28 de fevereiro de 2021
domingo, 28 de fevereiro de 2021
BARÃO DE INOHAN 216 - 28 de fevereiro de 2021
28 de fevereiro de 2021
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Maricá e UFRJ assinam protocolo para desenvolvimento de projetos de pesquisa científica em Saúde
Em reunião ocorrida na quinta-feira (18/2), no gabinete do prefeito Fabiano Horta, o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), representando a Prefeitura, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinaram um Protocolo de Intenções com a finalidade de desenvolver projetos de pesquisa científica na área da Saúde. Os projetos prioritariamente são aqueles aqueles relacionados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, mas o termo abrange também outras áreas, como de logística emergencial, gestão de riscos, infraestrutura urbana, mobilidade, habitação, educação, assistência social e meio ambiente.
A assinatura aconteceu na presença do prefeito Fabiano Horta, do vice-prefeito Diego Zeidan, do diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, da reitora da UFRJ, Denise Carvalho, e de seu vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha. “Nós já estamos trabalhando com a UFRJ ao longo da pandemia, mas queremos ampliar esse leque de ações. Queremos olhar para o futuro, com objetividade, como o que está pautado nesse protocolo", afirmou o prefeito. "O nosso maior desafio como ente público é cruzar as fronteiras. O ICTIM vem exatamente com o objetivo de dialogar para fora. A UFRJ como parceira reafirma a dimensão da pesquisa, do saber, do conhecimento. Conseguir, através do ICTIM, ter a UFRJ conosco de uma maneira sólida, é uma grande motivação e reafirmação de políticas públicas para a cidade de Maricá”, destacou Fabiano Horta.
“Essa é a oportunidade de a UFRJ perpetuar aquilo que ela já vem fazendo ao longo de 100 anos na sociedade brasileira. Temos atuado capilarizando a produção do conhecimento, a formação de recursos humanos qualificados em diversos estados, não somente no Rio", avalia a reitora da universidade, Denise Carvalho. "É nossa tradição e missão social ir além da formação de profissionais altamente qualificados. A produção de conhecimento é o modelo de universidades que faz os países avançarem e, no Brasil, a UFRJ cumpre esse papel, sem esquecer de que Ciência de qualidade também se produz com solidariedade, compromisso, paixão e junto à sociedade”, completou Denise Carvalho.
Para o diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, Maricá entra numa nova fase que também servirá como exemplo para outros municípios. Pansera adiantou que nos próximos dias, o município apresentará os primeiros 250 respiradores não invasivos, um produto fruto de uma Encomenda Tecnológica (Etec) feita pelo ICTIM e que nasceu de uma empresa encubada na Coppe/UFRJ.
“A finalização do produto e os testes foram feitos no novo Hospital Municipal de Maricá. Foi uma compra de 250 respiradores a R$ 1,1 milhão, ou seja, um preço muito baixo para o que eles nos darão de retorno. Além disso, a Prefeitura ficará sócia da patente”, ressaltou Pansera. A partir do ano que vem, além da indústria estar instalada em Maricá, a cada respirador que for vendido, a Prefeitura receberá um valor de “royalties” por conta da patente.
"Estamos criando uma espécie de guarda-chuva com a UFRJ para o que vier decorrente desse apoio nos próximos anos. Assim, a UFRJ poderá nos ajudar a desenvolver polos tecnológicos, modernizar e criar vocações econômicas para a cidade de Maricá. Nosso papel hoje do ICTIM é ajudar a criar uma dinâmica mais inovadora e dar mais um passo nesse compromisso com Maricá”, completou Pansera.
O diretor-presidente anunciou, ainda, que o ICTIM já estuda a implantação de um laboratório de pesquisa de alta complexidade, que também contará com a parceria da UFRJ - a universidade já vem atuando com a cidade desde a implantação do Laboratório de Diagnóstico Molecular Dr. Francisco Rimolo Neto (Lacen/Maricá), feita pelo ICTIM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, em 2020. Até agora, foram realizados ali mais de 13 mil testes.
