CARTA ABERTA À DIRETORIA DO GAM (GRUPO DE ARTISTAS DE MARICÁ), AOS ASSOCIADOS, AO CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA, AO FÓRUM PERMANENTE DE CULTURA, À IMPRENSA E AO POVO DE MARICÁ
Eu, Altamir Cardoso Costa, presidente eleito e em exercício da mais longeva e respeitada entidade privada de cultura de Maricá, venho por meio desta esclarecer em definitivo os atos lamentáveis que tem acontecido ultimamente perpetrados por uma das diretoras desta prestigiosa entidade, ao qual parece querer se apossar indevidamente com o uso de mentiras, desrespeito aos pares e fundadores usando palavras indevidas e atos truculentos.
Começo meu relato e devidos esclarecimentos, informando à todos que minha mãe, desde 2022 sofre com problemas na coluna, osteoporose, fraqueza e esquecimento da memória agravado após um acidente em meados de 2023, onde ao sofrer uma queda em via pública na cidade do Rio de Janeiro, fraturou a bacia e fissurou a cabeça do fêmur direito.
Não bastasse todos esses problemas de saúde, estes foram agravados após o assassinato do seu neto (meu sobrinho) em junho de 2024, o que a debilitou mais ainda, aumentando substancialmente seu quadro de esquecimento e síndrome do pânico.
Passei então a dar mais atenção à ela (moradora da cidade do Rio de Janeiro) sem me afastar das minhas responsabilidades e afazeres na cidade de Maricá, onde no momento sou presidente de duas instituições e Conselheiro de uma das cadeiras do Conselho Municipal de Cultura, sem contudo conseguir por várias vezes realizar atos e eventos na nossa prestimosa entidade.
Com o lamentável desenlace da nossa ex-presidente e então Conselheira Fiscal - Alexandra Lambraki, que me procurou e me convidou para vir substituí-la na presidência do GAM, no final do seu mandato, começaram articulações para uma nova diretoria ser criada.
Fui eleito seguindo os ritos do estatuto vigente, tendo tomado posse e iniciado minha gestão oficialmente em 6 de abril de 2024 com término em 2027.
Nesse período consegui realizar algumas das propostas que constam no relatório de avaliação criado em comum acordo com nossa ex-presidente, onde identificamos e assinalamos vários problemas nos setores organizacionais e estruturais do GAM, apresentando propostas e soluções com níveis de prioridades dos problemas identificados. Tudo feito com conhecimento e aval da nossa ex-presidente, dentro das condições financeiras da entidade.
Com o passar do tempo meus pedidos para que fossem feito consertos ou eventos vinham sendo sumariamente negados pela então ex-presidente e então Conselheira Alexandra.
Um ato falho que hoje compreendo, tornou ainda mais difícil minha gestão; a não comunicação ao Conselho Fiscal e demais membros dessa diretoria, a venda de algumas barracas velhas, sem utilidades, que ocupavam espaço, por exemplo.
As mesmas estavam muito desgastadas, com os tecidos e forros deteriorados e tablados de madeira infestados de cupim, não sendo há tempos mais utilizadas pelos artesãos e literalmente ocupando espaço.
Lembro que comuniquei alguns membros da diretoria e aos artesãos, que se eu arrumasse comprador, iria vende-las e com o dinheiro arrecadado, comprar barracas novas, modernas, leves e versáteis, atendendo o desejo dos artesãos do GAM.
E assim foi feito. Consegui um comprador, que pagou religiosamente em dia as parcelas negociadas.
O dinheiro foi depositado direto na conta bancária do GAM, que pode ser comprovado nos extratos bancários da instituição
A partir de então, por não ter comunicado a venda ao Conselho e a Diretoria, comecei a sofrer duras críticas sofrendo impedimentos e boicotes de tudo que desejasse fazer, sendo obrigado inclusive pela direção administrativa, a cancelar vários eventos festivos e culturais previamente acertados e programados, que iriam trazer mais atividades, visibilidade cultural, e reforço financeiro ao caixa do GAM, possibilitando o início de algumas reformas necessárias apontadas no relatório citado acima.
Acrescido a esse fato, tomamos ciência de um sério vazamento de água na nossa cisterna, além da falta de água por parte da operadora Águas do Rio.
