sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A BELEZA DA MULHER NEGRA


Reverenciar a mulher negra apenas em suas datas? Aproveitamos a semana da Consciência Negra para lembrar que não temos que ter a consciência negra, ou branca, ou amarela, mas sim HUMANA e ai, com todos os méritos, reverenciar a MULHER e em especial, a NEGRA, que luta, supera, chora, grita e VENCE (muitas vezes, à margem da sociedade)!!!

Quantos mistérios se escondem atrás da MULHER NEGRA?

Na noite, dizem que seu brilho se esconde, mas na verdade ela é LUZ por onde passa.

Suas curvas, sua força, seu riso, são faróis de esperança seja à noite, ou em qualquer momento do dia!

No seu olhar, há sonhos a revelar, e quando ela enxerga em você um porto seguro, te segura, pois ela dificilmente irá te largar.

Com traços únicos e beleza marcante na sua pele, há segredos guardados, várias histórias de lutas, de amores passados, de superações incontáveis. 

Ela é música, um verdadeiro um hino à resistência, é  símbolo de vida, de pura existência.

Seus cabelos são sua verdadeira marca, a verdadeira Coroa de rainha. 

Seus lábios carnudos e bem desenhados, são macios, e de lá saem cânticos cheios de amor.

Sua presença é a verdadeira força da Natureza que aflora, e no seu sorriso, o mundo se curva, nas curvas mais bonitas do corpo delineado desta linda Mulher Negra.

Eterna Rainha, herança de tantos reinados, nos seus passos, ecoa o som do tambor de um povo de grande valor, que construiu tantas nações. 

Mulher Negra, és alma, essência, és o verdadeiro viver, és igual ao bambu cuja raiz o tempo não abala e o vento enverga mas não quebra.

Voz que nunca se cala, tens o corpo moldado por Deus e esculpido pela Natureza.

Andas com gingado, com ritmo e magia, é sempre uma estrela pronta para brilhar.

Mulher, deusa, mãe, irmã, filha, fogo, razão, eterna revolução.

Enquanto teu olhar ilumina a noite, teu sorriso é o Sol iluminando nosso caminhar.

Mulher negra, és por todos respeitada, admirada, enaltecida, reverenciada.

Se um dia fostes escrava, mostrou até nisso sua grandeza, parindo gerações de novos seres que finalmente iriam te respeitar.

MULHER NEGRA: SUA BELEZA, É FORÇA E MAGIA, SEMPRE!!!

Texto: Pery Salgado (jornalista)
Participações: 
Amanda Regina (modelo, servidora municipal)
Adriana Monteiro: (modelo, Musa e advogada)
Realização: PR PRODUÇÕES






quarta-feira, 20 de novembro de 2024

ALINE SILVA: A HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO DA BELEZA NEGRA 2024


 Na semana da Consciência Negra onde não deveríamos rotular dessa forma e sim da CONSCIÊNCIA HUMANA, respeitando todas as raças (branca, amarela e negra), vamos conhecer mais uma mulher guerreira, que como a grande maioria, passou por diversos problemas, sofrimentos, mas soube superá-los, e hoje vive uma nova vida, se ainda não totalmente plena de alegria, com certeza a caminho dela.

O nome dela é Aline da Silva Pereira (36), nascida e criada em Maricá, casada com Krysllen Roberto, 3 filhos, uma menina e dois meninos (Kauã -11, Isabelly - 7 e Kauê - 2). Do seu filho mais velho, o pai negou a paternidade, da menina, o pai morreu em um acidente de moto e apenas Kauê (na foto ainda dentro do barrigão lindo) é filho de Roberto, atual marido.

Aline estudou apenas até a sétima série, mas recentemente se formou como Bombeiro Civil pela YO. Em 2021, conseguiu uma vaga na SOMAR. E é com essa mulher guerreira que vamos conversar hoje:

CULT: Primeiro uma alegria ter você aqui conosco, nas páginas do CULTURARTE, e fazendo parte de uma família linda, onde já tivemos o prazer de fazer diversas matéria com nossa eterna modelo MARI SOUZA (foto) , sua sogra, grande exemplo para muitas mulheres.

ALINE: Oi, obrigada pela oportunidade e a alegria é minha estar aqui com vocês e seus leitores, contando um pouco da minha história de vida. Sobre minha família e em especial minha sogra, nem fala, foi minha maior conquista, a amizade dela, ela é uma inspiração pra mim em tudo!

CULT: Fale um pouco do seu trabalho.

ALINE: Então, eu trabalho na roçada, de coração foi a melhor coisa na minha vida, passei por momentos difíceis quando  estava desempregada com dois filhos pequenos e não conseguia trabalho em lugar nenhum. Foi ai que dois amigos me deram essa grande oportunidade. Quando comecei achei que não aguentaria, mas conheci pessoas mais que especiais na vida e hoje sou muito grata. É um trabalho pesado  no calor, mas tiramos de letra, bebendo muita água, é claro!

