Agora que já conhecemos que Fabiana se apresentou, vamos bater um papo com ela.
CULTURARTEEN: Fabiana, como você está vivendo os seus 42 anos de vida?
FABIANA: Fico feliz e orgulhosa de fazer parte desta matéria e vou procurar responder as perguntas do Culturarteen. Primeiro queria dizer que se soubesse que os 40 anos não seriam um bicho papão, a ansiedade não teria feito parte da minha vida durante o ano em que tive 39. Hoje com 42, mantenho minha cabeça em ordem com muito mais facilidade do que quando tinha 25, por exemplo.
CULTURARTEEN: Como você vive? Você é disciplinada ou dança conforme a música?
FABIANA: Minha Fé, Família e trabalhar no que gosto me mantém sã. Acredito realmente que ninguém é feliz fazendo nada, absolutamente, nada, sem paixão real. Aprendi a pintar cedo. Com meu Pai conheci a intimidade, não só com as letras, mas também com pincéis, luz e cor. A tatuagem veio daí, a primeira que fiz tem 23 anos ficou por anos em um papel amassada na carteira. Um desenho rabiscado sem pretensão. Contei e conto com alguns amigos neste trajeto. A arte evolui como qualquer ciência, o estudo é permanente, sempre estamos aprendendo. O Mehendi Tattoo, nosso estúdio, foi a realização de um sonho. Como tudo em minha vida, também no trabalho, estamos em família. Minha Filha organiza as agendas e faz quase toda parte burocrática, isso acontece à tarde já que ela estuda pela manhã. Meu marido, também desenha e é responsável pelas tattoos mais realistas e é mesmo excelente no preto e branco. Eu fico e prefiro a loucura das cores (risos).
Minha orientadora espiritual é além de tudo, minha irmã e amiga, isso também facilita o percurso do alto conhecimento.
A vida não caminha sem Fé. E eu acredito que o Natural compactua a meu favor, o Sol, a Lua, as brisas e marés. Faço parte de um Todo que se chama Universo e preciso me manter conectada a Terra.
CULTURARTEEN: Então em sua vida a disciplina é fundamental, mas você já havia me confidenciado que não é disciplinado no quesito academia, embora você a frequente.
Como é isso? Você pratica algum esporte?
FABIANA: Como já disse não tenho disciplina suficiente para academia regular, apesar de me preocupar em levar uma vida saudável. Fiz alguns anos de Luta Livre e hoje pratico Muay Tai na Academia da Lagoa.
Meu Instrutor, Glauber Junior, além de exigente é amigo. Resumindo, minha cabeça e corpo são abençoados e cuidados por pessoas que não me deixam vacilar, nem quando a rotina puxada de trabalho exige um pouco mais de mim.
CULTURARTEEN: Você é biologicamente e literalmente um MULHERÃO. Como você cuida do seu corpão?
FABIANA: É realmente acho que sou um mulherão. Não como quando tinha 18, nem como quando tinha 20 e poucos ou 30. A beleza amadurece com a gente. Brinquei de boneca, soltei pipa, andei e ando descalça.
Minha adolescência vivi intensamente, afinal era a década de 80. Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho. Namorei no cinema, me apaixonei e “desapaixonei” ao som de Kid Abelha... Enfim, tudo isso me fez chegar aqui curtindo os 40. Acho que também vou curtir os 50, 60...
Até quando me for permitido estar aqui.
CULTURARTEEN: Qual a sua alimentação?
FABIANA: Comida... comida... Gosto de absolutamente TUDO. Desde as comidinhas leves como rabada, feijoada e mocotó... até as mais pesadas como saladas e caldinhos (muitos risos).
Em família qualquer problema se resolve com uma conversa em volta da panela de brigadeiro. No verão frutas geladas e MUITO mate.
Depois de comer assim, só muito samba, suor e cerveja. (mais risos).
CULTURARTEEN: Para finalizar este primeiro papo, qual a mensagem que você deixa para os nossos jovens e para os nossos leitores?
FABIANA: Se é que conselho é bom, diria aos jovens de todas as idades para viverem a idade que tem, sem pressa. A Terra gira na mesma velocidade há anos e a despeito do descuido continua LINDA! Passou por todas as eras, uma por vez.
Então plagiando Fabio Jr. “Quero saber bem mais que os meus 40 e poucos anos”. Beijos !!!
A DIETA DA LONGEVIDADE
Expectativa de vida dependeria de alimentação mais leve.
Coma menos, bem menos, e viva mais. A fonte da juventude parece, definitivamente, estar numa dieta de restrição calórica, como indicam estudos feitos nos mais diversos organismos, entre eles o ser humano. De roedores a homens, todos aumentam sua expectativa de vida sob uma dieta rigorosa. A questão é saber se, num mundo tomado pela epidemia da obesidade, a busca pela longevidade suplantará a tentação de comer chocolate, hambúrguer e pizza.
Numa revisão de estudos publicada na “Science”, especialistas em nutrição e longevidade confirmam que a restrição calórica tem uma influencia direta nos mecanismos moleculares relacionados ao envelhecimento em todos os animais estudados. Não se trata apenas de ter uma dieta mais saudável e, com isso, retardar o surgimento de problemas tipicamente relacionados à má alimentação e â idade, como as doenças cardiovasculares e a diabetes. Mas de um real efeito de retardar o envelhecimento celular.
