domingo, 12 de fevereiro de 2023

PATY PINK: da dor ao início do estrelato! (clip da música Outra Chance)



O CULTURARTE volta e meia apresenta a história de mulheres que passam por inúmeros problemas, sejam pessoais, profissionais, familiares e que se superam, dando a volta por cima, e que acabam servindo de exemplo e motivação para outras pessoas em especial outras mulheres.

Agora imaginem uma pessoa que desde sua segunda infância passou por todos os tipos de problemas, passou fome, foi humilhada, massacrada, usada, violentada moral e fisicamente, teve todos os tipos de problemas e após uma depressão profunda, se curou e deu a volta por cima com a música, e hoje começa a brilhar em vários cantos do país e até no exterior.

Hoje, apresentaremos Patricia Tavares, uma mulher sofrida mas que sempre teve  seu mundo cor de rosa e se transformou numa linda borboleta saindo de um quase inexpugnável casulo e hoje é a PATY PINK. Ela vai contar com uma grande riqueza de detalhes toda sua história de muito sofrimento, dores, mas de grandes vitórias.

PATY PINK POR PATRÍCIA TAVARES

 Me chamo Patrícia do Nascimento Tavares, tenho 40 anos, nasci em Cajazeiras na Paraíba, sou casada, tenho quatro filhos (Larissa 22, Laiza 20, Marcelo 16 e Alice 10) e estudei somente até a 8ª série e minha história começa quando fui adotada pela minha avó pois minha mãe não quis cuidar de mim. Minha avó na verdade foi quem me criou mas quando eu completei 9 anos de idade minha mãe me tirou da minha avó depois de ter tentado me matar três vezes.

As pessoas diziam que ela não me aceitava como filha porque eu era filha de um homem casado e eu não sabia quem era meu pai porque a minha mãe não me dizia e me deu vários pais, embora o verdadeiro morasse pertinho de nós, no centro de Cajazeiras.

Quando minha mãe me levou embora de Cajazeiras para Minas Gerais, ela na verdade começou a me escravizar por vários anos me dando restos de comida que vinha da mesa. Me humilhava, não me tratava como filha, ela me tratava como empregada.

Vivi com ela por muitos anos e passei por várias situações com a minha mãe de sangue que não desejo para criança nenhuma. Saí de casa com 14 anos de idade para fugir dos maus tratos da minha mãe, e acabei sendo estuprada por um caminhoneiro. Ele fez tudo o que podia comigo durante horas, não sei como sobrevivi. E para piorar, minha mãe acabou me achando e me trouxe de volta para sua casa.

O tempo passava e eu não aguentava mais tanto sofrimento. Ela dizia para mim que eu tinha que pagar para continuar morando com ela como se fosse uma diária, assim ela me fez de empregada mais uma vez. Eu tinha que fazer tudo dentro daquela casa, muitas vezes eu não ia para a escola, ela me batia, ela me queimava, ela me cortava com a fivela do cinto, ela arrumava vários homens para me bater, ela dizia que eu tinha um corpo muito bonito e que eu tinha que me vender para os homens.

Como eu não admitia isso, ela que começou a me vender para os próprios motoristas do restaurante dela. Ela me prostituiu por alguns anos, tinha que ficar com pelo menos um homem por noite, às vezes mais e ela ficava com todo o dinheiro.

Foi muito sofrimento, mas estou contando essa história porque tem muitas mães que infelizmente fazem isso com os filhos. Depois de muito sofrimento e de ter passado isso tudo eu acabei engravidando e o pior, sem saber quem era o pai. Hoje minha filha Larissa, a mais velha, me condena por eu não dizer para ela quem é o pai dela; como vou dizer se eu não sei se tenho dúvida de quem é o pai da minha filha?

Minha filha não tem ideia do que eu passei. Hoje, Larissa 22 anos e ela não sabe a metade do que eu passei na minha vida, talvez depois desta matéria onde tomei coragem para revelar tudo, ela fique sabendo de todo o meu sofrimento. Sofrimento, angústia, muita dor, de tudo um pouco eu passei nessa vida, tudo por causa da minha mãe. Por ela me forçar a ter vários homens engravidei da minha filha aos 18 anos de idade e casei com um cara que eu não gostava.

