Produto é altamente indicado para quem busca alimentação
balanceada
Chamado de “ouro líquido” pelos mediterrâneos, o azeite é o
verdadeiro exemplo do que nem toda a gordura faz mal. Rico em ácidos
monoinsaturados, vitaminas e antioxidantes, está cada vez mais presente na mesa
dos brasileiros e rega pratos à base de peixes e vegetais . No entanto, apesar
do sabor marcante e dos benefícios que oferece à saúde, o consumo do azeite
ainda divide opiniões, e seu potencial é cercado de mitos e verdades.
Extraído do fruto das oliveiras, o tempero pode ser
considerado um SUCO DE AZEITONAS, devido ao processo de produção. Prensado a
frio, o azeite é um dos alimentos mais puros comercializados no mercado, já que
a técnica de extração preserva todos os
antioxidantes da matéria prima. Por isso, os especialistas asseguram que a
composição do produto apresenta mais vantagens do que os óleos vegetais, uma
vez que tais substâncias recebem solventes químicos ao passar pelo processo de
refinação e perdem boa parte das propriedades benéficas.
Essa é a uma das razões pelas quais o azeite é altamente
indicado para quem busca manter uma alimentação balanceada. De acordo com a
nutricionista Márcia Loureiro, o potencial de emagrecimento do azeite é
verídico. Há cerca de um ano, a Associação Americana de Diabetes publicou um
estudo na revista DIABETES CARE apontando que a ingestão diária de uma
quantidade mínima do alimento, contribui para evitar a formação de gordura na
região da barriga.
Com base nessa evidência, a especialista explica que o
processo ocorre porque o azeite gera sensação de saciedade.
“O azeite possui substâncias que reduzem a absorção de
glicose do sangue e o nível de açúcar no organismo, influenciando diretamente
no tempo da saciedade. Sendo assim, devemos aliar o azeite a uma dieta
balanceada. Contudo, o segredo está no equilíbrio. O excesso pode contribuir
para o ganho de peso, mesmo se for ingerido com alimentos saudáveis”, esclarece
a nutricionista, lembrando que o azeite é um óleo e possui muitas calorias como
qualquer outro, portanto, engana-se quem acredita que ele pode ser consumido
sem nenhum tipo de controle.
Outro mito que gira em torno do produto é quanto à oxidação
e propriedades tóxicas quando aquecido. Temendo prejuízos à saúde, muita gente
prefere ingerir o azeite frio, visando garantir a qualidade nutricional do
tempero. Porém, cerca de 80% desses benefícios estão presentes no produto
quando levado ao fogo. Segundo o nutrólogo Carlos Alberto Nogueira, membro da
Associação Brasileira de Nutrologia, o azeite é um dos óleos mais resistentes à
oxidação sob aquecimento acima de 180º , e o calor do fogo não altera a
composição dos ácidos benéficos.
“Mesmo quando aquecido, o azeite mantém grande estabilidade
em relação ao processo oxidativo e permanece rico em nutrientes. A substância
continua contribuindo para a redução do colesterol ruim (LDL), sem afetar o bom
(HDL), e ainda permite o equilibro entre os dois no organismo. Sendo assim, é
possível concluir que o uso do azeite no preparo das receitas não contribui
para a formação de substâncias tóxicas, gorduras saturadas ou trans. Mas é
valido destacar que a recomendação é de que o azeite não seja exposto à
temperaturas excessivas, sobretudo por longos períodos”, explica o nutrólogo.
Para os profissionais da área de saúde, entre todos os tipos
de azeites disponíveis no mercado, o extravirgem é o mais indicado para consumo
diário. Além de ser a espécie mais pura, ele contém as vitaminas A, D, K e E e
previne a incidência de tumores. Também é a espécie com menor nível de acidez e
sua composição é inferior a 1% de ácido oleico.
Já em relação as vantagens do azeite composto comparado ao
azeite comum, a medicina é categórica ao afirmar que tudo não passa de um mito
popular. “O composto geralmente é misturado com outros tipos de óleos que são
mais ricos em gorduras saturadas e apresentam alto nível de acidez. Em alguns
desses produtos, somente 10% é azeite. Por isso, o extravirgem é a melhor
opção”, alerta a nutricionista Márcia Loureiro.