Para ti homem que te aproximas de uma mulher, que o passado foi o que ela não merecia, que procurou a reciprocidade onde não a havia.
Para ti homem que te aproximas de uma mulher, que se deixou magoar e endurecida deixou de acreditar, em trilhos falhados à partida.
É preciso muita paciência para voltar a colar os pedaços de uma mulher que foi iludida. Que perdeu o tempo e a vida, em palavras que ouviu, sem serem sentidas.
Tu não tens culpa... mas na cabeça dela, tu serás uma cópia, que o tempo vai revelar. Para ela, vais reproduzir o som do engate dando o teu melhor, até demonstrares o teu pior. Para ela és diferente, mas tão igual.
É assim que ela te vê, em todos os pedaços que lhe faltam, em toda a intensidade da sua alma. Ela viveu uma dor que ninguém entende, insana para quem sente. Que lhe ensinou que nada é para sempre.
Tu és só mais um, que chegas de mansinho para depois partires e a partires... E ela não deixa, porque o medo de voltar a sofrer é superior ao de voltar a amar.
Ela não aceita abraços de quem não lhe sabe responder, ela aprendeu a ouvir sons baixinhos, que não pode confiar.
Ela não te vai olhar de frente enquanto não esquecer totalmente o que ficou para trás. Ela construiu sonhos que alguém demoliu, sentiu a voz da desilusão.
Jamais a insultes perante a sua frieza, ela vê o que tu não vês e sente o que tu não tens.
Tu não sabes as dores que ela guarda, não sabes as horas que viveu na escuridão, de um vazio sentido no coração.
Não sabes por onde se perdeu, para se encontrar e se ela te contar, és um homem de sorte.
Então, quando te aproximares, lembra-te que ela é sensível, mas mais forte do que todas as tuas fraquezas.
Fica o aviso...
No dia em que a partires... Ela parte sem te avisar.
É assim que ela dança, é assim que sabe dançar.
Modelo e fotos: Myriam Rangel (pedagoga)