O corpo da mulher não é apenas matéria — é templo, é portal, é medicina viva.
Cada célula guarda a memória de suas ancestrais. Cada curva, cada ciclo, cada pulsação carrega o poder de transformar dor em força, lágrima em sabedoria, e trauma em luz.

As feridas emocionais que a mulher carrega — muitas vezes silenciosas — se alojam no corpo como ecos de histórias não ditas. Estão no útero, nos seios, na garganta que cala, nas costas que suportam demais, no ventre que sente o que os outros escondem. Mas o corpo sabe. O corpo sente. O corpo fala.
E é por meio dele que a cura acontece.
Quando a mulher retorna ao seu corpo com amor, presença e reverência, ela começa a se lembrar:
Esse simples reconhecimento ativa sua capacidade natural de autocura.
Através da dança, do toque consciente, da massagem, da conexão com a natureza, da menstruação vivida com consciência e da escuta do próprio útero, as camadas de dor começam a se dissolver.
O corpo, então, deixa de ser um lugar de batalha e se torna um jardim onde a alma floresce.
Quando uma mulher honra seu corpo, ela honra sua história.
Quando ela cuida de si, ela cura suas ancestrais.
Quando ela se olha com amor, ela desperta toda a linhagem de cura que habita em sua carne.
Você não é fraca por sentir.
Você é forte por continuar amando, mesmo depois das quedas.
Seu corpo é instrumento de renascimento.
E sua existência é um ato de coragem divina.
Texto original: Kaelzi Ondrekkhel (@kaelziondrekkhel)
Texto adaptado: Pery Salgado (jornalista)
Modelo participante: Cecília Fuli (técnica em radiologia, professora de educação física, Musa da Baixada Fluminense e Região da Costa Verde 2021/2022 - uma mulher guerreira!!!)
Imagens: arquivo CULTURARTE
Realização: PR PRODUÇÕES