Cerca de trinta alunos
das turmas de 4º e 5º anos da EM Marquês de Maricá (Itaipuaçu) com
idades entre 8 e 10 anos participaram nesta quarta-feira (27/09), da
colheita de 12 caixas de alface crespa roxa na Unidade Escola
Agroecológica e Horta Pública Comunitária do Manu Manoela. O grupo
estava acompanhado de representantes das secretarias de Agricultura,
Pecuária e Pesca e Economia Solidária.
Engenheiro agrônomo,
Anderson Vinícius Oliveira deu algumas explicações aos alunos sobre o
plantio, a manutenção das mandalas na horta-escola comunitária, ações de
recuperação pós-queimadas e a maneira correta na hora da colheita.
Secretário da pasta de Agricultura, Júlio Carolino destacou a
importância de ensinar sobre cultivo e educação alimentar. “Normalmente
as crianças têm dificuldade com algum tipo de legume ou hortaliça.
Quando eles vêm, plantam e colhem, fica mais fácil para se alimentarem. E
levar parte desse produto para casa dá a eles a oportunidade de ter o
que contar sobre a aula da qual participaram em campo”, explicou. “Como
há uma quantidade grande vamos doar uma parte para a escola, de forma
que os alunos possam levar suas alfaces para casa e outra parte para o
hospital”, esclareceu Júlio Carolino, explicando que as doações
normalmente também são feitas para a LBV e o NAIR.
Participando pela
primeira vez, os alunos Gaio Henri e Maria Fernanda Ferreira, de 10 e 11
anos, respectivamente estavam sorridentes. “É diferente porque você
pode usar suas próprias mãos. É muito bom, dá uma emoção”, declarou
Gaio. Maria Fernanda Ferreira, continuou: “Eu nunca tinha colhido nada
na minha vida. E ainda vou poder levar alface para casa e comer. Dá uma
felicidade porque eu gosto e estou colhendo o que vou comer com os meus
colegas”.
Segundo a professora
Ana Lúcia de Almeida, o projeto também está sendo trabalhado em sala de
aula. “Nós montamos um projeto na escola ensinando todos os processos da
colheita, pensando na importância de ensinar as crianças a plantar,
colher e comer o que elas mesmas plantaram, para que depois elas façam o
mesmo em suas casas, multiplicando essa ideia”, disse.
“Nosso objetivo maior é
aproveitar o espaço da escola para o desenvolvimento prático, então
fizemos uma horta suspensa com sementes das mais diversas espécies,
desde frutíferas, hortaliças a plantas, que também pretendemos fazer em
baldes, com o objetivo didático de ensiná-los a reproduzir o que
aprenderem como plantar, adubar e colher”, completou o professor Júlio
César Almeida.
“Não é a primeira vez
que eu estou aqui. Plantação traz vida e participar de um momento desse
com crianças sabendo que elas vão chegar em casa encantadas com um
alimento e aprendizado, não só uma plantinha, para mim tem um tremendo
valor”, avaliou a primeira-dama Rosana Horta, que também participou da
colheita.
Eduardo Henrique (10
anos) tirou a alface da terra e logo colocou um pedaço na boca, sem nem
se preocupar em lavar a hortaliça. “Eu não gosto de alface, mas deu
vontade de ver se era bom e eu comi. Achei o gosto estranho”, confessou.
Andriele Rodrigues é exceção à regra. Aos 10 anos, a menina gosta de
alface. “Eu já tinha colhido outras vezes e sempre como, porque gosto de
alface”, contou.
Além das hortaliças,
as crianças ganharam um caderno de educação em agroecologia “De onde vem
nossa comida?” e uma “Revista das crianças Sem terrinha”, elaborada por
representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
para que os pequenos entendam as mudanças ocorridas na produção de
alimentos e que impactos trouxeram sobre a vida. Bolos de aipim, abóbora
e batata-doce e frutas foram distribuídos para todos. “Eu nem gosto de
batata doce. Não como por nada. Só comi porque não sabia. É um gosto
maravilhoso desse bolo. Nem parece que tem batata doce”, admitiu Evelyn
Araujo (10 anos).