CULT: Pois é, não é um trabalho fácil nem para homens, mas você já faz a diferença dizendo que tira de letra, mesmo no calor.

ALINE: Claro, fica fácil quando você tem por quem lutar, e eu tenho que lutar por 3. Me dá forças todos os dias e eu ainda trabalho vendendo frango assado aos sábados e domingo. Trabalho para outra pessoa para tirar um extra!

CULT: Você falou que algumas pessoas foram especiais na sua trajetória dentro da SOMAR. Poderia citá-las?

ALINE: Claro, conheci uma amiga chamada Fernanda que me deu muita força. E posso agradecer algumas pessoas?

CULT: Claro, deve.

ALINE: Então, sei que existem muitas críticas a eles mas eu sou muito grata a estes dois homens por que hoje meu filhos tem comida na mesa. Um deles é meu querido chefe geral Rodrigo Fagundes e o Renato Machado, hoje deputado estadual, mas na época, era o presidente da SOMAR. Graças a eles e principalmente ao Rodrigo, hoje meus filhos tem um pão, um leite e tudo que eu consigo dar, fruto do meu trabalho. Eles sempre me ajudaram muito e nunca me deixaram desempregada. Minha empresa antiga saiu (Limpatech), deixou de servir a SOMAR, mas a minha vaga estava lá pronta pra entrar em outra empresa que veio logo a seguir. Hoje estou na ARPOADOR e me sinto muito feliz e acolhida. Estou na equipe do meu querido Márcio André, na equipe CONSERVE CORDEIRINHO.

E aqui, nesta equipe, redescobri a importância da verdadeira amizade, todos somos amigos, companheiros de trabalho amigos pra vida. Agradeço a cada um deles por me deixar fazer parte dessa família chamada SOMAR.

CULT: E como bombeiro civil, quando fez o curso, quando se formou e já está exercendo a profissão?

ALINE: Me formei em 2023, mas ainda não estou exercendo a profissão, estou esperando uma oportunidade.

CULT: Problemas no decorrer de sua vida?

ALINE: Bom, tive muita dificuldade na minha vida, minha família não gosta de mim, perdi meu pai em um acidente com um bujão de gás e ele foi umas das pessoas que mais me ajudava. Por isso fiz meu curso de bombeiro, queria sempre poder ajudar alguém a não passar pelo que ele passou.

Eu cresci abandonada pelo maioria dos meus irmãos e muitos deles ainda não me aceitam e eu nunca soube o por que. Então sempre fui mais sozinha, mas mesmo assim, sempre tive garra e eu falava sempre para mim e conversando com Deus que conseguiria vencer.

CULT: Mesmo com todo seu trabalho, você é uma mulher que chama atenção. Tem um corpão. Como você se cuida?

ALINE: Bom, antigamente eu estava na academia, mas quando engravidei do meu último filho, parei de ir na academia e não consegui manter a boa forma. 

E para completar,  depois do nascimento do meu filho fiquei doente onde quase perdi minha vida por um erro médico dentro do hospital Conde Modesto Leal, mas agora, com meu filho completando dois aninhos, consegui voltar para a academia de novo.

CULT: Pode falar sobre esse erro médico?

ALINE: Sim, eu fui diagnosticada com trombose e não era, me deram medicamentos errados onde parei de me alimentar o que fez piorar minha situação. As medicações deram complicações na minha perna e me fizeram não comer mais e foi piorando minha perna e aí entrei em depressão por achar que estava com a uma doença grave e só via piorar. Achei que estava morrendo. Tive que parar de amamentar meu filho por conta dos remédios e depois disso tudo descobri que não estava com a doença. Isso tudo um mês depois do nascimento do meu filho. Foi um absurdo erro médico. Mas Deus me salvou e graças a Ele me reconstruí!

CULT: Durante tua vida conturbada, sofreu algum tipo de violência?

ALINE:  Só do pai da minha filha, o que morreu em um acidente de moto. Ele era usuário de drogas e quando ficava sem, ele ficava nervoso e era muito agressivo. Me ameaçava e chegou a me bater uma vez!

Na sua última gravidez, realizou o sonho de poder fazer um belíssimo ensaio fotográfico para marcar momento tão marcante. 

Aline é flamenguista, adora a cor vermelha. Sua bebida preferida é um bom Vinho suave e é amante de pizzas e massas. Gosto de se vestir com vestidos que marquem seu belo corpo, e curte andar de tênis. Para dormir gosta de usar Baby Doll e às vezes só um short com uma blusinha curta. 