Vivi 10 anos casada, tive dois filhos com ele, a Laísa e o Marcelo, vivi 10 anos sofrendo com esse homem, não gostava dele mas fui morar com ele para sair de perto da minha mãe porque não suportava mais tanta dor tanto sofrimento e ninguém para me ajudar.

Muitas pessoas sabiam o que minha mãe fazia comigo mas ninguém me ajudava. Depois de todos esses anos ela ainda me atormenta, me ameaça e disse que eu nunca vou ser cantora na minha vida. Ela disse que o que ela puder fazer para destruir minha vida, ela vai fazer. Ela disse que quer encontrar uma mídia para ela poder acabar com a minha vida, para ela me destruir publicamente. Só Deus sabe tudo que eu passei nessa vida com a minha mãe.

De tanto procurar, descobri meu pai com 30 anos de idade, ninguém nunca me disse nada simplesmente nada.

PEDI A DEUS QUE ME ENVIASSE A PESSOA CERTA

Quando me separei do meu primeiro marido, vivi três anos e meio sozinha lutando com três filhos, trabalhando em quatro empregos tive alguns relacionamentos que não deram certo, só que eu queria uma pessoa sozinha na minha vida, uma pessoa que Deus enviasse de verdade para minha vida e assim aconteceu. o meu atual marido - Edson José Engel - apareceu na minha vida, na fase quando eu mais precisava de um ombro amigo, de um companheiro, de alguém que me desse um suporte de verdade e ele apareceu.

Nós começamos a ficar juntos e essa história é muito comprida mas adoro relembrar. Primeiro eu fazia caminhada com as três amigas. Na época eu ainda estava casada quando eu vi o meu marido pela primeira vez passando em um caminhão da 'coopercarga'. Ele passava no exato momento que eu fazia caminhada, eu via ele passando, eu nunca tinha reparado um caminhoneiro assim passando na estrada mas nesse dia eu reparei. 

Cheguei em casa escrevi no meu caderno: "eu vi um homem tão loiro dos olhos azuis branquinho cabelo cor de mel" e fiquei com aquilo na minha memória.

Se passaram três anos e meio depois que eu me separei do meu primeiro casamento fiquei sozinha, tive alguns relacionamentos que não deram certo como já falei, mas um belo dia chegou um amigo da minha irmã que chamava Leoni ele ligou para o meu telefone e perguntou aonde estava a minha irmã e eu falei que ela não estava no momento.

Em outro dia dia ele apareceu e como na época eu estava bem  com a minha mãe de sangue, ela falou para eu sair de casa e deixar as crianças com ela, para eu sair um pouco para espairecer. Chamei a babá dos meus filhos, desci para a praça e fui lá ver o que que esse rapaz queria com a gente. Já conhecia ele pela fama na cidade, ele era um caminhoneiro muito mulherengo, então eu não queria muito amizade com ele, mas mesmo assim ele insistiu que a gente fosse encontrar com ele para conversar um pouco e eu aceitei.

Chegando na praça vi que ele estava sozinho do outro lado do asfalto quando chegou outro caminhão. Era o Edson só que nem eu sabia e nem ele. Quando ele me deu a mão e falou "prazer meu nome é Edson" eu gelei. Ficamos conversando mais um pouco e logo em seguida o Leoni sumiu com a minha amiga e ficamos só eu e Edson.

Sempre fui curiosa para saber o que tinha dentro de um caminhão como que uma pessoa andava dentro de um caminhão e ele disse para mim: "tem até televisão". Perguntei se podia ver e ele disse que sim. Abriu e me mostrou no canto da cama como se fosse um computador, aquela televisão fechada ele abriu me mostrou como funcionava logo em seguida ele puxou a minha mão e me puxou para cima, daí ele já me deu um beijo e eu falei que ele era muito atrevido mesmo assim ele me beijou de novo e por eu estar muito tempo sozinha acabou rolando algo que não era para acontecer, mas que foi muito bom.

