Há pouco mais de uma ano foi criada em Nova York uma das primeiras agências de modelos transgêneros do mundo e a primeira da cidade norte-americana: a Trans Models.
A ideia da empresa surgiu da modelo tailandesa Pêche Di que, frustrada com a falta de oportunidades e com o preconceito sofrido por transexuais como ela pela indústria da moda, decidiu criar uma alternativa.
Sem muita publicidade e divulgação, a agência nasceu e começou a ganhar espaço, contando hoje com vários modelos, maquiadores e cabeleireiros e sendo um espaço onde esses artistas podem se sentir bem e seguros com sua própria identidade.
"Nós sabemos que ainda temos que escutar de outras agências [a frase] 'olha só o seu modelo trans' ao invés de simplesmente 'olha o seu ótimo novo modelo'. Mas estão nos procurando mais", pondera Pêche.
"Pela primeira vez na minha vida profissional eu sou pago para ser eu mesmo", disse Garnet Rubio, uma das modelos da Trans Models.
Conheça alguns dos rostos da Trans Models
Atitude
E o cenário da moda está realmente melhorando - aos poucos - para os modelos transgêneros. Nos últimos meses, grandes marcas como Budweiser e Smirnoff entraram em contato com a agência.
"No passado, eu lembro que fui escolhida por uma companhia de bebidas, mas após uma sessão de fotos, quando descobriram que eu era transgênera, eles me liberaram. Pagaram-me, mas recusaram a minha identidade", lembra a dona da agência.
Hoje as companhias "já nos assumem porque podemos oferecer um novo elemento à marca delas, à imagem delas. Porque somos autênticas e autênticos", conclui Pêche.