"Não quero voltar a me prostituir para viver bem!"
Longe dos holofotes, a ex-modelo ainda é reconhecida por parte do público, que faz questão de cumprimentá-la. Mas a exposição também trouxe outras consequências para Regininha. Avaliando o passado, ela diz que se arrepende de ter feito filmes eróticos, mas, ao mesmo tempo, entende que naquela época foi preciso. A musa dos anos 90 ainda pensa em formas de ganhar dinheiro, mas rejeita a chance de voltar à vida que tinha no passado.
Faturando R$ 200 por dia com empadas, Regininha Poltergeist quer fazer massagem, mas teme clientela: 'A maioria quer um complemento'.
Acostumada com o glamour que viveu no auge da fama, hoje Regininha Poltergeist assumiu uma nova função e viu sua vida mudar completamente. Aos 54 anos, a musa dos anos 90 está vendendo empadas na Rua Dias da Cruz, próximo à casa onde vive no bairro do Méier, Zona Norte do Rio. Longe dos holofotes, a ex-modelo ainda é reconhecida por parte do público, que faz questão de cumprimentá-la. Mas a exposição também trouxe outras consequências para Regininha.
Regininha estampou várias capas da revistas masculinas, incluindo a “Playboy”, e chegou a atuar em filmes adultos e foi com essa grana que a ex-modelo conseguiu conquistar cinco apartamentos, comprar carros, e dar uma vida mais confortável aos pais, mas acabou precisando se desfazer dos bens.
Avaliando o passado, ela diz que se arrepende de ter feito filmes eróticos, mas, ao mesmo tempo, entende que naquela época foi preciso:
“Me arrependo de ter feito filme adulto, mas, por outro lado, o dinheiro me serviu para muita coisa, principalmente para os meus pais, paguei o tempo de contribuição deles para se aposentarem”, avalia.
A musa dos anos 90 ainda pensa em formas de ganhar dinheiro, mas rejeita a chance de voltar à vida que tinha no passado.
Ela, que já trabalhou como vendedora ao deixar o meio artístico, agora quer retomar a profissão de massagista, porém, tem receio de que a futura clientela associe o trabalho com a prostituição, a qual já recorreu em tempos muito difíceis, embora tenha ganhado muito dinheiro, afirma!
“Ganho muito dinheiro com massagem, mas a maioria quer um ‘complemento’. Isso não existe. Fiz muitas coisas, passei por muita coisa que não sou, mas fiz para ajudar minha família. Pensei que se não fosse eu, não teria ninguém para ajudar, por isso meti as caras e paguei o preço (...) Sempre gostei de trabalho, mas hoje em dia é difícil ter um honesto e digno. Poderia estar fazendo outras coisas que me dariam mais dinheiro, mais de R$ 1 mil por dia, mas eu não quero”, afirma.
Bailarina com formação no Teatro Municipal do Rio, Regininha Poltergeist estudou balé clássico por mais de uma década e atuou como professora, e garante que da fama, só sente falta dos palcos.
Com dificuldades financeiras, vivendo com o que rende das empadas e da aposentadoria do pai de 83 anos, com quem mora, ela está precisando de um fogão novo, pois o que tem em casa só dá para assar os salgados. Regininha chegou a fazer um apelo nas redes sociais, onde tem divulgado seu cardápio de empadinhas, mas ainda não conseguiu o eletrodoméstico:
“O forno continua bom, mas o fogão não. Apesar de conseguir vender as empadas, preciso gastar com comida na rua, tanto eu quanto meu pai, porque não consigo usar para fazer arroz, feijão e outras coisas”, diz. Com o seu principal equipamento de trabalho comprometido, Regininha afirma que consegue faturar cerca de R$ 200 por dia com a venda dos quitutes. Além das empadas, agora ela também comercializa café, amendoim e alguns doces, e pensa até mesmo em expandir o seu negócio alugando um pequeno box próximo ao seu atual ponto de vendas, em frente a uma banca de jornal desativada.
Em agosto do ano passado, Regininha chegou a ficar dez dias internada para tratamento psiquiátrico. Ela passou pelo Instituto Municipal Philippe Pinel, em Botafogo, e depois foi transferida o CAPS II Clarice Lispector, no bairro do Encantado, ao ser diagnosticada com transtorno psicótico.