Ele me pediu meu telefone, eu dei o número errado no outro dia ele já estava mandando mensagem para mim não sei como ele descobriu o meu número, mas ele me ligou eu não atendi, ele continuou passando mensagem e continua insistindo insistindo até que eu acabei conversando com ele.

Foi então que ele me disse que estava indo para Cajazeiras. Já tinham vários anos que eu não via minha família então fomos encontrar minha família depois de 11 anos.

Chegando em Cajazeiras eu disse para ele para ficar dentro do caminhão. A última vez que eles souberam de mim eu ainda era casada com meu primeiro marido então eles não vão entender se eu aparecer aqui com outra pessoa. Encontrei com meu primo que estava no posto cuidando do abastecimento dos caminhões, nem o reconheci, mas ele me reconheceu e me levou até minha mãezinha de criação. Foi uma emoção tão grande, uma coisa tão linda que eu nunca vou me esquecer.

Quando cheguei na porta da minha mãezinha que me criou eu a chamei: "mãe eu estou aqui" e ela dizia assim "deve ser mentirosa essa menina, minha filha nem mora aqui, ela mora bem longe" e eu disse "mãe eu cheguei eu vim te ver" mas ela não abriu a porta, pois dizia que não era eu, que ela não acreditava e eu continuei insistindo até que eu fiz ela lembrar de um momento que só nós duas sabíamos, foi quando ela viu que era eu mesma. Ela chorava, ela gritava, agradecendo a Deus por eu ter voltado, ela abriu a porta se jogou nos meus braços e me abraçou tão forte mas tão forte que eu chorei muito e ela chorava, ela passava a mão no meu rosto e chorava.

Quando se acalmou ela perguntou quem era o rapaz que estava comigo e ele respondeu dizendo "eu sou o marido da Patrícia". Ele se apresentou como meu marido. Ficamos ali um tempo com eles e depois fizemos a viagem de volta e disse que em poucos dias voltaria e que a gente ia mudar de vida nós dois porque ele não queria mais se separar de mim.

A aconteceu várias situações até ele me fazer encontrar com ele em Três Rios, no estado do Rio de Janeiro. Finalmente, depois de muita procura cheguei ao encontro de Edson em Três Rios, ele estava me esperando com flores, com vinho e um jantar maravilhoso, ele me deu aquele abraço tão apertado, com aquele amor, com aquele carinho, que eu nunca vou me esquecer.

O COMEÇO EM SANTA CATARINA

Decidimos então fazer mais uma viagem, juntar dinheiro e nos mudar para Santa Catarina e foi assim que a gente fez. Trouxemos uma filha primeiro, depois da segunda filha, por último meu filho e depois a gente trouxe algumas coisas da casa.

Alugamos uma casa em Planalto, depois de um ano e meio nos mudamos para Fragoso, depois nos mudamos para Santo Antônio e por último aqui aonde eu moro no bairro Natureza.

Nesse bairro foi onde eu conheci muitas pessoas falsas, que se faziam de meus amigos, mas que na verdade queriam acabar comigo porque eu não era daqui.

Conheci uma família de evangélicos que mora no meu lado direito, eles vinham dentro da minha casa, eles fizeram bastante amizade principalmente com meus filhos e eu não sabia o porquê, mas eu descobri logo depois que esse pessoal só queria destruir minha família e meus filhos.

Eles fizeram a cabeça das minhas filhas contra mim, minhas filhas começaram a ficar agressivas comigo, as duas mais velhas Larissa e Laisa, elas duas iam para igreja todo dia com esse povo e eles enfiaram na cabeça das minhas filhas que eu tinha que ser evangélica, que eu não tinha que ter esse jeito que eu tenho bastante extrovertida, brincalhona. Eu tinha que ser mais séria, só que eles estavam colocando minhas filhas contra mim, minhas filhas não enxergavam isso até então um dia minha filha mais velha começou uma briga comigo direto e não parava mais. Ela chutava o sofá, ela xingava, ela dizia que queria sair, ela dizia que eu prendi ela dentro de casa.

