domingo, 17 de setembro de 2017

Automutilação adolescente - Alan Christi


A automutilação é um comportamento intencional de agressão direta ao próprio corpo, por qualquer meio, sem ligação direta ou imediata com a ideia de suicídio, mas até pode evoluir para ela. Essa intenção muitas vezes é de motivação inconsciente. Por mais que esse comportamento seja conhecido e esteja muito comum entre jovens, ele ainda não é compreendido por muitas pessoas, que afirmam ser uma atitude para chamar atenção ou de revolta ou transgressão. Na verdade, é preciso entender que a autoagressão e a automutilação são comportamentos adoecidos e que mostram que aquele sujeito encontra-se em conflito psíquico e precisa rever questões pessoais, tendo muitas vezes que buscar ajuda profissional. 

Esse comportamento tem se tornado muito comum entre os adolescentes que vivendo algum problema ou batalha interna acabam se punindo e se auto agredindo como forma de externalizar esse conflito e seu próprio sofrimento. É preciso dar atenção a esta situação que pode começar de forma não tão grave, mas pode evoluir para um adoecimento profundo e perigoso. 

Os motivos e causas desse tipo de alteração são variados e cada pessoa tem na sua história pessoal e no seu momento de vida as explicações que justificam esses comportamentos. Normalmente esse problema está ligado a questões e problemas familiares, repressão e falta de diálogo dos pais, questões ligadas à baixa autoestima e a autoconfiança, questões ligadas à identidade e a sexualidade e também podem se relacionar à depressão ou algum sofrimento íntimo. 


O mais importante é que você jovem, que passa por esta situação, busque ajuda. Saiba que pode não ser uma boa você se expor ou se abrir pela internet, ou nas redes sociais, pois ali têm pessoas que podem até te levar a uma piora ou contribuir para ampliar o seu sofrimento. O melhor é buscar em pessoas próximas, como seu pais, algum amigo ou parente que você confie, a orientação e a ajuda correta. 

E a você pai, mãe ou responsável por este adolescente que vive essa situação, não julgue; AJUDE! Saiba que ninguém se machuca porque gosta, mas porque não está bem e precisa de compreensão e cuidado. Busque observar, escutar e agir, pois isso pode piorar e colocar a integridade desse jovem em risco. Vivemos em um mundo em transição, que está confuso e perigoso em muitos aspectos e vemos isso se refletir em nossos jovens. Vamos contribuir para uma geração saudável e equilibrada.

Alan Christi - Psicólogo, coordenador do programa a atendimento a pessoas com deficiência física de Maricá