Isso acabou gerando problemas nas atividades regulares do GAM que, além das pressões internas que vinha sofrendo por parte de alguns membros da diretoria, da viagem da conselheira para seu país Natal para tratamento médico e melhora no seu estado de saúde, permitiu que a diretora administrativa, se apoiando na justificativa de que "na volta da conselheira Alexandra vamos nos reunir para resolver os problemas", impediu a realização e consequentemente, o cancelamento de todas atividades programadas ou que eu desejava realizar.
O GAM funcionou precariamente nesse período, realizando apenas as aulas de Meditação, Biodança e com os plantonistas do Artesanato, estes sim, sócios leais e verdadeiros guardiões dessa casa nesse período turbulento, mantendo o GAM ativo, cuidando e zelando do prédio e seu patrimônio. E agora, este grupo recebe a informação que o GAM tem de ficar fechado (sem nenhuma justificativa plausível), justamente no período de grande movimento que é o Carnaval. Onde foram trocadas as chaves das todas as portas.
Em dezembro, até o dia 20, estive cuidando da saúde depauperada de minha genitora e ao chegar em Maricá no dia 21 de dezembro, ocasião que o GAM fora mais uma vez convidado a participar de uma exposição parte integrante da Feira de Agricultura Familiar no Mercado Municipal do Produtor, inaugurado em 12 de dezembro próximo passado, onde também estivemos presentes, fui chamado pela diretora administrativa do GAM para uma conversa e a mesma me solicitou que conversássemos dentro do seu veículo, no estacionamento do Mercado Municipal - gravando toda nossa conversa.
Para minha surpresa, 'a senhora diretora' já trouxe pronto um documento onde eu ESTARIA ME DESLIGANDO DESTA ENTIDADE e que precisava da minha assinatura, que era necessário minha saída da presidencia, após falar muitas coisas, entre elas que eu seria culpado de atos 'ilícitos' (???), que havia cometido excessos e que haveria processo e queixa crime na polícia, que tudo isso iria destruir minha imagem pública, além de prejudicar outras pessoas, por conta de ter vendido sem permissão, "acervo" do GAM, no caso, as barracas citadas acima, sem comunicar ao Conselho e diretoria.
Assumo publicamente que cometi este ato falho, um erro burocraticamente ignorante, ressalvo porém, cometido sem más intenções ou de maneira ilegal e ainda deixou claro que se eu não assinasse minha saída, ela usaria minha assinatura digital que ela tinha acesso.
Passando, como todos já foram acima informados, por diversos problemas pessoais, e ainda abalado emocionalmente pois nessa mesma manhã logo ao chegar em Maricá, fiquei sabendo que minha mãe teria saído de casa e que só fora encontrada horas depois, desorientada por amigos nossos vizinhos de sua moradia na Vila da Penha, o que me deixou atônito, acabei erroneamente assinando o documento sob pressão.
'Mea culpa' sim!
Porém, deixo claro à todos. Me senti ameaçado e coagido sim, fui constrangido sim, de forma covarde como já relatei, no momento de extrema fragilidade emocional e pessoal, deixando claro à todos, que este documento não tem o menor valor legal.
Declaro nulo este documento. Continuo presidente sim.
Faremos uma assembleia sim, atendendo aos ritos regimentais não em 15 de março, pois temos prazos estatutários que terão que ser seguidos e devidamente assinados por mim, portanto, venho sugerir a nova data de 22 de março, às 9 horas em primeira convocação e às 9:30h em segunda convocação conforme edital que será divulgado amplamente nos devidos locais conforme reza nosso estatuto.
Concluo esta carta, mais uma vez deixando claro que o GAM que completou 30 anos de existência (justamente na minha gestão, o que me honra muito), que sempre respeitou seus fundadores, o prefeito Uilton Viana que em 04 de agosto de 1994 deu a devida autorização para a sua criação, que sempre respeitou seus verdadeiros artistas, fazedores de cultura, associados e verdadeiros amigos do GAM, NÃO sucumbirá pelo desejo de duas ou três pessoas em se apossar da entidade, do prédio histórico e principalmente do enorme e importantíssimo acervo cultural que o compõe, de maneira oportunista.
O GAM é muito maior do que este problema.
Volto a essa instituição cultural, com o apoio devido e necessário em definitivo, para 'arrumar à casa' e ouvir nossa Assembleia Geral, soberana para dar os devidos rumos que o GAM merece.
Mais uma vez peço desculpas por minhas falhas.
Muito obrigado!