Eles enfiaram na cabeça das minhas filhas que eu tinha que deixar ela sair de casa, que eu não tinha que ficar prendendo elas, que eu tinha que dar celular para elas, só que o meu primeiro celular eu comprei com 18 anos de idade então eu também eduquei os meus filhos assim, a ter um celular quando tivesse idade o suficiente porque hoje muitos pais dão celular para as crianças que não tem nem 5 anos direito e eu não queria fazer isso, eu queria que eles tivessem um celular na idade certa, quando eles estivessem trabalhando e cada um comprar o seu celular como eu também fiz, mas eles conseguiram fazer uma lavagem cerebral na cabeça dos meus filhos e as minhas filhas ficaram contra mim, não acreditavam em nada que eu dizia.

Nada, simplesmente eu era um nada para elas. Começamos a brigar direto, discutir direto e um dia eu peguei a cinta do meu marido e dei quatro cintadas nas pernas da Larissa e ela fugiu de casa no dia seguinte para casa dos evangélicos.

Houve muita confusão e ele me denunciou, e ganharam a guarda das minhas filhas em menos de um mês. Eu não sabia mais o que fazer, primeiro eles conseguiram tirar a Larissa da minha casa que ela fugiu para a casa deles, eu na chuva gritando implorando, aonde estava a minha filha, o que que tinha acontecido, para onde ela tinha ido e ela escondida dentro da casa deles e ela fazendo de conta que era a minha amiga dizendo para mim que não sabia onde minha filha estava e estava dentro da casa dela dentro da casa destes evangélicos.

Continuei as buscas procurando minha filha, simplesmente ninguém me dizia nada. Recebi a polícia na minha casa dizendo que era para eu comparecer na delegacia feminina como os outros filhos, um monte de gente me acusando no Facebook de agressora, de eu ter espancado a minha filha e eu não tinha feito isso eu só bati nela naquele dia com cinto e eles estavam me acusando de ser agressora.

Eles falavam tanta grosseria comigo, tanta grosseria, que eu já não sabia mais o que fazer e eu perdi a minha filha para a justiça daqui de Santa Catarina.

Dei a minha filha para esse pessoal evangélico, mas não demorou muito tempo eles fizeram a minha filha ser amigável com um cara bem estranho. Ela sofreu bastante, ela passou várias situações, sofreu várias violências e eu não sabia de nada. Só fiquei sabendo depois que ela se separou dele. Ele jogou minha filha na rua sem nada, ela ficou aqui nesse bairro com a caixa na cabeça para cima e para baixo e esse pessoal não fez nada.

Eu fui buscar o conselho tutelar novamente para ver o que que eles podiam me dizer depois deles mesmo terem conspirado contra mim. Eles me disseram que não podiam fazer nada, que ela já tinha 18 anos, que ela sabia o que queria e eu disse para o conselho tutelar; "minha filha está na rua sem ter para onde ir e a culpa é de vocês que foram no fórum contra mim e quando eu pedi ajuda de vocês, vocês não me ajudaram ajudaram aquela família evangélica a tirar minha filha de mim então agora, está na hora de vocês me ajudarem".

De tanto eu ver minha filha sofrer na rua, trouxe ela para casa de volta e ela me disse de toda lavagem cerebral que eles fizeram na cabeça dela contra mim. Hoje minha filha está com 22 anos, ela não conversa comigo, primeiro porque ela me condena por eu não saber quem é o pai dela e outra porque a minha mãe de sangue colocou ela contra mim. Hoje ela tem um marido vive na estrada viajando. Ele quer ser melhor do que todo mundo, ele também estava colocando a minha filha contra mim, ele é muito possessivo, por isso a gente não conversa, mas se ela está feliz assim que ela continue com ele, mesmo sem falar comigo, ela sendo feliz é o que importa!

