sexta-feira, 21 de março de 2025

ZIPORA, A CONEXÃO DE MOISÉS e a 'história do racismo'

CASANDO-SE COM UMA MULHER NEGRA QUE TEVE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA SALVANDO A SUA VIDA ANTES DE LIBERTAR O POVO DO EGITO,  ZÍPORA SOFREU RACISMO NO DESERTO DOS IRMÃOS DE MOISÉS E DEUS PUNIU ESSE RACISMO AMALDIÇOANDO MIRIÃ COM LEPRA.

A história de Zípora, esposa de Moisés, é uma narrativa bíblica que traz à tona questões complexas relacionadas a identidade, cultura e, implicitamente, ao racismo. Zípora era uma mulher cuxita, ou seja, originária da região da Cuxe, que corresponde aproximadamente à atual Etiópia e partes do Sudão. Seu casamento com Moisés, um hebreu criado na corte egípcia, gerou tensões que podem ser interpretadas como um reflexo de preconceitos raciais e culturais da época.

No livro de Números (12:1-16), há um relato em que Miriã e Arão, irmãos de Moisés, criticam-no por ter se casado com uma mulher cuxita. A passagem sugere que o problema deles não era apenas com Zípora, mas também com a autoridade de Moisés como líder. No entanto, a menção específica à origem étnica de Zípora indica que sua identidade racial e cultural pode ter sido um fator de discriminação. Miriã, em particular, é punida por Deus com lepra por sua crítica, o que pode ser visto como uma rejeição divina ao preconceito.

Essa narrativa bíblica pode ser interpretada como um alerta contra o racismo e a discriminação, destacando que a diversidade étnica e cultural não deve ser motivo de divisão ou desprezo. Zípora, embora pouco mencionada em outros contextos, representa uma figura importante na luta contra o preconceito, simbolizando a aceitação e o respeito às diferenças.

Hoje, a história de Zípora e Moisés serve como um lembrete de que o racismo e a intolerância são questões antigas, mas que continuam relevantes. Ela nos convida a refletir sobre como lidamos com as diferenças e como podemos construir uma sociedade mais inclusiva e justa, onde a diversidade seja celebrada, não temida.

Jetro, o sogro de Moisés, pai de  Zípora , era um midianita descendente de Quetura, a terceira esposa  de Abraão. Após a morte de Sara, Abraão casou-se com Quetura, que lhe deu seis filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá (Gênesis 25:1-2). 

Os midianitas, povo ao qual Jetro pertencia, são  descendentes de Midiã, um dos filhos de Quetura. Portanto, essa  conexão,  de Jetro seria um descendente de Abraão através de Midiã. Isso estabeleceria um vínculo familiar entre Jetro (e, por extensão, sua filha Zipora, esposa de Moisés) e Abraão.

 Zipora desempenha um papel crucial ao salvar a vida de Moisés em um episódio relatado na Bíblia, antes de ele liderar o povo de Israel para fora do Egito. Esse evento está registrado em (Êxodo 4:24-26).

Aqui está o contexto:

- Moisés estava a caminho de volta ao Egito, após o encontro com Deus na sarça ardente, para cumprir sua missão de libertar o povo de Israel.

- Durante uma parada no caminho, Deus procurou matar Moisés (um evento que gera várias interpretações teológicas). Acredita-se que isso tenha acontecido porque Moisés não havia circuncidado seu filho, o que era uma violação da aliança feita entre Deus e Abraão (Gênesis 17:9-14).

- Zipora, percebendo o perigo, tomou uma pedra afiada e circuncidou seu filho, tocando os pés de Moisés com o prepúcio e dizendo: 


"Certamente tu és um esposo sanguinário para mim" (Êxodo 4:25). Após esse ato, Deus poupou a vida de Moisés.

Esse episódio mostra a importância de Zipora ao garantir que Moisés cumprisse as exigências da aliança com Deus, permitindo que ele continuasse sua missão de libertar o povo de Israel. 

Embora Zipora não seja frequentemente mencionada em outros momentos da narrativa bíblica, sua ação foi decisiva para o sucesso da missão de Moisés.

O que é o racismo

O racismo é uma ideia ou crença de que existem raças superiores a outras.

A Constituição Federal brasileira declara: "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", de acordo com a lei 9.459 da mesma, declara que, "o preconceito racial é um crime".

"8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. 9 Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois condenados pela lei como transgressores. " (Tiago 2:8-9). 

 Não podemos hospedar no nosso  coração qualquer forma de preconceito, seja racial, social, ou qualquer outro, pois, viemos de Deus, temos o mesmo valor diante de Dele e precisamos valorizar a vida como uma dádiva, sendo assim, tenha a disposição para amar o seu próximo como a si mesmo, isso é um mandamento de Deus pra nós.

Texto: Moisés da Silva - Historiador e Pedagogo
Imagens: arquivo CULTURARTE
Pesquisa: Pery Salgado (jornalista)
Realização: PR PRODUÇÕES