sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Jota Quest faz discurso contra 'canalhas' e promove abraço coletivo em show certinho cheio de hits

Em seu terceiro Rock in Rio, o primeiro em um dia mais roqueiro do que pop, o Jota Quest veio para não correr riscos. Mandou bem com discursos contra os "canalhas", abraço coletivo e 13 hits em pouco mais de uma hora.
A banda mineira fez tudo certinho, abrindo com a agitada "Na moral" e botando a única novidade, "Pra quando você se lembrar de mim", perdida no meio do set. É uma das melhores deles em anos, com jeitinho de Roberto Carlos. 

Do acústico ao groove

O show ficou dividido entre a parte mais romântica ("Amor maior", "Fácil", "Só hoje"), presente no primeiro acústico, lançado nesta sexta, e o repertório mais sacolejante. 

A força ao vivo de "Mandou bem" e "Blecaute", de discos lançados após a última vez no festival, em 2013, mostra que o Jota Quest se mantém na boca do povo. Uma façanha para poucos no pop rock brasileiro. 

"Blecaute" poderia ter Anitta, mas a voz dela foi retirada do arranjo ao vivo. A cantora está em turnê e pela segunda vez esnobou o festival. Na semana passada, havia sido convidada por Fergie.  

Abraço coletivo

Em "Dentro de um abraço", o vocalista Rogério Flausino pediu que todos dessem um abraço na pessoa do lado. "São 100 mil pessoas aqui e quero 50 mil abraços", calculou (com exagero).
Flausino também fez um discurso contra o que chamou de "canalhas". "A gente não está satisfeito com tudo o que está acontecendo em nosso país. Ninguém está satisfeito com o que está acontecendo no Rio de Janeiro nas comunidades", disse o cantor.
"A gente quer mandar um abraço para toda a galera que mora nas comunidades. O Brasil não é isso, o Brasil é a verdade, é a coragem de cada um de nós que sai de casa todo dia para trampar, para poder cuidar da família, para poder estar estar aqui no Rock in Rio... A paz é mais importante do que todos os motivos que esses canalhas têm para passar a mão na nossa grana. É muito difícil chegar aqui e falar este tipo de coisa, hoje estamos vivendo em um momento tão polarizado". 

E o dia termina hoje com Bom Jovi, a partir de meia noite.

Covers e autoajuda

Eles não precisavam, mas também tocaram covers. O set teve as manjadas "Além do horizonte", de Roberto Carlos, e "Tempos modernos", de Lulu Santos, com o arranjo horrendo de sempre.
Em "De volta ao planeta dos macacos", acrescentaram trecho de "Sociedade Alternativa", de Raul Seixas. Foi quando Rogerio se abraçou em uma bandeira do Brasil e parte do público gritou "Fora Temer".