Aí fiquei com a Laíza e o Marcelo. A Laíza é cleptomaníaca, ela tem um distúrbio de pegar coisas que não são dela. Faz isso desde criança. Já tive vários problemas com ela porque ela gostava de mentir muito e até hoje ela é assim. Ela continua gostando de pegar coisas dos outros. Ela já tem 20 anos e continua mentindo e eu não gosto de mentiras, não gosto de falsidade, não gosto de fingimento e não gosto de coisas erradas. Ela gosta de fumar, ela gosta de beber muito, ela não está nem aí com nada, ela tem um dom maravilhoso que é o dom de fazer unha, de fazer maquiagem, de transformar as mulheres, mas ela não quer, então sofro muito com ela.

Eu também perdi ela para a justiça por ela fazer essas coisas erradas. A justiça daqui de Santa Catarina me fez entregar ela para minha mãe, mas minha mãe devolveu aqui na justiça.

Me fizeram então entregar Laiza para o pai dela e ela ficou lá até os 18 anos. Quando ela estava perto de completar 18 anos eu fui buscar ela para morar comigo de novo. Eu não aceitava ela fumar, beber do jeito que ela bebia, na minha casa eu gosto de organização eu gosto das coisas certas, eu não gosto de coisas erradas. Eu tenho um filho de 16 anos e uma filha de 10 anos, então eu não quero mal exemplo para eles dois que são pequenos ainda e eu dizia para ela "filha, não é assim, você tem um dom maravilhoso não joga fora, não estraga com bebida, com cigarro", mas ela nunca me escutou.

Minhas duas filhas mais velhas nunca me escutaram, e elas têm o defeito de dizer que sou eu que não escuto elas, mas elas querem que eu seja uma mãe que eu não sou, uma mãe que aceita tudo e fica quieta, eu não sou assim, eu sou essa aqui que vocês estão conhecendo e sei que vão admirar.

Passada essa fase, eu trouxe ela para cá, ela ficou aqui um tempo mas não deu certo, a gente brigava muito, discutia muito, por ela deixar as coisas jogadas e eu querer a casa organizada. Por ela não se importar com nada e eu me importar com tudo. por eu querer minha casa, minhas coisas organizadas e ela querer deixar as coisas jogadas.

Um dia, eu dei um tapa na cara dela, a gente brigou feio, ela disse que ia embora de casa, que nunca mais apareceria aqui, que ela me odiava. E falei; "vai para onde você quiser, faz o que você quiser, você é de maior, só que depois que der errado não me culpe por nada".

Ela ficou aqui mesmo em Concórdia, trabalhou em vários lugares mas não deu certo em nenhum, porque ela queria bater de frente com a chefia dela. Não é assim que funciona, a gente tem que respeitar todo mundo, principalmente quem é nossa chefe, mas ela não entendia, ela queria ter tudo, mas não queria trabalhar, ela queria bater de frente com todos e não escutar ninguém, então deu tudo errado, ela não ficou em lugar nenhum.

Recentemente conheceu um rapaz que está no meio da estrada também viajando e como a outra se ela está feliz assim, para mim está bom. O que importa é a felicidade dos meus filhos, se eles querem assim que seja assim.

PARA COMPLETAR, UM GRAVE ESTADO DE DEPRESSÃO

Passei por várias situações com vizinhos, com família, com filhos, tive uma juventude roubada, fui usada, explorada, prostituída, estuprada... não sei o porquê disso tudo, mas assim que minhas filhas saíram de dentro de casa eu entrei em uma depressão profunda.

Eu estava pintando a garagem da minha casa quando eu descobri que eu não estava bem. Acho que eu segurei tudo dentro de mim tentando ser forte, mas nem todo mundo é forte assim o suficiente para aguentar tudo o que passei e continuar de pé. Então aconteceu comigo também a doença que eu não acreditava porque eu nunca havia sentido, mas dessa vez estava acontecendo comigo, a tal da depressão.

Comecei a sentir uma dor muito forte no peito, uma falta de ar, uma dor muito grande que eu não sabia onde, tontura, meu coração parecia que ia sair pela boca, eu quase morri, eu estava com os olhos roxos e pedi para meu filho para chamar uma ambulância. Eles chamaram, me levaram às pressas e no hospital, o médico disse que eu estava tendo um ataque no coração.