Nos momentos de lazer, curte programas de televisão, em especial programas de comédia. 

CULT: Diga seus projetos para o futuro, seus sonhos...

ALINE: Bom, quero muito conseguir um emprego melhor que eu possa ajudar minha mãe terminar a obra da minha casa e dar uma vida bem melhor para os meus filhos. Quero  terminar meus estudos e quem sabe me casar um dia como eu sonho tanto (de véu e grinalda em uma cerimônia linda)!

CULT: E sobre sua sogra? Nem sempre a convivência com sogras são boas. O que tem a dizer?

ALINE: Nem fala, foi minha maior conquista, a amizade dela, ela é uma inspiração para mim em tudo. Quando conheci o filho dela, no início foi um pouco complicado, mas ela é maravilhosa e perfeita, umas das mulheres mais bonitas que conheci, me orgulho dela, ela ainda não sabe, mas eu a amo. Vai saber quando ler essa matéria.

Ela é sim uma inspiração para todas as mulheres por tudo que passou e superou, já li as diversas matérias sensacionais com ela feitas aqui pelo CULTURARTE. 

E não posso negar e esquecer de falar que ela é minha inspiração e dizer que agradeço tanto por tudo que ela fez por mim. Ela não sabe quanto orei, quanto pedi a Deus para ela ficar na minha vida. Muitos não vai entender e nem peço que entendam, mas foi essa mulher que me levantou da cama do hospital e me fez acreditar que eu podia muito mais!

Acho que nem ela sabe disso pois nunca disse, mas se hoje venci minha ansiedade e estou aqui de pé foi por suas palavras. Sempre te admirei e hoje muito mais: obrigada Mari Souza.

E não posso esquecer da minha primeira Rainha (Maria, mais conhecida como dona Nica), minha melhor amiga, minha mãe, que sempre fez tudo ter sentido na minha vida e sem ela eu não sou nada. 

Se hoje estou aqui, é por ela e meus filhos.

E sobre meu marido (foto abaixo), ele é o homem que amo muito e me mostrou que eu era capaz de me apaixonar várias e várias vezes por uma pessoa só. 

CULT: Aline, uma alegria muito grande ter você aqui, contando sua história de vida, superações, servindo de exemplo e motivação para outras mulheres. 

ALINE: Eu que agradeço a Deus por essa grande oportunidade e à vocês pelo carinho e respeito que tem por nós, levando nossas histórias para outras mulheres. Espero sim servir de exemplo para algumas. Meu muito obrigado.

BELEZA NEGRA 

E como no início desta linda matéria falamos da semana da Consciência Negra, e como fazemos todos os anos, escolhemos por processo de seleção, a BELEZA NEGRA do ano e aproveitando essa linda mulher, com essa magnífica história, a PR PRODUÇÕES concede o título de BELEZA NEGRA 2024, para Aline da Silva Pereira.

Aline vem suceder justamente a sua sogra, MARI SOUZA, BELEZA NEGRA 2023 (relembre lendo a matéria acessando https://culturarteenpr.blogspot.com/2023/11/mari-souza-beleza-negra-2023.html). Em breve, marcaremos data e local para entrega do seu certificado. Parabéns à nossa guerreira, nossa BELEZA NEGRA 2024.







terça-feira, 19 de novembro de 2024

ESCRAVO OU ESCRAVIZADO? ÍNDIO OU INDÍGENA? (vídeo explicativo)


 Palavras como índio e escravo são termos ultrapassados e que não refletem os diferentes tipos de resistência e subjetividade de pessoas que até hoje fazem parte da história brasileira. É isso que explica a professora de história Erika Rocha, que sugere sua substituição por indígena e escravizado.

“O termo ‘escravo’, por exemplo, faz referência a uma condição natural. Portanto, ‘escravizado’, que remete a uma situação imposta por outras pessoas, é a palavra correta a ser utilizada. O mesmo acontece com ‘escravidão’. Esse termo pode ser substituído pelas palavras escravização ou escravismo, que estão muito mais relacionados à prática de um sistema econômico que existiu durante o período colonial”, explica Rocha. 

“Quando a gente troca escravo por escravizado a gente subentende um processo histórico em que uma pessoa passou por escravização – sequestrada da África e trazida para o território que hoje é o Brasil”, complementa.

A professora destaca também que o termo ‘índio’ carrega ideias ultrapassadas e genéricas e não abrange a diversidade que existe entre os povos originários. Assim, a mudança é necessária para refletir as ideias e lutas das diversas sociedades indígenas. No vídeo, Erika Rocha aborda estes e outros termos inadequados que estão presentes até hoje nas salas de aula e orienta como professores podem melhorar sua abordagem de ensino trabalhando na atualização deste repertório.