- A restrição calórica é boa para a nossa saúde por duas razões básicas – resume o especialista em envelhecimento Valter Longo, do Departamento de Bioquímica da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), um dos autores da revisão. – Ela ajuda a prevenir ou adiar alguns problemas de saúde que normalmente ocorrem quando envelhecemos e também direciona a energia antes empregada na reprodução e outras funções para uma ação anti-envelhecimento. Na verdade, ela aumenta a proteção do organismo.
Mais saúde após os 50
Cientes dos significativos resultados encontrados em animais, com redução do total de calorias ingeridas por dia de 10% a 50%, algumas pessoas optaram pelo meio termo e vêm seguindo uma restrição de 25% do total diário na esperança de chegar aos 100 anos e até mais. Mas o principal autor da revisão, Luigi Fontana, do Centro de Nutrição Humana da Escola de Medicina da Universidade de Washington, diz que o seu principal interesse no estudo da restrição calórica não é necessariamente prolongar a expectativa de vida, mas sim garantir uma vida mais saudável aos idosos.
- O foco da minha pesquisa não é exatamente estender a expectativa de vida até 120 ou 130 anos – afirma Fontana – Hoje, a expectativa de vida média nos paises desenvolvidos é de cerca de 80 anos, mas muitas pessoas são saudáveis somente até os 50. Queremos usar essas descobertas sobre restrição calórica e outras relacionadas à genética e a intervenções farmacológicas para reduzir essa lacuna de 30 anos entre a expectativa de vida e a qualidade de vida.
No entanto, diz o especialista, ao aumentar a qualidade de vida, a longevidade deve ser uma conseqüência imediata. No caso do homem, a expectativa de vida chegaria facilmente aos 100 anos.
O trabalho dos especialistas revela que a redução de até 50% da ingestão calórica diária reduz a atividade de mecanismos envolvendo glicose, fatores de crescimento e proteínas que regulam o crescimento, a multiplicação e a morte celular, elevando a expectativa de vida dos animais. Mutações genéticas envolvidas nesses mesmos mecanismos apresentam um efeito similar. Ou seja, os animais apresentam menos doenças relacionadas à idade, como câncer e problemas cardiovasculares e cognitivos.
- A restrição calórica reduz o acúmulo de mutações do DNA típicas do envelhecimento – diz Fontana – Ao reduzir a atividade de mecanismos de alguns importantes nutrientes, ela reduz o ritmo do envelhecimento e previne muitas das doenças crônicas da velhice.
Cerca de 30% dos animais submetidos a uma dieta de restrição calórica morreram numa idade avançada e sem apresentar nenhuma das doenças normalmente relacionadas ao envelhecimento. Neste mesmo grupo, até 50% dos animais apresentaram uma expectativa de vida coincidente com a qualidade de vida.
- Eles acabaram morrendo, claro, mas não ficaram doentes – conta Fontana.
No grupo de animais que seguiu uma dieta padrão, a grande maioria (94%) desenvolveu e morreu de alguma doença crônica como câncer e problemas cardíacos. Os seres humanos não foram estudados dessa forma, claro, mas o acompanhamento de grupos que seguem uma dieta saudável e, portanto, bem menos calórica, revela um ganho similar.
Entretanto, alertam os especialistas, entre as pessoas que seguem uma restrição muito rígida, abaixo de mil calorias por dia, registram-se efeitos colaterais como redução de libido (em razão da diminuição dos níveis de testosterona) e a ocorrência mais freqüente de resfriados. Os especialistas frisam que ninguém deve se submeter a nenhuma dieta radical sem o acompanhamento médico, e que a ingestão de alimentos mais saudáveis é sempre recomendável.
- Uma redução moderada na ingestão de alimentos pode ter um efeito tremendo – afirma Longo. – Na verdade, dá para comer normalmente, só precisamos ingerir muitos legumes, verduras, grãos, frutas, peixe e pouquíssima carne vermelha e de frango.
Com a obesidade já transformada em epidemia na grande maioria dos paises desenvolvidos e em muitos emergentes – caso do Brasil -, parece difícil acreditar que pessoas que não seguem uma alimentação normal conseguiriam fazer uma restrição calórica ainda maior.
Um dos próximos passos da pesquisa é, justamente, testar os efeitos da redução calórica de acordo com grupos de alimentos, como proteínas e determinados aminoácidos. A idéia é determinar se a restrição de um tipo especifico de alimento produziria o mesmo efeito. Há indícios fortes de que a redução da ingestão de carne vermelha poderia ter um resultado similar.
TESTES CRIARÃO NOVAS TERAPIAS.
Outro caminho importante é tentar identificar quais são os mecanismos envolvidos na geração da boa saúde e longevidade induzidos pela restrição calórica e tentar reproduzi-los artificialmente, como desenvolvimento de drogas e terapias.
De qualquer forma, pregam os especialistas, é saudável que as pessoas adotem uma alimentação mais equilibrada e, por isso, bem menos calórica.
- Acho isso possível, embora difícil – afirma Fontana – Nossos governos deveriam promover o consumo de alimentos ricos em nutrientes e desencorajar o daqueles repletos de calorias vazias, que são obesogênicos.