Falei para o médico que eu tinha meus dois filhos pequenos em casa e ele disse; "a senhora tem que se preocupar com a senhora agora neste momento não com seus filhos é você que está morrendo". Nossa, eu fiquei em choque, eu estava realmente morrendo e não sabia o que estava acontecendo.

Fiquei internada de um dia para o outro, fizeram 78 exames em mim, me colocaram em todas as máquinas, fizeram todo tipo de exame em mim e não acharam nada até o médico me chamar no atendimento e me dizer que eu estava com crise de ansiedade, com depressão profunda e isso é muito sério.

Eu não sabia que profundidade que ia dar isso o que ia acontecer. Ele mandou eu chegar em casa, dormir, descansar e começar a tomar Sertralina. Tomei por seis meses e não estava melhorando. Quase todo dia a ambulância estava na porta da minha casa, sempre com um sintoma diferente. Eu tinha tremedeira que minhas mãos pareciam que iam cair de tanto que eu tremia. Eu tinha dor de barriga que eu tinha uma diarreia que eu me sujava na roupa inteira. Eu tinha tontura, eu tinha dor no estômago, eu tinha falta de ar, eu tinha palpitação, eu tinha tremor, eu tinha calafrio, eu tinha dores no meu corpo inteiro que eu não sabia que dor era aquela.

Eu não podia tomar banho que meu corpo doía. Se eu ficasse sem tomar banho meu corpo doía. Eu estava ficando louca dentro de casa e os remédios já não estavam mais funcionando. Fui me consultar novamente e o médico me disse que iria aumentar a minha dosagem de remédio mas eu disse que não tomaria mais, que devolveria todos os remédios.

O médico assustado falou que eu não estava entendendo, mas foi ai que eu falei que se eu continuasse tomando esses remédios eu iria morrer eu não iria melhorar, mas se eu parasse de tomar eu iria enfrentar e iria vencer porque eu tenho um Deus acima de mim. "Ele vai me ajudar!"

Então devolvi todos os comprimidos e fui travar uma batalha contra mim mesma, um ano inteiro gente. Vocês não tem ideia do que é isso. Todo dia você sentir um sintoma diferente e você ter que olhar no espelho para você mesmo e dizer "eu não estou sentindo isso Patrícia, você está bem, você não está sentindo isso, isso não está acontecendo, é coisa da sua cabeça" e a cada hora estava ficando pior e eu vendo que meus filhos estavam sofrendo junto meu marido. Estava sofrendo, eu não conseguia mais dar atenção para o meu marido, para os meus filhos, eu não conseguia cuidar de mim, eu não conseguia mais fazer nada, eu estava num buraco sem saída, num buraco sem fundo, eu fui ao fundo do poço e aí começou uma batalha muito grande. Durante um ano inteiro todo dia às 3 horas da manhã eu tentava levantar da minha cama e eu caía no chão. Eu perdi as forças do meu corpo e eu não conseguia levantar. Ligava para o meu marido e ele ficava tentando me acalmar até que eu me acalmava um pouco, mas eu passava todas as noites acordada sem conseguir dormir direito. Era uma noite atrás da outra.

Um dia eu descobri que meu marido me traiu provavelmente por eu não poder naquela época dar o que ele queria. Foi a pior coisa da minha vida, porque já tinha acontecido tudo na minha vida de errado e ainda isso. Eu descobri porque a mulher entrou em contato comigo e me falou "o seu marido santinho está comigo, ele vem na minha casa, ele fica comigo e ele vai se separar de você para ficar comigo".

Mesmo me vendo sofrer, eu não entendi o porquê que ele estava fazendo aquilo comigo, se era a pessoa que eu mais amava. Ele era a pessoa que eu mais confiava e ele fazer isso comigo... Mas sabe com é, a gente deixa o marido sozinho, sem atenção, sem carinho e acaba acontecendo o 'diabo' vir toma conta. Só que isso não é desculpa. Traição para mim é traição, não é deslize, não é "eu não sei o que faço".

Ele veio para casa chorando nos meus pés e nos pés das crianças também, pedindo, implorando pelo meu perdão, ele pediu perdão para os filhos também e disse que nunca mais ia fazer isso. Eu acho que perdoar é bom para a gente, por isso eu perdoei.

