Sabe o que é febre amarela? Quais os sintomas, como é a contaminação? Não? Então, essas e outras dúvidas são esclarecidas neste manual que preparamos para você. Desde 1942 não é registrado nenhum caso de febre amarela urbana no Brasil. Todos os casos confirmados são silvestres (infecções na área rural, em áreas de matas) onde vivem os macacos (principalmente os bugios) que hospedam o vírus transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Em Maricá, foi confirmado um caso de febre amarela silvestre e a Secretaria Municipal de Saúde intensificou a vacinação com a busca ativa, ou seja, as equipes vão de casa em casa em locais de difícil acesso para imunizar essa população que vive próximo às áreas de mata e bloquear a infestação da doença. É importante deixar claro que esse mosquito é silvestre, ele não sai da mata e por isso que as ações são realizadas nesta área de proteção.
Desde o dia 19/04, mais de 25 mil pessoas foram vacinadas na região do distrito de Ponta Negra e no Posto Central (distrito Centro). Ou seja, a vacinação já atingiu 80% da área de bloqueio e, assim que chegar a 100% de cobertura, a vacinação será ampliada para outras localidades do município. A meta é vacinar toda a população até meados de maio.
O QUE É A FEBRE AMARELA?
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquito), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.
Os primeiros casos da febre amarela no Brasil surgiram no século XVII e, desde então, ela se fixou majoritariamente em áreas silvestres do nosso território. Nessas áreas, quem transmite o vírus da doença são os mosquitos Haemagogus e Sabethes e os macacos são os principais hospedeiros. Nos ambientes urbanos, onde o último caso foi registrado em 1942, o vetor é o popular Aedes aegypti. Apesar das campanhas de prevenção, que contribuíram para a erradicação da febre amarela nos centros urbanos, o ano de 2017 começou com os maiores índices da doença nos últimos dez anos.
Febre Amarela: Diferença entre urbana e silvestre
A Febre Amarela apresenta dois ciclos de transmissão epidemiologicamente distintos: a febre amarela silvestre (FAS), que ocorre em primatas não humanos (macacos) e os principais vetores transmissores são mosquitos silvestres (dos gêneros Haemagogus e Sabethes). O ser humano é contaminado acidentalmente, quando vai para áreas rurais ou silvestres que tem a circulação da febre amarela. O ciclo da Febre Amarela Urbana (FAU) envolve o homem e é transmitido principalmente pelo aedes aegypti.
Febre Amarela: Morte de macacos e sintomas
Os macacos infectados ao morrerem representam um alerta (evento sentinela) para as autoridades sanitárias e moradores de regiões com grandes populações de macacos. Deve-se evitar que o medo resulte em aversão aos animais. Eliminar o macaco hospedeiro não resolverá o problema da febre amarela, portanto ao encontrar um animal morto comunique à Secretaria de Saúde.
Os sintomas iniciais, que duram em torno de três dias, incluem febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. O quadro pode evoluir com diminuição da temperatura e alívio dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente, com duração de 1 a 2 dias. Em seguida pode reaparecer febre, diarreia e vômitos, com evolução para as formas graves da doença.
Nestes casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia, oligúria (produção de pouca urina), anúria (ausência de urina) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20 a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.
Ao identificar alguns dos sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas ou se observou morte de macacos próximo aos lugares que visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.
Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico. Importante: Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.
A única forma de evitar a Febre Amarela é através da vacinação. A prevenção inclui evitar o contato e a picada pelo mosquito, por meio do uso de repelentes, mosquiteiros impregnados com inseticidas, roupas protetoras, telas em portas e janelas.
Febre Amarela: Quem pode contrair a doença silvestre?
Qualquer pessoa sem ter sido vacinada que viva ou visite áreas onde há transmissão da doença, pode ter febre amarela, independentemente da idade ou sexo. A febre amarela não é contagiosa. A transmissão não é de pessoa a pessoa. A febre amarela é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus.
A vacina só está indicada para crianças de 6 a 9 meses de idade incompletos em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a doença. Já para crianças de 9 meses até antes de completar 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) a primeira dose deve ser administrada aos 9 meses e o reforço, aos 4 anos de idade. Se a criança não foi vacinada aos 9 meses exatos, deve tomar a vacina e o reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
Febre Amarela: quem deve se vacinar?
As pessoas que receberam uma dose única da vacina antes de completar 5 anos de idade devem tomar o reforço, ainda que sejam adultos, com intervalo mínimo de 30 dias. Já aqueles com mais de 5 anos de idade que nunca foram imunizados ou sem comprovante de vacinação precisam tomar a primeira dose da vacina e, 10 anos depois, o reforço. As pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina não precisam tomar nenhuma dose. Já estão vacinadas.
Os idosos (60 anos ou mais) que nunca foram imunizados ou sem comprovante de vacinação precisam que um médico avalie o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária. A vacinação não é indicada para gestantes. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação.
A vacinação não está indicada para mães que estão amamentando, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação.
Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a vacina inadvertidamente, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias após a vacinação (com um mínimo de 15 dias).
São classificados como áreas de risco locais que têm matas e rios onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente. No Brasil, no entanto, a vacinação é recomendada para as pessoas a partir de 9 meses de idade que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina.
Viagens internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação.