Em função da estabilização dos indicadores da Covid-19 em Maricá, que apontam um platô epidemiológico na pandemia, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, planeja um retorno presencial da rede municipal de ensino em modalidade híbrida já para o início do mês de abril, com data indicativa do dia 05.
A decisão é embasada no acompanhamento feito pelo Gabinete de Ação para a Covid-19 e no cenário de retomada das atividades econômicas na cidade. Diante da expectativa de avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 no município - que já aplicou 4.500 vacinas desde o dia 19 de janeiro, quando as primeiras doses de imunizante chegaram à cidade, e não sofreu interrupção como em outros locais - foi possível traçar um planejamento de retorno às aulas da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) com sistema de revezamento, conforme o ano de escolaridade.
Segundo o cronograma, voltarão para as salas de aula os estudantes que tenham sido autorizados pelos pais ou responsáveis, mediante assinatura de termo específico, que não possuam comorbidades e que estejam na semana programada para seu retorno. Os alunos cujos responsáveis não autorizarem o retorno ou que possuam comorbidades permanecerão no ensino exclusivamente remoto.
As aulas presenciais acontecerão em sistema de rodízio, exceto para as turmas de berçário. Estas, embora já inseridas no calendário, terão retorno de acordo com a análise de condições de saúde.
De acordo com a secretária de Educação, Adriana da Costa, o cronograma foi pensado de modo a ampliar gradativamente o número de estudantes, de forma que a escola pudesse receber os primeiros alunos, entender a nova dinâmica escolar (após um ano sem aula presencial) e corrigir pontos de melhoria que forem identificados. Nesse sentido, retornam dois anos do primeiro segmento e dois anos do segundo segmento (2º, 5º, 6º e 9º).“A escola é espaço de aprendizado não só de conteúdos, mas também de aspectos coletivos, emocionais e sociais, como saúde pública. No processo de acolhida desses alunos na escola, abordamos com os orientadores esse tema da pandemia que será trabalhado com os estudantes, principalmente sabendo que acabam sendo difusores de práticas sociais importantes em casa. É um desafio a ser enfrentado com muita responsabilidade e consciência coletiva”, afirmou.
Para a secretária de Saúde, Simone Costa, a perspectiva de retorno dentro desse prazo se torna válida a partir da manutenção dos atuais indicadores nos patamares de estabilidade ou com tendência de queda.
“Sabemos que o nosso município tem uma situação diferente de outros locais, e esse prazo de um mês nos dá segurança para que esse retorno se dê de forma permanente, dentro de todos os protocolos recomendados para estas atividades”, afirma, lembrando que a imunização na cidade avançou bastante junto aos idosos, um ponto importante na relação entre expansão da doença e a atividade escolar, já que muitos pais na cidade deixam os filhos com os avós para poderem trabalhar.
No Ensino Fundamental, o rodízio será semanal, com cada turma dividida em dois grupos, A e B, que contará com 50% dos estudantes. Em uma semana, haverá aula presencial na unidade escolar e, na semana seguinte, aula em modalidade remota.
Já na Educação Infantil, o rodízio será quinzenal e dividido por etapas de ensino. Nesse sentido, em uma quinzena irão todos os alunos de Pré II (5 anos) e M II (3 anos) e, na quinzena seguinte, todos os alunos de Pré (4 anos) e M I (2 anos).
Em respeito aos protocolos de segurança no combate ao vírus, os alunos terão três horas de aulas presenciais, o que representa redução de carga horária. Com isso, as escolas organizarão os sistemas de entrada e saída para não haver aglomerações.
Todos os alunos usarão máscaras o tempo todo e terão suas temperaturas aferidas na entrada da unidade escolar. Caso algum estudante apresente sintomas de Covid-19 (febre, dor de cabeça, falta de ar e falta de paladar), a direção o encaminhará para um espaço isolado específico até que ele possa sair da unidade, além de manter uma comunicação com a Unidade Básica de Saúde de referência da escola.
Para a segurança de todos, haverá espaçamento maior entre as carteiras dentro das salas. Nas áreas de alimentação escolar, as unidades organizarão horários e espaços específicos para que haja o maior distanciamento possível nesse momento. No interior do transporte escolar, todos utilizarão máscaras e terão as mãos higienizadas com álcool em gel.
As unidades estarão totalmente preparadas para receber os alunos. Haverá álcool 70 nas salas de aula, em dispensers nas áreas de circulação e sabão nos banheiros e refeitórios. As escolas também estão equipadas com termômetros e todos os alunos receberão máscaras de tecido.
A redução da carga horária possibilita um cuidado maior com higienização dos ambientes (principalmente carteiras e mesas com a utilização de álcool 70). Os objetos de uso comum, como equipamentos de aulas de Educação Física ou instrumentos de cozinha serão higienizados antes e após o uso. Cada aluno é responsável pela própria garrafinha ou copo d’água, não havendo bebedouros que permitam contato direto com a boca.
Com relação à didática de aula, a rede de ensino, em fevereiro, realizou movimento de readequação dos referenciais curriculares, para considerar os conteúdos e habilidades dos anos letivos de 2020 e 2021. Nesse sentido, o conteúdo desse ano já está adaptado para considerar o período do ano letivo de 2020. Além disso, conforme resultados de aprendizagem, indicados pela avaliação diagnóstica realizada com toda a rede no mês de fevereiro, o professor pode readaptar o processo de ensino.