A MÚSICA ME SALVOU

Disso tudo que aconteceu surgiu a minha música, uma outra chance que Deus me dava, porque eu dei uma chance para ele mas eu disse "é uma só, não existe outra chance, se não eu vou deixar você sozinho!"

A música já me envolvia e deste episódio surgiu essa outra música "Vou deixar você sozinho". Eu que sempre gostei de música, além de cantar gostava de escrever, de compor músicas, escrevi deixei escrito no meu caderno até eu conseguir gravar. Tinha certeza que isso iria acontecer.

Um dia minha filha (na época com 9 anos de idade) disse: "mãe, você cantava, você dançava, você tinha um brilho tão lindo que você não tem mais, eu quero a minha mãe de volta, você sempre foi tão linda, mãe você não se maquia mais, você não se veste mais como antes, vem comigo para assistir o jogo do pai, ele vai jogar hoje de novo, lá tem um rapaz que canta, quem sabe se você não volta a cantar de novo como você cantava antigamente, é sua oportunidade mãe, vamos comigo, talvez você volte a ser cantora de novo como antes"

Eu que nunca tinha cantado gente, nunca, tinham 14 anos que eu morava aqui, eu nunca cantei e nesse dia eu não sei o que aconteceu, por qu ela falou isso e vendo aqueles olhinhos dela fui no meu quarto tomei um banho fiz uma maquiagem me vesti cheguei aqui na sala que nem meu marido acreditava que era eu (ele disse que eu estava muito linda) e minha filha com aquele olhar de inocente ela falou "mãe você está linda mais linda que antes".

Chegando lá no local vi que o rapaz que tocava lá então eu pedi para ele cantar também. Ele olhou para mim (parece ter gostado) foi no computador, escolheu oito músicas diferentes (perguntou se eu cantava qualquer coisa eu falei que sim) e ele me deu oportunidade de cantar.

Meu marido estava jogando e ele não entendeu nada porque o campo parou. Todo o campo de futebol parou ouvindo eu cantar mas ninguém sabia que era eu. Ele não acreditou, todos adoraram, fui o centro das atenções e foi deste dia que começou.

Nesse dia que eu cantei eu saí da depressão, eu comecei a cantar, eu comecei fazer o que eu tanto amava que eu tinha deixado para trás porque lá em Minas no Ponto dos Volantes eu gravei o primeiro CD: "Joe e as pops do forró".

Comecei a cantar aqui, a 'gringa' me deu oportunidade, Ela e o marido me deram essa chance para cantar e mostrar o meu trabalho. Comprei meus equipamentos, fazia show todo final de semana no mercado aqui no meu bairro mesmo até que esses evangélicos invejosos chamaram a polícia para entregar o pessoal do mercado para não deixar eu cantar.

Toda vez que me apresentava chamavam a polícia só para eu não cantar, para eu desistir do meu sonho, mas eu não desisti eu continuei, eu pedi oportunidade em outros lugares, pedia em outro. Recebi muitos nãos, mas alguns me contratavam e puxavam o meu tapete colocando outros cantores para cantarem no meu lugar.

Disseram na minha cara que nordestino vem para cá (Santa Catarina) morrendo de fome, que as mulheres vem para cá roubar os maridos e que os homens eram todos vagabundos. Isso me chateava muito, mas decidi não esmorecer, meu sonho tinha que continuar e sabia que iria superar e vencer.

Tentaram me destruir de tudo quanto é jeito mas não conseguiram, ao contrário, eu estou vencendo porque quanto eles tiram meu tapete, meu chão, Deus me dá bem mais!

Até hoje estou lutando pela minha carreira, pela minha vida, pelos meus sonhos. Minhas filhas continuam lá com os maridos delas na estrada, eu continuo aqui com meus dois filhos pequenos e meu marido que eu perdoei e ele virou outra pessoa, não mentiu mais e estamos levando nossa vida até o dia que Deus quiser.

