A banda mineira fez tudo certinho, abrindo com a agitada "Na moral" e
botando a única novidade, "Pra quando você se lembrar de mim", perdida
no meio do set. É uma das melhores deles em anos, com jeitinho de
Roberto Carlos.
Do acústico ao groove
O show ficou dividido entre a parte mais romântica ("Amor maior",
"Fácil", "Só hoje"), presente no primeiro acústico, lançado nesta sexta,
e o repertório mais sacolejante.
A força ao vivo de "Mandou bem" e "Blecaute", de discos lançados após a
última vez no festival, em 2013, mostra que o Jota Quest se mantém na
boca do povo. Uma façanha para poucos no pop rock brasileiro.
"Blecaute" poderia ter Anitta, mas a voz dela foi retirada do arranjo ao
vivo. A cantora está em turnê e pela segunda vez esnobou o festival. Na
semana passada, havia sido convidada por Fergie.
Abraço coletivo
Em "Dentro de um abraço", o vocalista Rogério Flausino pediu que todos
dessem um abraço na pessoa do lado. "São 100 mil pessoas aqui e quero 50
mil abraços", calculou (com exagero).
Flausino também fez um discurso contra o que chamou de "canalhas". "A gente não está satisfeito com tudo o que está acontecendo em nosso país. Ninguém está satisfeito com o que está acontecendo no Rio de Janeiro nas comunidades", disse o cantor.
"A gente quer mandar um abraço para toda a galera que mora nas
comunidades. O Brasil não é isso, o Brasil é a verdade, é a coragem de
cada um de nós que sai de casa todo dia para trampar, para poder cuidar
da família, para poder estar estar aqui no Rock in Rio... A paz é mais
importante do que todos os motivos que esses canalhas têm para passar a
mão na nossa grana. É muito difícil chegar aqui e falar este tipo de
coisa, hoje estamos vivendo em um momento tão polarizado".
E o dia termina hoje com Bom Jovi, a partir de meia noite.
Covers e autoajuda
Eles não precisavam, mas também tocaram covers. O set teve as manjadas
"Além do horizonte", de Roberto Carlos, e "Tempos modernos", de Lulu
Santos, com o arranjo horrendo de sempre.
Em "De volta ao planeta dos macacos", acrescentaram trecho de
"Sociedade Alternativa", de Raul Seixas. Foi quando Rogerio se abraçou
em uma bandeira do Brasil e parte do público gritou "Fora Temer".