Bia Figueiredo consegue patrocínio e disputará temporada 2011 da Indy
Por Redação - esporte@eband.com.br
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“Para mim é uma felicidade muito grande. Disputar um campeonato inteiro da Indy é tudo que eu sempre quis, como piloto e como pessoa”, comentou Bia em seu site oficial.
Em 2010, também pela Dreyer & Reinbold, a brasileira conseguiu patrocínio para disputar apenas quatro das 17 provas da temporada. Entre elas, a São Paulo Indy 300, que foi sua corrida de estreia na categoria.
“As quatro corridas do ano passado foram muito importantes, nos deram muita abertura. O André Ribeiro e o Augusto Cesário, gestores da minha carreira, e eu trabalhamos duramente no projeto para viabilizar o campeonato de 2011. E construímos um ótimo relacionamento com a Dreyer & Reinbold”, relata a pilota.
Além da prova em São Paulo, Bia se tornou a primeira brasileira a correr as 500 Milhas de Indianápolis, principal etapa da categoria. Ainda foi convidada pela equipe para substituir Mike Conway nas provas de Chicago e Miami.
Nesta temporada, Bia correrá com o carro de número 24. Ela já está em Indianápolis, onde fica a sede da equipe, faz os ajustes finais para o início dos testes, que acontecerá nos dias 9 e 10, em Sebring, na Flórida, Estados Unidos. Depois, Bia irá para o Alabama fazer os treinos coletivos, no Barber Motorsports Park, em 14 e 15 de março.
“Minhas expectativas são ótimas. A equipe está muito animada, tenho um excelente companheiro, o Justin Wilson, um piloto muito experiente. Aprenderei muito com ele. Vou levar toda a minha dedicação e paixão para conseguir bons resultados”, finalizou Bia.
No ano passado (2010), Bia estreou em São Paulo na Indy (no ano anterior brilhou na Indy Lights). A manchete da corrida foi a seguinte:
Brasileira é o principal destaque entre os estreantes da categoria norte-americana em 2010
A grande sensação da abertura do campeonato de Fórmula Indy 2010 em São Paulo - com a SP Indy 300 - vem sendo a piloto Bia Figueiredo. Aos 24 anos de idade, ela colocará seu nome na história do automobilismo nacional no próximo sábado (13), quando, ao entrar na pista para o primeiro treino livre da categoria, vai se tornar oficialmente a primeira brasileira a competir em uma categoria top do automobilismo internacional. Um marco do qual a Corsa, principal fabricante de equipamentos de segurança para pilotos no Brasil, será parceira.
Para a corrida no circuito de rua do Anhembi, na capital paulista, Bia Figueiredo - ou Ana Beatriz, como ficou conhecida nos Estados Unidos - usará um macacão da Corsa desenhado por Paulo Gandolfo, especialista em design de capacetes e vestimentas, e Orlando Sgarbi, diretor da Corsa. "É uma enorme honra estar ao lado da Bia nesse momento tão importante da carreira dela e também por nossa marca estar representada em uma das maiores categorias de automobilismo do mundo", destaca Orlando Sgarbi. "Acho que esse é o grande reconhecimento por todo o trabalho e desenvolvimento que fazemos para oferecer qualidade máxima nos nossos produtos", completou.
Na última semana, Bia Figueiredo foi destaque de capa da revista Veja em sua edição específica para São Paulo. Na foto, com o sambódromo do Anhembi ao fundo, ela aparece vestindo o macacão desenvolvido pela Corsa. Além de toda a linha de segurança - como macacões, luvas e sapatilhas, por exemplo - a empresa paulista também é representante de marcas como a do protetor cervical Hans Device e dos capacetes Bell.
