Um texto verdadeiro, mostrando a diferença da vida (feliz) de algumas décadas atrás em relação a vida de hoje (com todos os facilitadores). A relação de respeito e dos valores que hoje infelizmente estão se perdendo. Vale a pena a leitura com uma grande dose de reflexão:·
Fui criada em São Gonçalo!
Nessa época não tínhamos BOLSA FAMÍLIA e nem BOLSA ESCOLA.
Não ganhávamos uniformes, O UNIFORME era comprado! Tínhamos que comprar até o bolso que era o símbolo da escola.
E “ai” se não fosse com o Uniforme da Escola, não entrava, é isso mesmo a diretoria não deixava entrar!!!
Quase ninguém tinha telefone em casa, nós éramos acostumados a usar o famoso ORELHÃO COM FICHA ou CARTÃO (os mais "modernos").
As pesquisas eram em biblioteca, e como era divertido ir até a biblioteca. Era o encontro como mundo!
O trabalho era escrito a mão e na folha de papel almaço, a capa era feita em papel sulfite (com todo capricho).
Tinha dever de casa e a EDUCAÇÃO FÍSICA era esperada por todos. Fora do horário das aulas.
Na escola tinha o GORDO, a MAGRELA, o/a ZOREIA, QUATRO ZÓIO, CABEÇÃO, BAIXINHA , OLÍVIA PALITO, BOCA DE LATA, ROBOCOP, o NEGÃO (tinham outros apelidos ótimos também)...
Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade... Era brincadeira e ninguém se queixava de BULLYING. Existia o VALENTÃO, a VALENTONA, mas também existia quem nos DEFENDESSE.
Na escola tinha DIA DO FLÚOR, CAMPANHA DA FEBRE AMARELA, o dia de combater os PIOLHOS e a MERENDA. Quem nunca comeu aquele ovo cozido, aquele peixe cozido aquele NESQUIK de morango na caneca de plástico?
Antes de iniciar as aulas, a gente cantava o HINO NACIONAL na semana da Pátria. Entrávamos em fila até a sala de aula. Era por ordem de tamanho a fila.
Na saída adorávamos quando alguém fazia aniversário: ERA OVO, FARINHA dentre outros!
Final de ano, não víamos a hora de acabarem as aulas para que os colegas escrevessem nas nossas camisetas.
A frase "PERAÍ MÃE " era para ficarmos mais TEMPO NA RUA e não no COMPUTADOR ou no CELULAR!!!
Colecionávamos FIGURINHAS, SELOS, CHAVEIROS, PAPEL DE CARTA, sentávamos na calçada com as amigas. tínhamos ioiô e outras brincadeiras mais. As brincadeiras eram saudáveis, os meninos brincavam de bater figurinhas e não nos colegas e professores.
Na rua era SOLTAR PIPA, CARRINHO DE ROLEMÃ, ESCONDE-ESCONDE, PULAR CORDA, AMARELINHA, QUEIMADO, VOLEI etc...
Comíamos na rua mesmo, bebíamos água da torneira, andávamos descalços e vivíamos no sol sem protetor.
Não importava se nossos amigos eram NEGROS, BRANCOS, PARDOS, RICOS, POBRES, MENINOS ou MENINAS.
Todo mundo brincava junto e como era bom. Bom não, era MARAVILHOSO! Filmes só assistíamos na tv e não víamos a hora de passar a Sessão da Tarde.
Que saudades dessa época em que a chuva tinha cheiro de terra molhada e podíamos tomar banho nela sem ficar doente!
Época em que nossa única dor era quando passávamos MERTHIOLATE nos machucados, joelhos ralados e ponta de dedão machucado e ardia pra caramba!!!
EDUCAÇÃO era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola por aprontarmos. Na chegada ou na saída, sempre pedíamos a benção dos mais velhos, que diziam: "Que Deus te abençoe meu filho!"
Isso nos deixava realmente protegido!
Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa, pois o couro comia de verdade!!!
Fico me perguntando, quando foi que tudo mudou? E os valores se perderam e se inverteram dessa forma?
Hoje em dia não se pode mas incomodar ou negar algo "pro reizinho ou a mini rainha que nem 10 anos tem", hoje você faz vontade e amanhã só Deus sabe!!!
Luto pelos meus filhos sim, não com coisas materiais mas sim na educação. Antigamente agente questionava pai e mãe de um material de escola que o amiguinho tinha e eu não, hoje as crianças nem 12 anos tem e questionam porque fulano namora e eu não posso (???)
Vamos voltar a infância e educar como fomos educados.
NÃO: significa amor;
VARA: não mata;
CASTIGO: não interfere no psicológico.
Ensine ao seu filho da maneira correta pois a vida é cruel e vai por mim vai ser bem mas difícil se a vida cobrar dele!
Quanta saudade, quantos valores, que para esta geração não vale nada.
Grato por tudo que VIVI e APRENDI.
Eu vivi e não morri!
Camila Ana Bryan