Mesmo aqueles que não tiveram o direito de vir ao mundo seja por problemas de saúde ou devido às mãos assassinas de "pseudos profissionais" de saúde que não fizeram o mínimo necessário para trazer àquela criança ao convívio de sua mãe.
Seja por um desenlace repentino, seja por uma doença, seja por um acidente, seja por outro infortúnio qualquer, é uma saudade enorme, uma dor que dilacera cada vez que você para algum afazer, nem que seja por um segundo e se lembra que não tem mais seu filho.
Ocupamos nossa cabeça e nosso tempo ajudando, consolamos quando às vezes só queríamos ser consoladas, sorrimos quando encobrimos nossas lágrimas, sorrimos para não sermos egoístas e fazer com que todos que ainda permanecem ao nosso lado sofram mais com nosso sofrimento.
Se eu choro? Sim, muitas vezes... infinitas vezes! Se eu pendo no meu filho? Todos os segundos do meu dia. Penso no quanto fui feliz com ele, mesmo que ainda tivesse dentro da minha barriga, onde planejava, e em conversas o acariciando pela minha barriga, sonhava em tudo que poderia fazer e realizar.
Se mais velho, penso o quanto fui feliz com ele, sorrio lembrando das piadas, das brincadeiras e até das broncas. Canto "nossas músicas" e cumpro minha promessa, de tentar viver aqui sem ele.
Uma mãe que sorri depois de uma dor tão grande, uma mãe que apesar de querer morrer consegue ver que a vida continua, merece aplausos.
À você, à nós que conseguimos ver a perde como uma vírgula na história de nossa vida e não como um ponto final (pois mais duro que seja), por sobrevivermos a literalmente um bombardeio de sentimentos, dor, raiva, angustia, desespero, amor, esperança, carinho e fé, merecemos sim aplausos da vida e todo o acolhimento de Deus!!!
Modelo: Laís Cristina (ensaio feito um mês antes do assassinato de sua filha na maternidade do hospital Conde Modesto Leal em Maricá)
Fotos e maquiagem: Juliana Souza
Texto adaptado: Pery Salgado (jornalista)
Realização: PR PRODUÇÕES