23 anos de mercado - A Corsa Comercial Ltda. completou em outubro de 2009, 23 anos de atuação no mercado. Fundada em 1986, produziu o primeiro macacão antichamas comercializado no Brasil em 1987, e foi a primeira empresa nacional a homologar equipamentos de proteção junto à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e Comissão Internacional de Kart (CIK). Atualmente, a Corsa é líder no mercado brasileiro de vestuário para pilotos e já foi parceira de grandes nomes do automobilismo nacional como Tony Kanaan, Hélio Castroneves, Felipe Giaffone, Cacá Bueno e Ingo Hoffmann.
Bia também foi a primeira mulher a disputar as 500 milhas de Indianápolis. Antes da prova, na véspera do Pole Day, Bia deu esta entrevista ao GE Net.
GE.Net: Como foi ser a primeira piloto brasileira na Fórmula Indy e qual a sensação de poder ser a primeira a disputar as 500 milhas de Indianápolis.
Bia Figueiredo: É uma grande honra para mim. Fiquei muito feliz quando acertamos com os meus patrocinadores para disputar as 500 Milhas e meu foco total aqui em Indianápolis está no trabalho de preparação com a equipe, para termos a melhor performance possível.
GE.Net: Após correr a SP 300 e ser escalada para Indianápolis, você acha que sua escuderia (Dreyer e Reinbold) vai prolongar seu contrato?
Bia Figueiredo: Mesmo que eu ganhe as 500 Milhas de Indianápolis não correrei o resto desta temporada. Nossa preparação estará concentrada para a temporada de 2011, quando quero ter a chance de disputar o título de "Estreante do Ano".
GE.Net: Até que ponto você foi influenciada pelas 'precursoras' Danica Patrick e Sarah Fisher? Foram elas que abriram as portas para o sexo feminino na categoria?
Bia Figueiredo: Corro há 17 anos e quando comecei não existia nenhuma piloto em destaque no automobilismo mundial. Sem dúvida, a Danica Patrick e a Sarah Fisher abriram portas para mulheres na categoria.
GE.Net: O Brasil já venceu seis vezes as 500 Milhas (em três oportunidades com Hélio Castroneves, duas com Emerson Fittipaldi e uma com Gil de Ferran). Você acha que algum piloto brasileiro tem chances de conquistar a primeira colocação em 2010?
Bia Figueiredo: Torço para que um brasileiro seja um vencedor, sim. Os que têm mais chances são o Helio Castroneves, tricampeão da prova, e o Tony Kanaan, que luta pela sua primeira conquista nessa corrida.
GE.Net: Como você analisa o nível de 'categorias trampolim' como a Fórmula Renault, a Fórmula 3 e a própria Indy Ligths? No início de sua carreira houve preconceito?
Bia Figueiredo: A Fórmula Renault e a Fórmula 3 me deram uma base muito boa. Acho que todo piloto deveria fazer pelo menos dois anos de categorias de fórmula no Brasil para ganhar experiência antes de ir para a Europa ou Estados Unidos. A experiência que ganhei com a Equipe Cesário Fórmula nessas categorias foi essencial para o meu crescimento. O começo é sempre mais difícil, mas fui ganhando respeito com o tempo e com minhas vitórias. O Brasil melhorou muito, mas o povo brasileiro continua um pouco machista, sim.
GE.Net: Qual foi a sensação de correr SP Indy 300 em sua terra natal?
Bia Figueiredo: Foi o máximo. Eu me senti em casa e muito feliz por estar perto das pessoas que mais me ajudaram para chegar até a Fórmula Indy. A receptividade do público foi maravilhosa, os fãs vibraram o tempo todo e nem quando a chuva interrompeu a corrida por um tempo eles foram embora.
GE.Net: Após a cisão com a CART (atual Champ), a Fórmula Indy teve apenas um campeão brasileiro: Tony Kanaan, em 2004 (considerando os anos anteriores quando a categoria era unificada, o Brasil tem o título de Emerson Fittipaldi, em 1989 e Gil de Ferran em 2001). Você acha que o país tem chance de conquistar a primeira colocação nesta temporada?