Para o chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, virologista Amílcar Tanuri, o próximo desafio será dar continuidade ao estudo do Sentinela (pesquisa de amostragem e testagem da população para Covid-19), conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Estamos terminando um estudo para saber a variabilidade genética do vírus e descobrir se há algum variante específico. Maricá foi muito importante para os testes de antígenos, o município nos dá o apoio necessário”, ressaltou Tanuri.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
CULTURARTEEN 230 - fevereiro de 2021
CULTURARTEEN 230 - fevereiro de 2021
domingo, 21 de fevereiro de 2021
Por que crianças autistas são sensíveis ao barulho dos fogos de artifício?
O problema acontece pois muitos indivíduos com TEA apresentam uma hipersensibilidade sensorial aos estímulos do ambiente. O fator é, inclusive, um dos critérios levados em conta na hora de fechar o diagnóstico. Um latido de cachorro ou uma buzina de caminhão, por exemplo, podem ser suficientes para causar pânico em crianças dentro desse espectro.
É como se eles escutassem todos os sons do ambiente de uma só vez sem focar a atenção em nenhum deles, provocando uma sobrecarga naquele sentido. "É algo que foge ao controle deles", explica a neuropsicóloga Deborah Moss, mestre em psicologia do desenvolvimento pela pela USP (Universidade de São Paulo).
A hipersensibilidade sensorial pode ainda acometer outros sentidos. No caso do tato, a criança pode ter medo de texturas e evitar andar descalço na grama ou usar meias, por exemplo. Quando atinge o paladar, pode fazer com que o indivíduo coma apenas alimentos pastosos, ou só secos. No campo visual, luzes intensas também podem provocar essa sobrecarga sensorial, que acaba causando desconforto e até comportamentos agressivos nos autistas.
De acordo com Marcos Escobar, neuropediatra no Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), isso acontece porque indivíduos com a condição tem dificuldade em entender o contexto das situações, impedindo que ela consiga modular seu comportamento. "Ela não consegue prever o que vem depois e isso a assusta, faz com que ela fique frustrada e se desorganize", explica.
"Desorganizar" é a palavra mais usada para descrever uma crise pois é exatamente isso o que acontece: o indivíduo sente-se sobrecarregado pelos estímulos que recebe e, como não consegue entender o contexto da situação, acaba tendo dificuldade para organizar sua percepção e modular sua reação a eles.
No caso dos fogos de artifício durante a virada do ano, indivíduos neurotípicos (isto é, que não estão dentro do espectro autista) compreendem que eles serão disparados porque é uma tradição social para celebrar a data. "Mas, se acordássemos às três da manhã de um dia comum com uma bateria de fogos imensa na nossa janela, ficaríamos confusos com aquilo, questionaríamos se são fogos ou tiros, sentiríamos irritação e até medo", explica o médico.
Terapias ajudam, mas não resolvem
De acordo com Escobar, quadros mais leves de TEA acabam tendo uma cognição social mais desenvolvida, permitindo que esses indivíduos se adaptem melhor à hipersensibilidade. Quando o grau é mais grave, no entanto, a contextualização das situações é muito difícil.
Uma das formas de amenizar o problema é trabalhar com terapeutas ocupacionais para que o paciente seja dessensibilizado dos estímulos que deixam a criança desorganizada. Os pais também podem ajudar na contextualização, explicando que aquele som é esperado e que irá acabar depois de alguns minutos.
Moss lembra ainda que, durante a crise, é importante que os pais ou cuidadores realizem um trabalho de contenção da criança para evitar que ela se machuque ou machuque outros. Vale também tentar criar um ambiente controlado, mais silencioso e com menos pessoas, em que a criança se sente segura, para passar pelo período.
A especialista lembra, no entanto, que as terapias podem ajudar, mas não resolvem a questão. "Não existe um aprendizado, um treino sobre como lidar com a situação", afirma. "Isso é uma característica daquele indivíduo e é mais fácil nós nos adaptarmos à realidade deles", explica.
Os dois especialistas concordam que, nesse momento, é importante tentar se colocar no lugar do autista para compreender quão difícil é vivenciar aquele momento. "Não é birra ou falta de vontade. As terapias ajudam, mas nunca vão modificar a hipersensibilidade sensorial desses indivíduos", afirma Escobar.