”, afirmou o ministério em um comunicado publicado em Madri. “O ciberataque não compromete a segurança dos dados nem se trata de um vazamento de dados”, insistiu o ministério da Energia, que também se encarrega das questões digitais.

O Centro Criptológico Nacional (CCN), a divisão dos serviços de inteligência encarregada da segurança das tecnologias da informação, assegurou que se trata de “um ataque em massa de ramsomware”, que afeta os “sistemas Windows cifrando todos seus arquivos e os das unidades de rede que estejam conectados”.

No Reino Unido, o ataque provocou o cancelamento de consultas e atendimentos. “Estamos cientes de um incidente de cibersegurança e estamos trabalhando em uma resposta”, disse um porta-voz da NHS Digital, a divisão do NHS responsável por questões de tecnologia.

“É um vírus. Estamos esperando para ver as implicações. O vírus afetou centenas de computadores na sede central”, afirmou à AFP uma fonte da Telefónica que pediu anonimato e destacou que o serviço aos usuários não foi alterado.