Compus mais músicas, fiz gravações, tenho meu canal no You Tube, estou sendo convidada para entrevistas em rádios ao vivo e on line e agora (outro sonho realizado), estou aqui, contando toda minha imensa história para o CULTURARTE. Nunca imaginei poder estar aqui e quando o jornalista Pery entrou em contato comigo, não acreditei, parecia um sonho.

Essa é minha vida, essa é a minha história, quando eu morava em Cajazeiras com a minha mãezinha que era minha avó, a gente pedia esmola sim para viver, a gente passava fome porque ela não tinha condição financeira. A minha mãe verdadeira estava no mundo e não se importava comigo e quis me levar para o mundo, chegou a me prostituir. A única que estava sempre do meu lado era minha mãezinha que me criou que infelizmente no dia três de outubro de 2022, ela me deixou e foi morar com Deus, mas ela pediu para mim "filha não desiste continua seguindo em frente que você vai vencer sua voz é linda e você vai conquistar tudo que você quiser, você só não pode desistir e deixar de acreditar em você" então por isso que eu ainda estou aqui lutando até encontrar um empresário, alguém que possa me dar aquele empurrão que eu tanto preciso, porque a punhalada já recebi de diversas formas. 

Já fui traída, tiraram minhas filhas, fui estuprada e quase todas as noites quando jovem tinha que fazer todo o tipo de sexo com estranhos, o que me deixou vários cicatrizes, não só no corpo, mas principalmente na alma. Já foi puxado o meu tapete muitas vezes, enfrentar tudo nesse mundo eu já enfrentei, então agora eu quero ser feliz na minha carreira, na minha vida e em tudo que eu fizer.

De sexta-feira (30/12) da virada do ano para cá, quando eu pensei em desistir de tudo mais uma vez, Deus me diz "filha não desista, eu sou contigo, estou do seu lado, muitas portas começarão a se abrir"

E assim foi através do meu amigo Zé Formiga, a minha música estourou primeiro no Paraná lá na rádio CMP com nosso amigo Elias Santos. depois no Mato Grosso do Sul na Agro Pantaneira com nosso amigo locutor Targino, e lá em Moçambique com meu amigo MC Edson cantor e compositor.

Recentemente em João pessoa na Paraíba onde nasci, fui convidada para participar de uma transmissão ao vivo na Rádio Sanhauá pelo meu amigo Kelvin e meu amigo Geovane Júnior Pancada, pessoas maravilhosas e abençoadas que me acolheram muito bem. Fui muito bem recebida por eles e são pessoas muito abençoadas por Deus.

Quero acrescentar também o nome do meu amigo Paulo Riper cantor e compositor que também entrou em minha vida e também está me ajudando lá do nordeste também (embora ele more em Belo Horizonte), Luciano Ribeiro do Recife, e querida Mary Show Produção Artística, que na verdade me apresentou ao jornalista Pery Salgado.

Só o que me falta agora é um empresário para me ajudar a realizar esse sonho que é tão grande que é tão lindo para eu poder consolidar o meu slogan: "Paty Pink pra você se apaixonar!"

MUSA COMPLETA 2022

Todos os anos, a PR PRODUÇÕES observa e analisa a vida de várias jovens, de várias mulheres que fazem e servem de exemplo para outras pessoas (principalmente mulheres).

Em 2022, tivemos muitos exemplos de vida e superação, dignos de receberem o título de MUSA COMPLETA, mas ao conhecer no final do ano nossa querida Paty Pink e saber de toda sua história de vida, de sofrimento e de muita superação, a PR PRODUÇÕES não teve dúvida em escolher Paty como a MUSA COMPLETA DE 2022, pois temos toda certeza que ela é um grande exemplo de vida e de motivação para TODOS e principalmente para todas mulheres que passam o que ela passou, nos rincões do nosso país.

Paty, você é exemplo, é vencedora e temos uma enorme honra em conceder o título de MUSA COMPLETA 2022 para você. Que Deus lhe abençoe.


Todas as informações constantes nesta matéria foram fornecidas pela cantora e compositora Paty Pink e autorizadas pela mesma, sendo de inteira responsabilidade da autora todas as exposições dos fatos.

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