Sete escolas votaram pela divisão, cinco se abstiveram e uma foi contra. Portela deve entrar na justiça contra a decisão
Em reunião encerrada há pouco, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu que Mocidade Independente de Padre Miguel e Portela dividirão o título do carnaval deste ano. Entre as agremiações, sete votaram pelo título compartilhado, cinco se abstiveram e apenas uma escola se opôs à medida. A Mocidade solicitou a divisão do campeonato em virtude de um suposto erro de um dos jurados.
Participaram do encontro figuras como o patrono da Mocidade, Rogério Andrade, e o presidente de honra da Beija-Flor, Anísio Abraão David, além do ex-presidente da Liesa Capitão Guimarães. A reunião aconteceu na sede da Liga, na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio.
Em frente ao prédio, um grupo de cerca de 30 torcedores da Mocidade aguardava com ansiedade o veredicto. O grupo chegou ao local por volta das 18h e estendeu um bandeirão de sete metros quadrados na calçada. Uns tentavam aplacar a ansiedade puxando o samba-enredo da agremiação, enquanto outros bebiam caipirinha para desestressar.
— O clima é de otimismo. A Mocidade fez o trabalho dela e nós queremos sair daqui com o nosso título — disse Leonardo Novais, da torcida Independentes Mocidade, ainda antes do resultado da reunião.
MATERIAL DESATUALIZADO
O impasse em torno do resultado do carnaval teve início quando, no último dia 23, a Mocidade solicitou a divisão do título para, segundo a escola de Padre Miguel, tentar solucionar o erro de um jurado. Para a agremiação, que havia ficado com o vice-campeonato, a nota do julgador Valmir Aleixo foi injusta e impediu que ela vencesse a disputa. Aleixo teria feito o julgamento do abre-alas se baseando nas informações da primeira edição do roteiro do desfile, em que haveria a participação de um destaque num determinado trecho da apresentação. Mas, numa segunda edição do material, que não foi recebida por Aleixo, houve a retirada do destaque do enredo.
O resultado foi que Aleixo subtraiu um décimo em sua nota, sob o argumento de que a Mocidade “não apresentou o destaque de chão" (...)“o Esplendor dos Sete Mares, que executa função narrativa dentro do enredo, comprometendo assim sua leitura", justificou o jurado. A própria Liesa reconheceu que esse destaque só existiu na primeira versão do abre-alas, em que ficam registrados todas as fantasias e as alegorias da escola. Portanto, teria havido uma falha na distribuição do roteiro do desfile que ajuda o júri a acompanhar o espetáculo e a votar de acordo com as regras da Liesa.