Bia Figueiredo: Claro que tem. O Tony e o Helio estão sempre brigando pelo título, mas sem dúvida a categoria tem ficado mais competitiva a cada ano. Os dois estão nas melhores equipes e se fizerem um campeonato regular, com muitos pódios e vitórias, têm grandes chances de levar a taça.
GE.Net: Raphael Matos foi o 'estreante do ano' em 2009. Você, que já correu com ele, acha que ele é o futuro do Brasil na Fórmula Indy?
Bia Figueiredo: Sem dúvida o Raphael Matos é um grande talento. Brigamos pelo titulo da Firestone Indy Lights em 2008, quando ele foi campeão. Acredito que eleseja um dos futuros brasileiros campeões da Fórmula Indy.
GE.Net: Quais são seus favoritos para a temporada de 2010? O australiano Will Power, líder do campeonato com duas vitórias e 190 pontos, já é o alvo a ser batido?
Bia Figueiredo: Não tenho favoritos. O título deve ser decidido entre as equipes Penske, Ganassi e Andretti. O Will Power mostrou grande força nos circuitos mistos e de rua, mas nos circuitos ovais é uma incógnita. O campeão da temporada tem que ser competitivo em todos os tipos de circuitos.
GE.Net: Você tem amizade com os outros brasileiros? Você se espelha em algum deles?
Bia Figueiredo: Falo com todos os pilotos brasileiros. Eu me espelho em todos, mas o Helio Castroneves e o Tony Kanaan são os pilotos mais vitoriosos na Indy e são grandes campeões.
GE.Net: O que você acha da volta por cima de Castroneves, que enfrentou problemas com o Fisco Norte-americano, em 2008?
Bia Figueiredo: O Helio conseguiu dar a volta por cima. Comprovou-se que ele era inocente e ele venceu pela terceira vez as 500 Milhas de Indianápolis logo depois. (Castroneves venceu o famoso circuito oval em 2001, 2002 e 2009).
GE.Net: Você pretende, um dia, correr a Fórmula 1? Quais são as principais diferenças entre as duas categorias? Você tem apenas 25 anos, quais são seus planos?
Bia Figueiredo: Meus planos hoje são me estabelecer e evoluir na Fórmula Indy. Amo correr nos Estados Unidos e gostaria de fazer uma grande carreira aqui. Mas como sou apaixonada por carros, se chegasse uma proposta da Fórmula 1 eu iria analisar com carinho. A Fórmula Indy é mais focada na competição e no show. Os carros são iguais e só muda o acerto deles. A Fórmula 1 é puro desenvolvimento, e às vezes o show fica de lado, pois a diferença de equipamentos é muito grande.
GE.Net: Por falar em F-1, quem você acha que levará o título desta temporada? Como você vê a volta do heptacampeão Michael Schumacher?
Bia Figueiredo: Acho que o titulo será decidido entre o Sebastian Vettel, o Lewis Hamilton, o Jenson Button e o Fernando Alonso. Torço para que o Felipe Massa entre nessa briga também. Adorei que o Michael Schumacher voltou e, apesar das dificuldades iniciais, acredito que ele vá vencer uma corrida esse ano.
GE.Net: E por que você acha que a principal categoria do mundo não tem uma mulher sentada em um cockpit? (A Fórmula 1 já teve experiências, contudo nenhuma conquistou grandes resultados. A última foi a italiana Gioavanna Amati, em 1992)
Bia Figueiredo: A Fórmula 1 quer uma mulher, mas não está preparada para receber essa mulher. Há poucas mulheres nas categorias de base europeias, então são poucas as chances para as mulheres tentarem chegar lá. O europeu ainda tem uma cabeça muito fechada e um pouco machista também. Por que a McLaren não investe em uma mulher como investiram no Lewis Hamilton desde o kart? Isso é fundamental.
No final do ano, na tradicional disputa de karts na fazenda de Felipe Massa, Bia superou todos os grandões da Fórmula Indy e Fórmula 1 e venceu a segunda bateria da competição, ficando em segundo lugar no geral da competição com o mesmo número de pontos do primeiro (Rubens Barrichello).